sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Inferno astral. Existe!

É o inferno astral. Só pode ser. Eu achei que iria poder chegar aqui contando ótimas notícias, caros leitores, mas fui traído pelo destino mais uma vez. Vocês vejam só que, neste exato momento, continuo sem carro. Sim! Passou-se um mês e eu continuo sem carro. Menos mal que o dinheiro da seguradora, enfim, entrou em minha conta e, amanhã mesmo, vou na concessionária tentar mudar essa situação.
Mas antes fosse apenas a falta do carro a me afligir. Nem é só isso. Nos últimos dias, mesmo depois de eu ter comemorado o fim antecipado de meu inferno astral, eu ganhei mostras de que é o tipo de coisa que não podemos tentar abreviar.
Para que comecem a entender melhor o meu drama, explico que posto esse texto de uma internet roubada. Sim, sou um criminoso no atual momento. Estou utilizando a internet de um vizinho que não colocou senha em seu roteador. Foi mal, caro vizinho desconhecido, mas foi o que me restou desde ontem à noite, quando destruí meu modem 3G. E será assim até que a NET instale a conexão a cabo em minha casa.
Vejam como é a vida de um solteiro, sozinho, sem empregada e em inferno astral. Ontem, após chegar em casa cansado e bastante irritado com o fato de o taxista ter "errado" o caminho de minha casa, liguei a internet para ver se alguém me dava uma boa notícia. Mas a bateria de meu laptop acabou. Deixei o notebook no braço do sofá para ir buscar o carregador. Alguns vão dizer que foi uma estupidez, mas eu digo pra vocês que eu não estava nem aí para a possibilidade de ele cair no chão. Um mês antes, o laptop estava no porta-malas destruído do meu ex-Peugeot. Soltaram três partes que, remontadas, faziam com que ele funcionasse perfeitamente. Ele sobreviveu a uma perda total e, obviamente, isso me dava confiança suficiente para não temer uma queda de meio metro. Deixa cair, pensava... E caiu.
Quando ouvi o barulho da queda, minha confiança de que ele continuasse funcionando já não era mais a mesma. Mas minha arrogância em ignorar os prejuízos daquilo permanecia intacta. Pensava; "Deixa quebrar. Eu uso mais é o desktop mesmo. O laptop eu quase não uso".
Mas o pior aconteceu. De fato o laptop resistiu bravamente. Está funcionando que é uma beleza. E algo até me faz crer que está mais rápido do que antes.
O que seria então aquele barulho de plástico quebrando quando ele se esborrachou no chão? Sabe aquela história de que o pão cai sempre com a manteiga virada para baixo? Pois é. O laptop caiu com o modem 3G virado para baixo. E, pasmem, o trocinho partiu no meio. Destruído como se tivesse sido atropelado por um rolo compressor. E era o fim da minha internet.
Era quinta, 22h, e eu ávido por cornetar o jogo do Brasil sub-20 no twitter. Nem crédito no celular eu tinha (e o celular é outro problema que conto já já). Eis então que lancei a operação criminosa para roubar a internet do vizinho. Usei o laptop para captar os sinais de vários roteadores em cada cômodo da casa. Todos com senha. Eu confesso que tentei senhas babacas do tipo "Internet", "castelo", "Netdo301" e coisas do tipo. Tudo falhou. Até que, no cantinho do quarto de hóspedes, na janela, consegui achar uma internet sem senha. Alguns minutos de tentativas e, pronto. Consegui conectar.
Como não podia sair dali e a TV para ver o jogo estava na sala, transportei também meu desktop para o cômodo que nunca uso. Nele, que tem placa de vídeo, liguei a antena da tv. Uma antena cor de rosa que tenho e que funciona que é uma beleza. É praticamente da Barbie, mas funciona. E nessa hora é o que importa. Vi o jogo na tela de um PC, cornetando via laptop. Gostei tanto da brincadeira que estou, hoje, com o laptop ligado na net do vizinho outra vez. E, agora, no meu próprio quarto.
Gostaria de dizer que amanhã será diferente, mas não será. E aí vem mais uma parte da sina do solteiro, sozinho, sem empregada e em inferno astral. Hoje liguei para a NET logo cedo, com o objetivo de contratar um serviço de internet a cabo + TV por assinatura. O atendente passou toda a ligação alegando que não há disponibilidade para a instalação de internet a cabo da empresa no meu prédio. Disse para ele que meus vizinhos têm NET, mas não adiantou. Disse para ele que vi o carro da NET chegando aqui para instalar em outros apartamentos, mas não adiantou. Disse que vi o cidadão da NET ligando a conexão nos vizinhos, mas não adiantou. O cidadão, achando que eu era um retardado, teimava em dizer que era impossível e que eu estava confundindo com "outra operadora". Assim, perdi a manhã de tentativas. À tarde, após enviar um email para a NET reclamando, recebi a informação de que o Zé Mané do turno da manhã estava realmente equivocado. E que, evidentemente, confirmando meu estado mental são, há disponibilidade no meu prédio.
Superado o desconhecimento dos funcionários da operadora, voltei à luta para adquirir o serviço. Escolhi o pacote, optei por condições, acertei tudo. Na hora de efetivar a compra, no entanto, arrumaram outro problema. Como fui cliente NET e cancelei minha conta há 4 meses, quando me mudei para cá, a compra não pode ser efetivada. Diz o pobre coitado que me atendeu que há uma carência de 6 meses para que eu instale novamente. Ele tentou me convencer a colocar no nome de outra pessoa, mas como legítimo solteiro, sozinho e sem empregada, eu não aceitei. Sendo assim, pediu um prazo para conseguir uma liberação com a chefia. Se não sair, não terei NET e eles perderão o cliente e os 130 reais que eu pagaria todo mês. E segue o jogo.
Mas o inferno astral não me deixa em paz, realmente, meu amigo. Não bastasse os problemas com a NET, venho também tendo problemas com a TIM. Tudo para comprar um Iphone 4.
Antes, um adendo. Desde que meu Iphone foi roubado, um ano e meio atrás, das mãos da minha então namorada (Nota oficial: Não foi por isso que terminei o namoro) eu venho vivendo uma série de dramas com telefone. Primeiro, um Motorola que deixou vazar cristal líquido. Depois, um LG com TV que deu problema no touch. No acidente, o Nokia que parou de carregar. Agora, o telefonezinho safado que citei no post acima. Ele não toca, não pega direito e, para piorar, tem em seu menu o plural de "Perfil" como "Perfils". Não precisa dizer mais nada. E aí está o motivo de que eu querer um novo Iphone. Ele não estraga. Só chama ladrão.
Mas voltando à TIM. Diz a operadora que eu tenho uma correção de cadastro que preciso fazer na loja própria da operadora. E, vejam, eu não me lembro sequer de ter tido linha pós-paga da TIM ou de qualquer empresa que eles tenham comprado. Mesmo assim, eles juram que tem algum dado errado que preciso corrigir. Sem isso, não consigo comprar o Iphone 4.
Pois então lá fui eu na loja da TIM para resolver o problema. São apenas três em BH. Uma no BH Shopping, uma no centro e uma na Savassi. Como a do shopping funciona até mais tarde, arrisquei primeiro essa. Cheguei na loja às 21h05 e o atendente me disse que, para fazer correções no cadastro, o funcionamento é apenas até 21h.
Já seria suficiente para me fazer perder a paciência. E, de fato, eu perdi. Tanto que fui na loja da Vivo comprar um aparelho em um plano muito menos vantajoso, só de raiva que fiquei da TIM. Mas na Vivo não havia Iphone 4 em estoque e, com isso, passada a raiva inicial, eu já estava pronto a comprar na loja da TIM, no dia seguinte.
Não podemos cometer o mesmo erro duas vezes. Por isso, sai o mais cedo possível do jornal, no dia seguinte, para chegar logo na loja da TIM do BH Shopping. Agora eles não tinham desculpas. Eram 19h02 e eu estava lá. Só que a loja não estava. E você me pergunta: como assim? Tapumes gigantes fechavam tudo. Acreditem, a loja entrou em reforma.
Aquilo me fez ter vontade de xingar mil palavrões. E eu xinguei algumas dezenas, de verdade. Mas, minutos depois, eu decidi que tinha virado questão de honra. Peguei um taxi do BH Shopping até a Savassi para comprar na outra loja própria da TIM. Cheguei lá 19h20. E, é possível, a de lá funcionava apenas até 19h. A raiva me subiu pelo pescoço novamente e, quando eu vi, já estava lá na loja da Vivo outra vez. Outra vez não havia Iphone. Nem lá, nem na do Pátio Savassi, nem na do Diamond Mall. E, acredite, eu fiz todo esse trajeto a pé, empurrado apenas pela honra de comprar um Iphone 4. Quando cheguei na Iplace daquele shopping, e sem o mínimo saco para cortar meu chip normal com um estilete, já tinha decidido era comprar um Iphone 3GS. Aí usava meu atual chip, não precisava comprar microchip em plano pós-pago da TIM, nem nada do tipo. Só que o inferno astral fez o milagre de fazer até a loja própria da Apple ficar sem Iphone. Sim. Até a loja própria da fabricante deixou de ter o produto em meu inferno astral.
É uma questão de honra. Amanhã vou comprar o carro e o Iphone, nem que eu tenha que sair da cidade para isso. E, anotem aí: se eu tiver que escolher apenas um negócio concluir, por tudo que passei, escolho o Iphone. O carro eu roubo o do vizinho, se for necessário.
PS - O inferno astral termina no dia 7 ou 8/2, teoricamente.

Lições do post:
1 - Nunca comprem um modem 3G
2 - Nunca deixe seu roteador sem senha
3 - Nunca deixe o laptop no braço do sofá
4 - Cuidado com a TIM
5 - Cuidado com a NET
6 - Cuidado com o inferno astral

Atualização: Consegui comprar o carro, mas não consegui ainda comprar o Iphone. No Brasil, é mais fácil comprar um carro 0 km do que um celular de última geração...