quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O lixo da discórdia


Olhem que imagem marcante a da minha lixeira, hoje à noite, quando cheguei do trabalho. O lixo é um dos maiores problemas mundiais atualmente. Na green house é o maior de todos. Até por isso coloquei a opção “colocar lixo para fora” na primeira posição da enquete que fiz sobre os principais estresses de um solteiro, sozinho e sem empregada. Que preguiça que dá juntar toda aquela porcaria que vai se formando nas sacolas plásticas que usamos para encapar as lixeirinhas, amarrar tudo e levar embora para que o serviço de limpeza urbana dê uma solução final a tudo aquilo.
E o maior problema de colocar o lixo para fora é a preguiça de parar uma atividade, sair de casa, descer com as sacolinhas no elevador e colocar lá embaixo em um compartimento que prédio tem para depositar o lixo. Outra opção é deixar para descer com o lixo quando eu já for sair mesmo. A maioria das vezes, no entanto, eu to todo arrumadinho para o trabalho ou para a saída e aí é um incômodo ficar carregando aquela sacolinha de lixo pelo elevador, tomando cuidado para não encostar nas outras pessoas e rezando para não haver qualquer produto que possa causar mau cheiro durante a descida de sete andares em um elevador que tem uma velocidade média de um andar a cada 20 segundos.
Pois bem.. agora vamos ao caso que queria contar. Dia desses estava eu com uma pequena sacolinha de supermercado caminhando até o elevador para jogar fora, quando me deparo com várias sacolas de lixo encostadas em um cantinho do sétimo andar. Oras. Acima das sacolinhas (eram umas sete ou oito) havia a já conhecida placa de que é proibido colocar lixo no corredor fora do horário de coleta (que vai de 13h às 14h).
Eu sou uma pessoa de cumprir regras, mas nesse caso cedi. Era 11h, já haviam sete ou oito sacolas. Qual o problema de colocar mais uma pequenininha? Delicadamente coloquei minha sacolinha lá, ainda preocupado com medo de algum vizinho estar olhando pelo olho mágico.
Depois de sete horas de trabalho eu retorno cansadíssimo para meu apartamento, vejo o sindico na portaria, cumprimento e subo normalmente. Quando chego em casa, toca o interfone. È o porteiro pedindo que eu desça para que o síndico (que tinha acabado de me cumprimentar) desse uma “palavrinha” comigo. Imaginei de cara que era isso. Foi a única regra do prédio que eu descumprira até então...
E era isso mesmo. O síndico viu lá as sacolas, que alguém denunciou estarem lá duas horas antes do horário e resolveu investigar de quem era. Alguém estava vendo pelo olho mágico? Não. Mas não adiantou. Tal qual Sherlock Holmes, o síndico executou, durante todo o dia, um trabalho minucioso de investigação.
Acabei aprendendo, da pior forma, que não há crime perfeito. E que a Justiça nem sempre é justa. O “sherlock” mandou abrir todos os sacos plásticos, mas nem precisou de muito esforço. O primeiro, que estava acima, e com um lixo mais simples, de papéis e documentos inúteis era o meu. E lá estava a prova do crime: um envelope da Net grafado, de caneta, o número 701, o do meu apartamento.
A partir daí não adiantou eu dizer que eu apenas tinha feito isso aquele dia. Todos os outros sacos de lixo que apareceram ali desde que eu mudei para o prédio, alguns meses antes, passaram a ser considerados meus. Os outros sete ou oito saquinhos de lixo que estavam lá no corredor no mesmo dia foram considerados meus. E eu passei a ser considerado então o bandido do lixo. O f...d...p... que está descumprindo as leis do prédio e deixando lixo no corredor, prejudicando a vida de dezenas ou centenas de moradores do condomínio. O crime não compensa.
LIÇÕES DO EPISÓDIO:
1) O crime realmente não compensa;
2) Se for descumprir a regra do lixo, verifique se não deixou nenhum vestígio de que foi você o autor.
3) Uma sugestão é que queime com um isqueiro as partes do papel onde está identificado seu nome ou número do apartamento.
4) Ou então que crie (bolei isso agora) um lixo extra para os pedaços de papel em que seu nome ou número do apartamento apareça. Você pode picar um envelope e retirar apenas a identificação para seu lixo confidencial, deixando o restante do envelope no lixo que será usado para descumprir a regra. Depois você pegará o lixo confidencial, que só vai encher em um ou dois anos, e jogará no lugar correto. Ou seja, você poderá cumprir a lei apenas uma vez por ano.
5) Mas tudo bem... como dá muito trabalho, melhor voltar à primeira lição do episódio: O crime não compensa.
Agora uma última ressalva. Eu bem que estou desconfiado de que foi a dona Maria do Carmo, do post anterior, que me dedou. Claro que se eu não tivesse deixado o número do apto lá eles não teriam como provar... Mas continuo achando que ter pegado o sal e não devolvido é que foi o meu verdadeiro crime.

10 comentários:

Unknown disse...

Quanto mais leio suas aventuras, mais convicção tenho de que deixar a casa dos pais não é a melhor opção, hehe! E eu, enquanto ex-sub-síndica provisória de um condomínio de grande porte, não posso deixar de comentar: que disposição a desse ser humano viu!! ... pensei que virar lixo fosse coisa de cachorros de rua (porque os bem criados não fazem isso, que fique claro)!

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


ai ai...

Unknown disse...

Ai, Ricardo... Vc nunca aprendeu que n�o se deve jogar fora papel que tenha qualquer tipo identifica�o nossa. Isso se refere n�o s� �s assinaturas, mas tamb�m a nomes, endere�os... Rasbique o papel antes de jogar fora ou corte em pedacinhos bem pequenos, de forma que seja imposs�vel montar um quebra cabe�a com as partes encontradas. � mais f�cil que montar um lixo sigiloso � parte. Rsrsrsrs.

Elaine F.S. disse...

Não acredito que meu amigo é o criminoso Cascão! Um fora da lei que constrange vovozinhas e espalha seu fedor pelos corredores do prédio em que vive....kkkk
Ow seu sindico mexendo no seu lixo??? Processa ele. ehehehhe
bjo

Anônimo disse...

Esqueceu de comentar que aconteceu exatamente a mesmíssima coisa comigo, semanas antes desse seu caso (a quem sabe, moro no mesmo prédio que o Ricardo). Pior que eu, na inocência, coloquei o meu lixo junto com outros "coleguinhas" na porta do elevador, na inocente idéia de que seria mais fácil pro recolhedor carregar aquilo embora. E tomei aquele esporro do síndico (cuja característica principal passa longe de qualquer senso de educação...). Enfim...

Anônimo disse...

Esse negócio de colocar lixo confidencial inteiro no cesto é realmente um problema. Sou tão encanado com isso que rasgo as partes aonde constam o meu nome e endereço. Ai divido isso em duas partes e jogo uma no cesto da cozinha e outra no cesto do banheiro.

Mas esse teu síndico é um F.D.P. mesmo. O cara teve o dom de abrir o cesto só para procurar evidências do dono do saquinho??? Faz o seguinte: da próxima vez coloca o seu em baixo do "montante" hehehe. Pelo menos ele vai ter trabalho. Ah sim, despeje o lixo do banheiro - aquele com papel higiênico derrapado - por cima. HAHAHAHAHA, ia ser lindo de ver!

Vanessa Oliveira disse...

Ricardo, mesmo sabendo do que havia acontecido com o Marcelo, resolveu arriscar. Ou seja... Achou que era malandro o suficiente para passar pela situação ou, o que é o mais provável, foi mto cabeção!!!! Mereceu ter tomado esporro...rsrsrs

Bjokas!!!

Bebel Mendes disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!
Se abrir correspondência alheia é crime federal, e revirar lixo é o quê?
Tô em uma lan, rindo dessas barbaridades!!!!
É incrivel que vc esteja sobrevivendo a essa cidade!
Dá pra fazer um longa com esses seus traumas!!!
abraço

Ricardo Corrêa disse...

Nota de esclarecimento: É inverídica a informação veiculada por Vanessa Oliveira de que eu já sabia do que havia acontecido com o Marcelo. O fato de ter acontecido antes com ele não garante que eu sabia. E de fato eu não sabia. Quando falei o caso que aconteceu comigo é que ele contou que também tinha acontecido com ele.

Anônimo disse...

Marcelo e Ricardo, garotinhos juvenis... Eu não só não abriria a sacola de lixo como impediria o síndico de o fazer, citando 15 artigos inexistentes do código penal sobre respeito à privacidade. Invente os números. No final, diga que fará queixa da administradora no jornal. Em pouco tempo vocês serão mais temidos do que os advogados do prédio. Mesmo que não houvesse nada escrito no papel, o fato de vc abrir a sacola foi uma confissão do crime. Primeira regra do condomino precavido: Acuse antes de ser acusado. Aliás, da próxima vez que você for seguir um crime, seja o primeiro a denunciá-lo. Você logo deixa a lista de suspeitos...

Um abraço