Em empresas jornalísticas de um modo geral, como jornal e televisão, costuma-se chamar de pauta “.rec”, abreviatura para “recomendada”, aquele assunto que é solicitado por algum superior e cuja matéria terá que sair em qualquer hipótese. Este post, embora não tenha sido sugerido por um superior, é um “post rec”, ou melhor, é um “post obr”, abreviatura para obrigatório, pois me foi sugerido. Explico: quem me pediu esse post fez chantagem emocional e fez de vítima pedindo que eu escrevesse. Aí está então! Vamos ao que interessa:
Já contei, em um outro texto no início do blog, qual foi o primeiro produto que comprei aqui na green house. Para quem não se lembra, foi um microondas, comprado pela internet na Americanas.com, quando o apartamento ainda nem tinha sido alugado. Mas faltou dizer qual foi o último produto comprado para cá; curiosamente também utilizado para o mesmo fim do microondas: o botijão de gás. Aliás, não foi nem comprado... mas isso explico já já.
Pois bem. Alguns devem imaginar que é natural a casa de um solteiro, sozinho e sem empregada não ter fogão. Mas eu não acho. Acho fundamental que tenha um fogão e, sendo assim, comprei o fogão logo na primeira leva de compras da green house. Ele foi comprado na mesma semana do microondas, mas chegou já no apartamento novo. Quase um ano depois, no entanto, permanecia fechado, sem utilização, por conta da falta do botijão de gás na green house.
Primeiro é melhor eu explicar os motivos que me fizeram ficar tanto tempo sem o botijão. Em primeiro lugar, eu visualizei a parede da cozinha da green house. Verdinha que só... e imaginei como ficaria suja de gordura. Ponto negativo para o botijão. Imaginei como as panelas ficariam sujas e como seria difícil arear toda vez que preparasse alguma coisa. Mais um ponto contra o botijão. Imaginei como o próprio fogão ficaria, sujo, engordurado e etc. Outro ponto contra o pobre botijão de gás.
Lembrei do incômodo quando o gás acabasse no meio de um alimento, do espaço que ele ocuparia na cozinha, da chateação que seria comprar a manguerinha, aqueles aneiszinhos para segurar a mangueirinha, aquela válvula e tudo mais. Sendo assim, o botijão de gás perdeu status de item de primeira necessidade e foi colocado na lista das coisas secundárias que a green house precisava.
Enquanto o botijão passava longe de minha casa, o fogão servia como um ótimo armário, muito bonito aliás. A parte de vidro em cima fazia lembrar aquelas mesas mais luxuosas e era peça de decoração da minha humilde porém bem resolvida cozinha. Mas um dia cansei de comer miojo de microondas, massas de microondas, hambúrgueres de microondas e até (acredite) arroz de microondas (existe isso!).
E foi aí que comecei a pensar melhor na idéia de ter um botijão de gás em casa, que pudesse ser utilizado apenas em uma ocasião especial, sem causar muitos transtornos domésticos.
E aí é que entra na história a pessoa que me obrigou a escrever este post. Foi ela, uma colega de trabalho muito bacana por sinal, que deu a primeira luz na escuridão na qual tratava “o problema do botijão”. Como eu já tinha ligado para inúmeros tele-gás e não conseguia nenhum que vendia junto o botijão, ela lançou a idéia de me emprestar um botijão que tinha em casa, mas que não usava pois seu prédio tem gás encanado.
Pois bem. Gostei da idéia e aí entrei em um outro problema: a preguiça de ir buscar o tal do botijão na casa dela. Enrolei uma, duas, três semanas. Quando ameacei ir, ela passou mal e não pude buscar o botijão. Enrolei mais um, dois ou três meses e, quase um ano depois, eis que o botijão está aqui em minha casa.
A pobre garota, uma loirinha até muito bonita e ao estilo (perdoe-me) “patricinha” decidiu trazer o botijão por conta própria, já que eu enrolava para buscar. Claro que ela trouxe de carro, mas precisou sair carregando o botijão até o porta-malas do carro, sofrendo horrores para resolver o problema da falta de gás aqui em casa.
Entende a situação? Essa moça está para mim assim como o Evo Morales está para o Lula, em relação ao gás boliviano. A grande diferença entre ela e o Evo é que, eu não precisei sequer construir o gasoduto e ficar sofrendo com a estatização de refinarias e etc e tal. Nada disso. Ela trouxe o gás até aqui. E de graça, diga-se de passagem. O botijão e um resto de gás (talvez metade) que está em uso até então.
Que graça de menina. Mereceu até uma recompensa. O que fiz então? Ofereci um almoço a ela, feito por mim, com o botijão novo. Uma massa ao molho branco salpicada de presunto e mussarela derretida que, de fato, ficou muuuuito boa. Agradou visivelmente e a tal moça passou a ser difusora da informação de que sou bom de cozinha, aos quatro cantos por aí.
Embora eu tenha feito sozinho o prato, a autora da base da receita é minha irmã, que me ligou e passou as instruções por telefone. Eu apenas incrementei para dar o toque especial e fazer o saboroso “penne ao molho branco a la green house”. Um sucesso de crítica, tal qual os pratos dos maiores restaurantes do mundo.
Depois disso, a green house passou a se especializar em alguns produtos, como o pastel frito de queijo. Para quem não imagina, apesar dos dramas domésticos, sou até bom de cozinha. Faço arroz muito bem (embora tenha feito poucas vezes), carne moída, macarrões em geral, bolos e outras coisas simples, mas saborosas para as quais serve um fogão.
Solteiro, sozinho e sem empregada, na cozinha da green house, sempre dá certo, embora para fritar pastel eu costume ter que enrolar o pano de prato na mão pois aquelas gordurinhas que ficam pingando, principalmente quando cai uma gotinha dágua na frigideira me queimam todo. Outro problema é que comprei panelas muito bonitas, em inox com cabos igualmente brilhantes, mas que, por serem do mesmo material, transmitem calor e esquentam demais fazendo com que eu igualmente queime as mãos se der bobeira. O terceiro problema é que, depois de um ano sem utilização, meu fogão novinho em folha não está com o forno funcionando. :(
Mas o pior não é fazer a comida em si, e sim lavar tudo depois. A sujeira com gordura é imensuravelmente maior e o trabalho de lava, esfrega, areia e ensaboa é muito maior. Uma chateação, que faz com que eu desanime de usar o fogão.
Ainda assim não tenho palavras para agradecer a pobre alma que me emprestou o botijão, rompeu as barreiras de minha preguiça, trouxe o botijão até aqui e proveu minha casa de tão importante fonte energética em tempos atuais. Mas preciso fazer uma ressalva. Tal cidadã foi a mesma que (conforme já narrei em um post no passado) quase incendiou minha casa transformando meu microondas branco em amarelo ou meio bege por dentro, após queimar a pipoca que mais tarde seria saboreada junto com o sal da dona Maria do Carmo. Ou seja: a pessoa que quase inviabilizou meu microondas foi a responsável por me dar outra alternativa para cozinhar. Nada como um dia após o outro. Mas se ela tivesse danificado minha máquina de lavar (Ave máquina!) não teria botijão de gás que a salvaria...
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Dando um gás
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5 comentários:
merece um comentário! AB-SUR-DO!!
quanta cara-de-pau numa pessoa só!
a menina te dá o botijão e vc não se deu ao trabalho de ir buscar????
Ricaaaaaaaaaaaaaardideus
assim vc me envergonha, não foi assim que te eduquei!
Toma juízo.
AVE MÁQUINA!
UAUHAHUAHU
BOA!
Conforme a amiga de baixo falou... é triste! A gente vai, carrega o botijão de gás S-O-Z-I-N-H-A, vai com ele no porta-malas do carro rolando, correndo riscos de explodir e matar a pobre alma loira que, muito caridosa, ajudou o amigo... sabe o que a gente ganha com isso? Nada. O nosso amigo, chama a gente de "patricinha", e ainda por cima, fala que foi chantageado para escrever sobre o feito heróico e bondoso. vai vendo aí, isso que dá ser mulher e loira... todo mundo folga!
Nada é sacanagem. Está humilhando meu almoço... :(
Estou me dedicando a desbravar seu green blog e rindo demais. Esse post me fez pensar que em todos os meus 24 anos de vida eu NUNCA vi um fogão verde. Tá, eu tô vendo que o seu fogão tb não é verde...mas vc vai contando e eu imagindo TUDO verde...rs
Bjos!
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