sábado, 20 de setembro de 2008

Vivo!

Estou vivo! Antes de mais nada preciso deixar isso claro. Afinal, foram quase cinco meses de jejum no green blog. E não tenho nem argumentos para explicar meu sumiço repentino. Para piorar, não tenho graaandes novidades em minha volta. A vida continua igualzinha na green house. Talvez apenas com menos fios, já que troquei me
u desktop por um laptop. Exceto isso, continuo com acessórios verdes, esquecendo roupa molhada na máquina, utilizando gavetas para esconder a bagunça em casos de emergência... Enfim, está tudo como dantes por aqui.
Continuo criando teorias para tentar salvar a humanidade do caos, do sofrimento, dos dramas modernos. Assim, fiquei em dúvida sobre como recomeçar o blog. Tinha a dúvida entre dois temas: voltar à salada, que encerrou a fase anterior, ou meus dramas fora da green house, no trânsito moderno. Enquanto escrevo essa frase mudei de idéia duas vezes sobre o que escrever. Mas acho que vou no trânsito primeiro, só pra variar. A salada volta no próximo episódio.
Então agora é oficial. Resolvi reiniciar a saga da minha vida contando um drama diário que vivo fora da green house. E é até um tema recorrente nas principais discussões da mídia: o trânsito. Mais uma vez, para isso, preciso recorrer ao meu desenho predileto
 na infância, e cujo link já postei aqui no blog. O "pateta no trânsito" é diversão obrigatória para quem sofre as agruras do dia a dia no asfalto de nossas cidades. Eis o link: http://br.youtube.com/watch?v=RMZ3bsrtJZ0
Não sou um pateta no trânsito, até porque não sou um entusiasta do automóvel principalmente em uma cidade onde ele é atualmente o principal problema. Só dirijo nas pistas (desde o último domingo posso dizer isso, afinal estreei no kart, coisa que queria fazer desde a infância).

Inclusive o kart merece um parágrafo próprio. Minha estréia não foi das melhores, mas estou otimista para o meu futuro na modalidade. Em karts que chegam a 100km/h na reta, acabei fazendo boas voltas... mas acabei me sentindo um Nigel Mansel, com arrojo mas ficando pelo caminho nos momentos principais. Após sair da pista na volta de apresentação, rodar quatro vezes durante a prova e jogar a única mulher da corrida para fora da pista, acabei escapando na penúltima curva da penúltima volta e me espatifando na barreira de pneus, após rasgar o asfalto, a terra e a grama do kartódromo internacional de Betim. Resultado: fiquei em último. 
Mas saí feliz. E acho até que meu desempenho foi excelente, com várias ultrapassagens, principalmente para alguém que sequer tem carteira de motorista (agora estou tirando. rs). Quem me conhece sabe da história da auto-escola, que eu paguei mas nunca fui lá. Até hoje o pessoal da auto-escola "Liderança" deve achar que eu morri, fui preso ou algo do tipo... E depois de meses fiquei sem coragem de ir lá mesmo. Em novembro faz dois anos que paguei tudo e não retornei até a auto-escola. Agora minha nova auto-escola é exatamente do lado da "Liderança".
Mas voltando ao trânsito fora das pistas. Como não ando de carro, acabo trabalhando com todas as outras opções que Belo Horizonte me oferece: taxi, ônibus e metrô. Com vantagens e desvantagens para cada uma delas.
No caso do taxi, que a cada dia uso mais, a desvantagem óbvia é o preço. Pago 30 reais por viagem até o trabalho. Mas vou confortável, tranqüilo e nunca me arrependo. Principalmente depois que o jornal que eu trabalho divulgou matéria mostrando que andar de taxi é mais barato que ter carro. E os taxistas me divertem também. Eles sempre têm uns papos engraçados, umas histórias ótimas e uma concepção de mundo diferente dos outros seres humanos. Uma coisa que me intriga é o fato de eles acharem que só eles têm motivo para estarem no trânsito. O raciocínio do taxista é de que ele está trabalhando e que os outros estão passeando. Não passa pela cabeça dele que as outras pessoas estão indo para o trabalho, buscando filhos na escola, enfim, fazendo outras tarefas úteis, que não simples passeios pelas ruas da cidade.
Para minimizar a culpa por pegar taxis tão caros desenvolvi uma estratégia infalível. E mais uma vez recorro ao Wal Mart, supermercado que fica em frente ao local no qual trabalho e que representa 90% das minhas compras diárias. Minha estratégia é ir ao Wal Mart comprar alguma coisa sempre que estou cansado. Aí saio de lá com umas sacolinhas e já me sinto suficientemente no direito de descer de taxi. E sempre penso: ah, finge que as contas custaram 30 a mais... Assim vou quase sem culpa, quase todo dia.
Ultimamente, como estou trabalhando até bem tarde, tenho usado o táxi todos o dias. Tem ficado caro, mas o metrô, que até pouco tempo era meu meio de transporte predileto, tem ficado inviável. Aliás, tem duas coisas que me incomodam no metrô de Belo Horizonte. Uma é que ele te leva do nada ao lugar nenhum. As coisas mais importantes da cidade estão fora da rota do metrô. Por sorte, o jornal fica localizado bem perto do nada. E eu moro bem perto do lugar nenhum.
A segunda coisa que me incomoda no metrô é a falta de educação da maioria dos cidadãos na hora em que eu preciso descer daquele veículo. Tem uma porcaria de um adesivo na porta que diz: "deixe sair antes de entrar". Mas quando vou tentar sair, na estação Central, sempre tem alguém entrando, me empurrando para dentro de volta, com sacolas enormes, e arrastando crianças berrando nas duas mãos. É sempre um momento de tensão. Mas tirando isso, tudo bem. 
Ah, também me incomoda o fato de a lanchonete do metrô não fornecer guardanapo, com a desculpa de que é norma para que não se suje os trens. Os educados pagam pelos mal educados né...
Para subir para o jornal ainda é comum eu utilizar a opção ônibus. Mas também não é muito fácil. Primeiro pois o asfalto de Belo Horizonte é muito ondulado e andar de ônibus, principalmente nos bancos da metade do veículo para trás é como se equilibrar em um touro. Nunca me equilibrei em um touro, mas não imagino que seja muito mais difícil. Para piorar, tenho impressão de que os ônibus daqui são mal parafusados... Então fica aquele barulho de "nheco nheco nheco" durante toda a viagem. Sem um fone de ouvido e um mp3, ou sem o rádio ligada na CBN fica muito complicado.
Outra coisa fantástica é andar nesses microônibus que existem por aqui. Ou nos chamados "micrões", que são um meio termo entre o micro e o ônibus normal. Eles não possuem cobrador (ou trocador, como se diz lá em Juiz de Fora). Sendo assim, é o próprio motorista quem recebe o dinheiro. E o mais engraçado (na verdade seria cômico se não fosse trágico) é que eles cismam em receber o dinheiro com o ônibus em movimento. Ele olha para trás para te dar o troco e até gira o volante sem querer quando faz isso... Eu até preocupo-me em ter o dinheiro trocado para ter um risco a menos na viagem...
Mas tudo isso, e mais um pouco, me fez decidir por, enfim, tirar carteira de motorista e comprar um veículo. Comecei minhas aulas de auto-escola, que têm sido muito engraçadas. Serão as aulas de auto-escola que vão me dar muito motivo para escrever no blog. Mas como o texto já está loooongo e cansativo principalmente para quem tem meses que não vem até aqui, vou deixar para o próximo post a primeira história. 
Hoje o texto nem foi engraçado, mas serviu para atualizá-los. Para acompanharem minha volta passo a passo, cadastrem-se no blog e recebam notícias quando ele for atualizado. É só preencher o formulário na barra da direita. 

PS1: Esse texto é dedicado à Juliana F. e às várias outras pessoas que me incentivaram a retomar o blog. 
PS2: Esse post tem um apoio da operadora "Vivo".