domingo, 16 de dezembro de 2007

Episódio 3 - Aventuras em POA

Depois dos dramas em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro, minha chegada no aeroporto Salgado Filho foi bem tranqüila. A viagem então, uma maravilha. E as pessoas me acham maluco (com razão) quando conto essa parte, mas achei tão monótona, tão monótona que de vez em quando me pegava três ou quatro segundos torcendo para algo dar errado. Isso mesmo visitante. Estava encantado com a historiazinha das máquinas de oxigênio que cairão em caso de despressurização, ou do detalhe de que as poltronas são flutuantes para que você “retire e utilize para boiar em caso de pouso na água”... coisa que eu ainda tinha visto apenas em filme naquela época. E o encantamento me fazia às vezes olhar para a turbina ou para a asa e torcer para ver uma fumacinha, um pedaço soltando... algo assim. É louco, mas eu queria que algo desse errado com o vôo, de tão monótono. Claro que eu recobrava a consciência de tempos em tempos e pensava: “que loucura... eu querendo que o avião pifasse. Deus me perdoe.”
Mas enfim. Como não era eu no comando, tudo transcorreu bem. Cheguei em Porto Alegre com um sol quente de rachar. Coisa de 38 graus. Inacreditável. E eu com a mala cheia de blusas, calças e outros artefatos mais próprios para a utilização em estações de ski. Mas pera aí: Porto Alegre não é frio pacas? É... mas não no auge do verão, foi o que devia ter pensado. Minha primeira idéia foi jogar as roupas fora, mas claro que não foi nem a primeira nem a segunda coisa que fiz.
Fui para o hotel, ainda com meu mapinha de Porto Alegre, salvo de um desastre no aeroporto. Enchi a boca para falar o hotel que eu estava, a rua, o bairro, as referências. Tirei onda com o taxista. Cheguei fácil e me estabeleci.
Minha viagem estava ótima. O primeiro dia tinha transcorrido bacana, apesar dos R$ 1,50 por quinze minutos de internet, e eu já me preparava pra uma saída no finzinho de tarde quando começa a cair um pé d’água. Caro leitor, com um sol daquele, era de se esperar uma chuva. Mas eu juro, juro mesmo, que nunca vi tanta chuva. Muita mesmo. Alagou certas partes de Porto Alegre. Fazia tanto barulho que eu não tinha coragem de chegar na janela, que dava de frente para uma perfumada fábrica de chocolates. Temporal mesmo que, à noite, no telejornal local fiquei sabendo: chegou ao absurdo de matar três pessoas, levadas pela enxurrada.
Mas gostei de POA. Bacana. Tanto que, dos cinco dias de viagem que tinha, fiquei quatro em Porto Alegre e apenas um em Lajeado, na cidade da região metropolitana onde ficava o jornal no qual eu iria trabalhar.
Com tanto tempo em POA, deu pra fazer algumas coisas. E a mais bacana delas: ir em um jogo do Internacional, no Estádio do Beira-Rio. Aquelas promoções da Nestlé já existiam e pensei: poxa, R$ 10 para ver um jogo do Brasileirão Série A vale à pena. Além do que, o Inter estava cabeça a cabeça com Corinthians e Fluminense na luta pelo título (o Flu depois ficou para trás) e era uma ótima oportunidade para secar o rival. Diga-se de passagem sou Fluminense.
A partida era entre Internacional e Ponte Preta e eu infelizmente só tinha a opção de torcer para a Ponte Preta. Esse foi o primeiro ponto negativo da idéia de ir ao jogo. O segundo é que os R$ 10 não foram lá suficientes. Sem saber onde era o Beira-Rio peguei um táxi. Foram R$ 25 na ida, mais R$ 25 na volta. Só aí R$ 50, mais os R$ 10p do ingresso e R$ 10 de um rádio vagabundo que tive que comprar na porta do estádio pois, na hora de sair correndo do hotel, na chuva, acabei deixando o meu para trás.
Pois é, leitor. Olha que programa de índio. Fui pro estádio na chuva, sem guarda-chuva pois não sabia que naquele lugar poderia entrar com guarda-chuva. Em Juiz de Fora eles evitam. No Maracanã não pode. Pra piorar, gastei R$ 3,50 com uma batata frita pequena, a única coisa comestível de lá e fiquei, no meio da torcida do Inter, fingindo torcer também pro Inter, mas vibrando com os poucos e tímidos ataques da “macaca”, como é chamada a Ponte Preta.
Quando a Ponte fez o gol cheguei a esboçar uns gestos com os braços, mas logo me toquei que poderia ser fatal no meio da massa colorada. E aí disfarcei com um: “brincadeira essa zaga heim!”. Mas para alegria de 99,9% do estádio o Inter venceu por 2 a 1. E eu saí do estádio sem graça e desanimado mas fingindo estar super satisfeito. Em resumo: em Porto Alegre eu agora estava solteiro, sozinho, sem empregada, sem graça, sem guarda-chuva e sem dinheiro...

No próximo episódio, minha ida ao jornal em Lajeado...


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sábado, 15 de dezembro de 2007

Episódio 2 - A perda do comprovante

Feliz da vida, com meu comprovante colorido, de duas páginas, grampeadas, detalhando horários e valores da ida e da volta, fui de ônibus para o Rio de Janeiro, onde pegaria o vôo para Porto Alegre. Junto levei um mapa de Porto Alegre, que desenhei toscamente, para conhecer as principais ruas e não ser enganado pelos taxistas daquela cidade. A mala hiper cheia para agüentar o frio do sul do país e a cabeça já pensando em como seria a nova vida naquele novo estado, nova cidade, novo jornal.
No aeroporto do Rio de Janeiro, no entanto, meus sonhos começaram a se transformar em pesadelo. Sem saber exatamente a distância entre rodoviária e aeroporto e sem muitas opções de ônibus na madrugada, acabei chegando ao Santos Dumont com três horas de antecedência no mínimo... Tempo suficiente pra dar algo errado. Claro. Cheguei lá, fiz o check-in no balcão da Gol e fiquei lá andando pelos cantos sem saber o que fazer. Mesmo em tempos que não tinha apagão aéreo eu tinha horas suficientes para ficar entediado.
Minha primeira decisão para acabar com o tempo livre foi ir ao banheiro e no banheiro mais longe que tinha. Pronto. Já foram alguns minutinhos... mais um tempinho e fui no banheiro de novo... depois fui comer um sanduíche, que pedi sem salada e veio com salada, ressalte-se. E nessas atividades cotidianas fui fazendo o tempo passar.
Faltando meia hora, 20 minutos pro momento de embarque resolvi ir ao banheiro longínquo mais uma vez, pra gastar os últimos tempos.
Lá fui eu, com meu mapa de Porto Alegre, que era minha única distração, e com meu comprovante da compra das passagens de ida (que já tinha usado) e de volta, grampeado junto. Eis que resolvo dar descarga no vaso, mesmo sem ter feito nada que merecesse, e quando aperto o botão os papéis caem da minha mão.
Foi questão de milésimos de segundo para fazer a escolha sobre qual papel eu iria salvar. Voei no tosco mapinha de Porto Alegre, feito à caneta, que era minha salvação dos taxistas mal intencionados de POA. E lá se foi o comprovante, caindo suavemente na água do vaso e sendo tragado pela pressão da descarga, inútil descarga que lá levou meu pobre papel. Aliás, que bela descarga viu. Funciona demais! Levou meu papel, minha esperança e minha alegria de ter tudo absolutamente organizado para minha primeira viagem aérea.
E assim o comprovante que me desesperei para imprimir estava perdido... nos esgotos da cidade do Rio de Janeiro. Poluindo o meio-ambiente e me fazendo pegar o vôo para Porto Alegre preocupado, sem saber a hora do vôo de volta mais...
No próximo episódio. O desembarque em Porto Alegre.

Continuem cadastrando no blog e fica mais fácil de vocês saberem quando tem novidade, já que, ao contrário da rede globo, não tenho horário certo pra colocar a novela no ar. Agora deixa eu continuar a arrumar a green house que hoje está uma bagunça e é dia de faxina. Fui!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A novela (Episódio 1 - A compra da passagem)


Olá grandes amigos. Saudades de vocês, já que há muito não escrevo no blog. Pois é, caro visitante, eu não tenho muitas desculpas para dar, mas quero ressalvar que o trabalho tem me impedido de vir até aqui com tanta freqüência como gostaria. Minha ausência pode ser colocada na conta do fim da CPMF ou das festas de fim de ano, mas o importa é que voltei. Agora pra ficar, porque aqui... aqui é meu lugar.
Por falar em lugar, a história de hoje não está ambientada no lugar comum da green house. Quero contar algo que já aconteceu há algum tempo, quando eu ainda não era solteiro, sozinho e sem empregada, mas que reflete em coisas que acontecem com um solteiro, sozinho e sem empregada mesmo quando este sai de seu humilde lar para imprimir novos rumos ao barco agitado que foi sua vida...
Fui fazer minhas velas ao mar lá em Lajeado, uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Isso tem pouco mais de dois anos. Eu tinha acabado de sair de um jornal no qual trabalhava em Juiz de Fora e resolvi que ia sair de casa pela primeira vez na vida. Enfim: era a primeira tentativa de me tornar um solteiro, sozinho e sem empregada.
O destino era um jornal lá de Lajeado, cuja oportunidade apareceu depois de meses de negociação e conversa com a chefia de reportagem do jornal. Fiz as contas de gastos, salário lá e resolvi que era hora de sair da casa dos pais em JF e encarar o desafio. Mas antes, precisava ir lá ver como era o lugar para me ambientar.
Para começo de conversa, caro leitor, eu nunca tinha estado em um aeroporto. Nunca havia tirado os pés do chão em um avião e nunca tinha ido para um lugar tão longe. E aí é que começam os dramas de um candidato a solteiro, sozinho, sem empregada, sem experiência e sem noção. Que você vai conhecer em episódios a partir de hoje! O mais engraçado é que vocês não poderão ver fotos dessa viagem pois, acredite. Dois anos depois, a máquina, que era daquelas ainda de filme, está guardada, sem que eu revelasse as fotos de lá. Já era...

Episódio 1 - A COMPRA DA PASSAGEM

O primeiro grande passo para uma viagem de avião é a compra da passagem. De posse de meu cartão de crédito, a única coisa que já tinha naquela época, fui até o site da Gol fazer a compra do bilhete.
Aliás, o cartão de crédito merece, sozinho, uma história. Em resumo, para que vocês entendam, eu havia adquirido ele duas ou três semanas antes, por insistência da operadora de cartões. Eles me ligavam todo dia por volta de 8h da manhã. Fizeram isso por uns três dias e minha mãe ia lá me acordar. Minha mãe não sabe mentir e por isso acabava dizendo que eu estava em casa. Eu ia lá, cheio de sono e recusava o cartão. Pedia pra ligar no outro dia, mas não tinha forças para cortar aquele mal pela raiz.
Pois bem. Certo dia, depois de uma balada, eu morrendo de sono, querendo muito dormir, percebi que a cada vez que eu recusava as histórias aumentavam, eles insistiam mais e mais e mais. E aí veio o ápice de minha pãocomsalamice: “quanto custa esse cartão?”. A mulher explicou que era 45 reais por ano. E eu, com sono e extenuado, fragilizado pela necessidade de minha cama, meu travesseiro e tudo mais, pensei: “Poxa, 45 reais por ano para que eu durma agora e eles não me liguem nunca mais? Para resolver de vez o problema? Vale a pena”. Enfim: comprei o cartão, que depois acabou sendo útil na viagem.
E voltando à viagem, naquela época ainda nem era tão comum a compra de bilhete pela internet assim. Mas lá fui eu no site da Gol comprar. Depois de escolher o hotel em Porto Alegre, escolhi os horários mais baratos para viajar, na madrugada e efetuei a compra do bilhete do Rio de Janeiro para Porto Alegre.
Até aí tudo bem, mas foi quando minha inexperiência começou a pegar. Não lembro exatamente quanto custava a passagem, mas não era nada barato e, após concluir a compra eis que uma mensagem na tela me arrepiou: “compra efetuada com sucesso, clique aqui para imprimir seu comprovante que será apresentado no check-in”.
Pera aí, tem que imprimir? Eu não tinha impressora. Pronto, perdi o dinheiro. Foi a primeira coisa que pensei. Lembrei do quanto era difícil ter aquela grana naquela época e pensei o quão burro fui eu que não tinha imaginado isso antes.
Tentei, em vão, salvar a página. As figuras não apareciam na cópia. Saía tudo errado. Claro que aquele comprovante não ia “valer”, na minha cabeça. Pensei mil vezes antes de fechar a porcaria da página, já pensando que tinha perdido todo o dinheiro, quando descobri que havia um login que lhe levava de novo à página quando você entrava novamente no site, de qualquer computador. Ave tempos modernos! Coisa óbvia, mas que você não imagina na hora do desespero. E assim consegui, na casa de um amigo, imprimir o tal comprovante com as passagens de ida e de volta e que nem eram oficialmente necessárias no balcão da companhia aérea.
No próximo episódio, contarei o drama da descarga do aeroporto!

Cadastre-se no blog (barra direita, acima) e eu aviso quando atualizar o blog. Lembrete: devo atualizar já amanhã com o novo episódio. Aproveitem e dêem sugestões de nome para essa novela.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Chacina no apartamento

Caros amigos do blog. Eu posso explicar! Não é nada disso que vocês estão pensando. Quem viesse aqui ontem, no início da noite, de fato acharia que ocorreu uma chacina no quarto único da green house. Sangue espalhado por todos os lados em um cenário de horror que fazia inveja até aos clássicos diretores de fotografia de “A morte do demônio” e coisas afins. Cá, assim como lá, no entanto, não se tratava de sangue, eu posso garantir. E não há nenhum exame de DNA que possa ser feito que me desminta.
Diversões de um solteiro, sozinho e sem empregada são as mais diversas. Em um fim de semana de folga então... tem de tudo. Depois de um sábado de badalação, com festa e uma saída que começou às 13h e só terminou às 23h46... o domingo era para ser de descanso. E, uma dica a quem não conhece: nada melhor para descansar do que um joguinho de “buraco online” com os amigos, no velho e bom gazzag... uma espécie de orkut ultrapassado que ninguém usa como orkut.
Pois bem. Lá estava eu e minha dupla, a Fernanda, lá de Londrina, jogando buraco em partidas ardorosas contra meus dois maiores rivais: Ludmila, também conhecida como “Liz”, “Cris” e outros afins lá pelas bandas de Ubá, e “Morbidelli”, cidadão vargense, quando aconteceu o momento fatídico. Para terem uma idéia do que significa jogar contra eles, em um comparativo somos tão arqui-rivais que seu eu sou o Popeye eles são o Brutus. Seu sou o He-man eles são o esqueleto. Se eu sou o professor Xavier eles são o Magneto. Em suma: eles são a CPMF da minha vida.
Mas é melhor tratar do assunto logo para que vocês possam rir à vontade de mim. As partidas de buraco online costumam demorar e por isso decidimos fazer um intervalo técnico de 48 minutos para que cada um organizasse sua vida em casa. No meu caso, a opção foi tomar banho. Antes, porém, de sair eu tinha pedido e comido um double habibs, comida típica da green house, e deixei os sachês de catchup que nunca uso em cima da cama, ali ao lado da cadeira do computador.

Quando voltei do banho, não percebi que o sachê havia caído e, ao puxar a cadeira para continuar o trabalho, eis que a rodinha passa diversas vezes por cima de todos os sachês de catchup possíveis, esguichando aquela pasta vermelha por todos os lados do chão taqueado e sintecado do “monoquarto” da green house.
Amigos, não é mentira. A cena fazia lembrar as mais cruéis chacinas já ocorridas em quaisquer eras nas quais existiu um duelo mortal. Era como se estivesse em uma cena de Kill Bill, com sangue espirrando por todos os lados. Cheguei a me imaginar como o “Maximus”, personagem central de “Gladiador”, em plena arena do Coliseu, em Roma, a lutar contra leões e todo o império de tão vermelho que ficou o chão embaixo de meus pés.
Enfim. Um catchupcídio que, se não deixou o chão vermelho de vergonha, como se fosse uma passeata de partidários de Hugo Chàvez após a derrota no referendo da reforma constitucional venezuelana, assemelhou-se a uma marcha do exército vermelho russo, ou chinês. Senti-me no site do PCdoB ou no meio da torcida do Internacional de Porto Alegre. Como diria o presidente Lula, “nunca na história desse país” se viu tanto vermelho em uma green house.
Imagine, caro visitante, o prejuízo que tal situação causa a um solteiro, sozinho e sem empregada, em pleno domingo de folga... a curtir horas de paz e tranqüilidade em seu lar. Depois de certa limpeza, razoavelmente eficiente, o vermelho desapareceu. Mas hoje, mais de 24h depois, ainda cismo em achar que essa casa está com cheiro de catchup. E o pior, amigo leitor: abdiquei do habibs hoje, mas acabei de pedir um quarteirão com queijo no Mcdonalds. Espero que venha sem catchup, para não repetir o dia em que a green house se tornou "red house" por alguns instantes.
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domingo, 2 de dezembro de 2007

Onde está a chave?

Esse é mais um daqueles posts em que vocês ganham o direito de rir da minha desgraça. E sei que esses são os que vocês gostam mais... Pois bem, a história é tão dramática ou mais do que as situações em que fiquei sem ônibus e sem dinheiro lá em Contagem, ou nas quais peguei a linha errada e fui parar lá em Macacos... É a típica coisa que acontece com um solteiro, sozinho e sem empregada. Principalmente por morar sozinho!
Fim de semana, principalmente quando tinha acabado de me mudar para cá, eu sempre usava para ir a Juiz de Fora ver a família. Agora nem tenho ido... mas antes eu ia duas, até três vezes em um mesmo mês. E em uma dessas ocasiões aconteceu algo que eu não vou esquecer tão cedo...
Minhas viagens a Juiz de Fora costumam ser corridas, chegando lá no sábado de manhã e voltando na madrugada de segunda-feira. Então preciso aproveitar ao máximo o tempo que ficou lá. Isso quer dizer que não tenho tempo para pensar em outra coisa e talvez tenha sido esse o motivo do desastre que me acometeu.
Já cansado do fim de semana, cheguei à rodoviária de Juiz de Fora 45 minutos antes do horário do ônibus partir e fiquei lá, fazendo hora até dar o tempo de partir de volta pra BH. Eu tenho essa coisa de horário. Acabo chegando cedo nos lugares para não atrasar. E fico lá, entediado, enquanto a hora não passa.
Demorou, mas chegou a hora de vir. Sento no ônibus, me acomodo, abro minha coca-cola, espero o ônibus sair do lugar e coloco o mp3 player para tocar paulinho da viola. Quando to no “quando a vida nos cansa e se perde a esperança o melhor é partir” toca meu telefone. Era minha mãe, que não rodeou demais:- Meu filho, tenho uma notícia ruim para você – disse, emendando.
- Você esqueceu sua chave aqui. Acabei de notar.
Eu sou um idiota então antes que perguntem se eu não tenho uma cópia em outro lugar eu respondo: eu tenho uma cópia da chave da minha casa, que está lá... em casa, dentro de casa.
Pois é. E não havia mais como voltar. Eu fiquei 45 minutos lá na rodoviária fazendo hora e ninguém, nem mesmo eu, percebeu que eu tinha esquecido a chave. Quando o ônibus partiu a chave foi descoberta. É o tipo de coisa que quem já leu os posts abaixo sabe... só acontece comigo!
Pois é. E aí eu tinha 4h15 minutos (é o tempo de viagem de JF pra BH de ônibus) pra traçar um plano mirabolante para solucionar a questão. Eu ia chegar em BH 4h30 da manhã mais ou menos... então não tinha a mínima idéia do que fazer para entrar em casa.
Minha primeira opção era tentar um asilo. Liguei pra casa do Marcelo, esse vizinho que mora no prédio e que sempre pode ser útil num momento como esse e detalhei a situação. Perguntei o que ele tinha de sugestão e meio que propus de ficar lá fazendo hora entre 4h30 e 8h, quando chamaria um chaveiro para arrombar a porta e liberar minha entrada. Ele falou que tava beleza mas depois lembrou do fato mais lastimável.
A porcaria do colchão que eu ficava quando tava hospedado lá estava, como minha chave reserva, dentro da minha casa. Ou seja, não adiantava. E nem sofá o cara tem também, antes que alguém dê essa sugestão.
O segundo passo foi tentar um chaveiro 24hs. O Marcelo arranjou um catálogo na portaria e me passou os telefones. Quando cheguei em Barbacena, na metade do caminho, liguei pro pobre coitado que trabalha até de madrugada... Claro que o cara não fica lá trabalhando a noite toda. È esquema de plantão. Ele deixa o telefone do lado da cama dele e acorda assustado com voz de sono.
Eu detalhei a situação. Perguntei quanto custava para arrombar a fechadura, trocar e expliquei (isso era 2h... mais ou menos) que eu só chegaria às 4h30 da manhã... Ou seja, basicamente eu disse pro cara: pode dormir mais um pouco. Só to te deixando de sobreaviso porque vou te ligar daqui a pouco pra tu vir aqui trocar a fechadura.
Cheguei, avisei na portaria e fiquei lá aguardando o cara. Entramos no prédio e, como eu nunca precisei arrombar uma fechadura de madrugada, não tinha a mínima noção de onde ficava a luz do corredor.
E aí, mais uma vez, fiz papel de ladrão né. Imagina, 4h30 da manhã... eu lá no corredor escuro, falando baixinho e o cara lá tentando arrombar a porta, com uma luizinha pendurada na testa e cheio de ferramentas. Só que nesse caso, como era o chaveiro que estava fazendo o serviço, eu fazia o papel de “mandante” do crime apenas.
Eu fiquei desesperado com medo de que alguém aparecesse. E se dona Maria do Carmo pensasse que era um ladrão e já saísse atirando pelos corredores? Até eu me explicar... e ela ainda iria alegar legítima defesa, lembrando que eu roubei o sal dela uma vez.
Sorte que o chaveiro era bom arrombador de portas e conseguiu abrir aquela fechadura vagabunda em menos de 2 minutos. O problema maior veio depois. Acredita que o infeliz não levou a fechadura nova? Disse que precisava medir, de acordo com a fechadura antiga e eis que tive que ficar lá esperando, com a porta sem fechadura, até que o viadinho fosse lá no serviço ou na casa dele buscar uma fechadura nova e voltasse.
E aí não sei se vocês se tocaram... eram 4h40 da madrugada! Eu não tinha dormido, primeiro pois já não consigo dormir em viagem... segundo pois passei o tempo inteiro bolando uma solução para o problema da chave. E pra piorar: eu tinha que trabalhar às 10h da manhã!!!! Sem poder dormir, o que eu fiz? Coloquei um colchão na sala encostado na porta, com o lado do travesseiro apoiando para que não abrisse... para tomar conta das minhas coisas enquanto não tinha fechadura e fiquei lá tentando cochilar, durante duas horas, até que o cara voltasse com a porcaria da fechadura nova. E trouxe uma fechadura mais vagabunda do que aquelas de armário de escola pública.
Claro que, quando chegou, eu não tive coragem de mandar ele voltar para buscar uma fechadura melhor... Até porque eu tava morrendo de sono e queria que ele resolvesse o problema para que eu fosse dormir em paz. E assim foi feito. Serviu pelo menos para trocar a fechadura da casa, já que eu desde que tinha mudado não tinha trocado. Mas vamos às simples lições do episódio:
1) Chaveiro 24h, arrombamento de porta e fechadura nova: 80 reais
2) Ficar horas desesperado no ônibus sem saber como entraria em casa, horas acordado escorando a porta com a cabeça e ver uma fechadura vagabunda ser colocada em sua casa: não tem preço.
Algumas coisas na vida o dinheiro não compra. É necessário ter inteligência. Para todas as outras existe mastercard...

Lembrete sagrado: Cadastre seu email na barra lateral ao lado e eu mando para vocês uma mensagem sempre que o blog for atualizado. Assim você não perde seu tempo e pode pensar em outras coisas como, por exemplo, onde colocar sua chave reserva :)

sábado, 1 de dezembro de 2007

O estilo green house!

A simpática Fernanda, que comentou no post abaixo, disse que agora, a cada vez que lê o blog, fica tentando imaginar um fogão verde, uma geladeira verde, um móvel qualquer verde... pois eu costumo dizer que, na green house, é tudo verde. Então esse post vai esclarecer o que é e o que não é verde na green house. Se não for suficiente, vou organizar uma excursão até aqui para que as pessoas vejam, in loco, como é minha casa, que virou referência em decoração no mundo moderno.
Pois bem. De fato aqui é uma green house. Todas as paredes são verdes. Verde água, bem claro para não enjoar. Mas são verdes. Minha casa parece uma grande limonada, imaginem só... E como eu sempre gostei de verde e sempre quis ter alguns acessórios verdes em minha casa, a pintura, que a dona do apartamento fez, acabou vindo a calhar (acho engraçada essa expressão: “veio a calhar”).
Òbvio que quando você vai decorar uma casa você tem que tomar muito cuidado para não ser brega. E o primeiro passo para não ser brega é não misturar nem exagerar. Não misturar significa usar poucas cores. Tenho um irmão que diz: passou de três cores é brega. O melhor é definir alguma como base e usar as outras apenas suavemente. Não exagerar é não fazer coisas absurdas como colocar móveis enormes na chamativa cor que escolheu. Tem que ser apenas uns “salpicos” (essa palavra é engraçada também) de cores fortes em um ambiente tranqüilo que você possa chamar de “lar doce lar”.


No caso da green house, a base é verde, mas o branco tem forte presença pra tranqüilizar o ambiente. Móveis são brancos. A única exceção é a estante da sala, que é tabaco com detalhes em prata e tem apenas as portinhas brancas. Isso porque precisa dar uma quebra com os eletro-eletrônicos (tv, home theater, vídeo e dvd) que são todos prateados ou cinzas sei lá. Mas tirando isso, o restante da casa ou é verde ou é branco. Vejam os exemplos.
Na sala, o sofá é branco, com almofadinhas verdes “tom sobre tom”. A mesa da sala tem toalhas verdes. São várias, então dá para manter sempre verde. Para não sujar a toalha, tenho jogos americanos (igualmente verdes) que coloco quando vou comer alguma coisa. O tapete da sala também é verdinho, bem chamativo, dando o toque final na decoração da sala. Na foto vocês podem ver que as xícaras e pratos também são brancos com detalhes em verde. Até os guardanapos são verdes.
Na área, onde está a máquina de lavar (ave máquina!) também há coisas verdes. A vassoura, o rodo, a pá... tudo verde. E a própria máquina de lavar (ave máquina!) tem uns detalhes pequenos em verde no painel.
Chegando à cozinha, você entra em um dos territórios mais greens da green house. O chão branco tem tapetes na entrada que vai pra sala, na entrada que vai para o quarto, no pé da geladeira, do fogão e da pia. Tudo verde. A geladeira branca tem detalhes em verde. Fogão e microondas são só brancos assim como móvel da cozinha. O filtro (sem galão até hoje) é verde. Os talheres têm o cabo verde. As tigelas e demais utensílios tais como conchas e etc são verdes. Potes, saca-rolhas e tudo mais... verdes! Esponja de lavar pratos, detergente e até aqueles paninhos tipo perfex são verdes também. Lixeiras e utensílios para colocar sabão, a esponja e outros também são igualmente verdinhos.
No quarto, junto do guarda-roupa e da cama brancas estão outros detalhes em verde. O telefone, por exemplo, é verde. Os lençóis obviamente não são sempre verdes. Eu tenho dois tons de verde para colocar em dia de visita. Para a green house ficar mais green do que nunca. Mas em outras ocasiões costumo usar jogos amarelos, azul claro, azul escuro e vermelho.
O banheiro é outro território bem green. Dois tapetes são verdes. Aqueles jogos de cobrir o vaso também são verdes. O desodor (aquela pedrinha ou líquido que colocamos no vaso para dar cheiro bom) também costuma ser verde na maioria das vezes. Toalhas de banho e rosto são verdes, principalmente quando tem visita. Quando não tem tenho toalhas de outra cor, mas uso mais as verdes.
Todos os acessórios como pote para colocar escova de dente, sabão, sabonete, baldes, vassourinha do banheiro, tudo é verde limão. O papel higiênico costuma ser verde água, tal como a parede. Completam a decoração: xampoos e condicionadores verde limão (são aqueles garnier fructis com ativo concentrado de frutas... esse nome dá uma noção de que o troço é muito bom), além de desinfetantes, esponjas e tudo mais.... claro... verdes.
Todo mundo que vem aqui acha bonita a casa. Mas todo mundo zoa o fato de ser tudo verde. Ainda mais porque ela continua verde até quando está bagunçada. Os jornais que eu deixo jogado possuem predominância do verde... a conta de luz que ás vezes fica em cima da mesinha do computador também tem predominância do verde. E assim vou vivendo na green house.
Foi da green house que surgiu a idéia de um green blog. Que vai continuar assim, green blog até que eu mude de apartamento provavelmente no ano que vem. E aí vou ter que repensar se a decoração será mantida no estilo “green” ou se vou eleger outra cor para o imóvel. O grande lance da green house é que ela virou uma entidade. Quando se discute se vamos fazer alguma coisa, logo alguém sugere: “vai ser na green house?” ou logo que se decide pergunta: “não vai ser na green house?”.
Outras pessoas acabaram adotando o tema e passaram a montar suas casas na linha da green house. Uma amiga do jornal, por exemplo, criou “red house”, que foca na cor base vermelha, com móveis pretos e paredes brancas. Está muito bonita também. E agora já começam a aparecer idéias de yellow houses, blue houses e até pink houses por aí. Virei referência em decoração. Tem a decoração estilo barroca, estilo neo-clássica, e estilo “green”. Vou patentear e começar a ganhar dinheiro com isso.

OBS - Continuem se cadastrando na barra lateral, acima, logo abaixo da descrição do blog. Fazendo isso eu te envio um email e você poderá saber a hora em que o blog foi atualizado. Comodidade ao estilo green é só aqui! :)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Dando um gás

Em empresas jornalísticas de um modo geral, como jornal e televisão, costuma-se chamar de pauta “.rec”, abreviatura para “recomendada”, aquele assunto que é solicitado por algum superior e cuja matéria terá que sair em qualquer hipótese. Este post, embora não tenha sido sugerido por um superior, é um “post rec”, ou melhor, é um “post obr”, abreviatura para obrigatório, pois me foi sugerido. Explico: quem me pediu esse post fez chantagem emocional e fez de vítima pedindo que eu escrevesse. Aí está então! Vamos ao que interessa:
Já contei, em um outro texto no início do blog, qual foi o primeiro produto que comprei aqui na green house. Para quem não se lembra, foi um microondas, comprado pela internet na Americanas.com, quando o apartamento ainda nem tinha sido alugado. Mas faltou dizer qual foi o último produto comprado para cá; curiosamente também utilizado para o mesmo fim do microondas: o botijão de gás. Aliás, não foi nem comprado... mas isso explico já já.
Pois bem. Alguns devem imaginar que é natural a casa de um solteiro, sozinho e sem empregada não ter fogão. Mas eu não acho. Acho fundamental que tenha um fogão e, sendo assim, comprei o fogão logo na primeira leva de compras da green house. Ele foi comprado na mesma semana do microondas, mas chegou já no apartamento novo. Quase um ano depois, no entanto, permanecia fechado, sem utilização, por conta da falta do botijão de gás na green house.
Primeiro é melhor eu explicar os motivos que me fizeram ficar tanto tempo sem o botijão. Em primeiro lugar, eu visualizei a parede da cozinha da green house. Verdinha que só... e imaginei como ficaria suja de gordura. Ponto negativo para o botijão. Imaginei como as panelas ficariam sujas e como seria difícil arear toda vez que preparasse alguma coisa. Mais um ponto contra o botijão. Imaginei como o próprio fogão ficaria, sujo, engordurado e etc. Outro ponto contra o pobre botijão de gás.
Lembrei do incômodo quando o gás acabasse no meio de um alimento, do espaço que ele ocuparia na cozinha, da chateação que seria comprar a manguerinha, aqueles aneiszinhos para segurar a mangueirinha, aquela válvula e tudo mais. Sendo assim, o botijão de gás perdeu status de item de primeira necessidade e foi colocado na lista das coisas secundárias que a green house precisava.

Enquanto o botijão passava longe de minha casa, o fogão servia como um ótimo armário, muito bonito aliás. A parte de vidro em cima fazia lembrar aquelas mesas mais luxuosas e era peça de decoração da minha humilde porém bem resolvida cozinha. Mas um dia cansei de comer miojo de microondas, massas de microondas, hambúrgueres de microondas e até (acredite) arroz de microondas (existe isso!).
E foi aí que comecei a pensar melhor na idéia de ter um botijão de gás em casa, que pudesse ser utilizado apenas em uma ocasião especial, sem causar muitos transtornos domésticos.
E aí é que entra na história a pessoa que me obrigou a escrever este post. Foi ela, uma colega de trabalho muito bacana por sinal, que deu a primeira luz na escuridão na qual tratava “o problema do botijão”. Como eu já tinha ligado para inúmeros tele-gás e não conseguia nenhum que vendia junto o botijão, ela lançou a idéia de me emprestar um botijão que tinha em casa, mas que não usava pois seu prédio tem gás encanado.
Pois bem. Gostei da idéia e aí entrei em um outro problema: a preguiça de ir buscar o tal do botijão na casa dela. Enrolei uma, duas, três semanas. Quando ameacei ir, ela passou mal e não pude buscar o botijão. Enrolei mais um, dois ou três meses e, quase um ano depois, eis que o botijão está aqui em minha casa.
A pobre garota, uma loirinha até muito bonita e ao estilo (perdoe-me) “patricinha” decidiu trazer o botijão por conta própria, já que eu enrolava para buscar. Claro que ela trouxe de carro, mas precisou sair carregando o botijão até o porta-malas do carro, sofrendo horrores para resolver o problema da falta de gás aqui em casa.
Entende a situação? Essa moça está para mim assim como o Evo Morales está para o Lula, em relação ao gás boliviano. A grande diferença entre ela e o Evo é que, eu não precisei sequer construir o gasoduto e ficar sofrendo com a estatização de refinarias e etc e tal. Nada disso. Ela trouxe o gás até aqui. E de graça, diga-se de passagem. O botijão e um resto de gás (talvez metade) que está em uso até então.
Que graça de menina. Mereceu até uma recompensa. O que fiz então? Ofereci um almoço a ela, feito por mim, com o botijão novo. Uma massa ao molho branco salpicada de presunto e mussarela derretida que, de fato, ficou muuuuito boa. Agradou visivelmente e a tal moça passou a ser difusora da informação de que sou bom de cozinha, aos quatro cantos por aí.
Embora eu tenha feito sozinho o prato, a autora da base da receita é minha irmã, que me ligou e passou as instruções por telefone. Eu apenas incrementei para dar o toque especial e fazer o saboroso “penne ao molho branco a la green house”. Um sucesso de crítica, tal qual os pratos dos maiores restaurantes do mundo.
Depois disso, a green house passou a se especializar em alguns produtos, como o pastel frito de queijo. Para quem não imagina, apesar dos dramas domésticos, sou até bom de cozinha. Faço arroz muito bem (embora tenha feito poucas vezes), carne moída, macarrões em geral, bolos e outras coisas simples, mas saborosas para as quais serve um fogão.
Solteiro, sozinho e sem empregada, na cozinha da green house, sempre dá certo, embora para fritar pastel eu costume ter que enrolar o pano de prato na mão pois aquelas gordurinhas que ficam pingando, principalmente quando cai uma gotinha dágua na frigideira me queimam todo. Outro problema é que comprei panelas muito bonitas, em inox com cabos igualmente brilhantes, mas que, por serem do mesmo material, transmitem calor e esquentam demais fazendo com que eu igualmente queime as mãos se der bobeira. O terceiro problema é que, depois de um ano sem utilização, meu fogão novinho em folha não está com o forno funcionando. :(
Mas o pior não é fazer a comida em si, e sim lavar tudo depois. A sujeira com gordura é imensuravelmente maior e o trabalho de lava, esfrega, areia e ensaboa é muito maior. Uma chateação, que faz com que eu desanime de usar o fogão.
Ainda assim não tenho palavras para agradecer a pobre alma que me emprestou o botijão, rompeu as barreiras de minha preguiça, trouxe o botijão até aqui e proveu minha casa de tão importante fonte energética em tempos atuais. Mas preciso fazer uma ressalva. Tal cidadã foi a mesma que (conforme já narrei em um post no passado) quase incendiou minha casa transformando meu microondas branco em amarelo ou meio bege por dentro, após queimar a pipoca que mais tarde seria saboreada junto com o sal da dona Maria do Carmo. Ou seja: a pessoa que quase inviabilizou meu microondas foi a responsável por me dar outra alternativa para cozinhar. Nada como um dia após o outro. Mas se ela tivesse danificado minha máquina de lavar (Ave máquina!) não teria botijão de gás que a salvaria...

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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Aventuras no supermercado

Olá, caros leitores. Vocês devem estar achando que eu sou um chato que reclama de tudo e se incomoda com as pequenas coisas no lar da green house, certo? Pois bem. Para desfazer essa imagem que eu mesmo criei com os posts anteriores, hoje vou optar por falar de algo que gosto embora para muitas pessoas seja um suplício: visitar o supermercado.
Pois é, internauta, essa, na minha opinião, é uma das grandes atividades de um solteiro, sozinho e sem empregada. Visito mais o supermercado do que a casa dos meus amigos e sempre saio de lá feliz e satisfeito cheio de compras nas sacolas plásticas (que por sinal agora foram proibidas aqui em Belo Horizonte). Tirando as sacolas, cujo carregamento é uma lástima, a ida ao supermercado só me traz felicidade.
Preços? Nem reparo, para falar a verdade. Sou uma pessoa que gasta pouco em outras coisas e aí acaba sobrando dinheiro para gastar no supermercado. E gasto mesmo. Compro tudo no supermercado. Exceto eletrodomésticos e eletrônicos sofisticados, que são difíceis de carregar e por isso compro pela internet, o restante da green house toda veio de supermercado. Não é exagero dizer que minha vida de consumo se dá, em grande parte, no caixa de supermercado.
Meu shopping
Lá eu compro roupa, desde as mais simples, de andar em casa, até camisas sociais, gravatas, calças, agasalhos e roupas mais sofisticadas. Isso mesmo, internauta. Compro tudo isso no supermercado. Coloco no carrinho, nem experimento e não quero nem saber. Até sapato já comprei no supermercado e foi uma das melhores compras. Claro, sem experimentar também. Jogo no carrinho e vou feliz da vida, feliz por ter economizado dinheiro e, principalmente, tempo. Outros itens que já comprei em supermercado: o home theater que citei no tópico anterior, vários artigos de informática, incluindo a cadeira de Renan Calheiros que adquiri para o meu pc... lençol, pratos, utensílios diversos para a cozinha e tudo mais que você possa imaginar. O supermercado é o meu shopping predileto. Mas, claro, tem que ser aqueles hipermercados como o que tem lá perto de onde eu trabalho.
Desculpa
Ah, outra estratégia que tenho é ir ao supermercado quando estou muito cansado e disposto a pegar um táxi para vir para casa. Vou lá e compro tudo o que preciso e o que posso vir a precisar nos próximos meses. Resultado: saio de lá cheio de sacolas (as famigeradas sacolas proibidas) e aí arranjo uma desculpa para pegar um táxi até em casa, gastando mais de 10 vezes mais do que gastaria de metrô.
Teoria da fome
É óbvio, no entanto, que a maior parte das coisas que compro no supermercado são produtos de limpeza – principalmente para prover minha máquina de lavar (AVE MÁQUINA!) e gêneros alimentícios. Ou melhor, é porcaria de comer mesmo. Arroz, feijão isso eu comprei apenas uma vez. Até hoje ainda tenho isso aqui. Compro é batatas fritas, latas de coca-cola, presunto, mussarela, miojo, caixas de bis e tudo o que um solteiro, sozinho e sem empregada precisa para sobreviver em seu lar, principalmente nos fins de semana.
Mas já descobri, caro leitor, que ir ao supermercado com fome faz você comprar até 70% a mais do que se for depois de se alimentar. Quando estou com fome, os alimentos e tudo mais brilham na prateleira. Eu compro mais miojo, mais mussarela, mais presunto, mais produtos de microondas, mais sucos, achocolatados prontos de geladeira, iogurte e chocolate, muito chocolate. Exagero mesmo e só depois percebo que ao comer a primeira dessas coisas todas as outras perdem o sentido. A fome, neste caso, é fator de multiplicação de meu ímpeto comprador, pelo simples fato de que eu compro mas não como na hora (é tipo a história do fumei mas não traguei do Bill Clinton)...
Teoria do chocolate
Mas por falar em chocolate, tenho uma teoria que desenvolvi já há alguns anos sobre a importância que tem na vida de um homem o fato de ele poder comprar seu próprio chocolate. Talvez isso explique porque eu compro muito chocolate. Caro leitor, não exagero e não me tomem como maluco, mas quando eu compro chocolate, uma barrinha que seja, e pago, a sensação de felicidade é impresionante. Passa um filme na minha cabeça, dos tempos em que eu era criança e não podia comprar meu próprio chocolate. Sabe quando você é criança e quer comprar doces mas precisa que o pai ou a mãe dê o dinheiro. Pois então, agora eu posso comprar meu chocolate e decidir quando e quanto eu vou comprar. Eu mando na minha vida. Compro meu chocolate.
È fato que eu não posso comprar o carro que eu quiser, a hora que eu quiser nem quantas vezes eu quiser. Mas, até onde tenho notícia dos preços de chocolates por aí, eu posso comprar qualquer chocolate quando eu quiser. Eu sempre tenho dinheiro para comprar chocolate. Posso comprar milhares de chocolates. Eu sou um rei quando se trata de chocolate.... exagerando um pouco. E aí desenvolvi essas duas teses:
1) Um homem só se torna homem de fato quando pode comprar seu próprio chocolate;
2) A independência de um homem se mede pela quantidade de chocolates que ele pode comprar;
E assim fico feliz, solteiros, sozinho e sem empregada, mas com moral e dinheiro para comprar meu próprio chocolate.

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O perturbador da ordem

São 23h39 e já era para eu estar dormindo. Há mais de uma hora eu despedi de todos no MSN e, supostamente, deixei a internet para ir dormir. Estava e estou com uma tremenda dor de cabeça, talvez por tantas contas que tive que pagar hoje. Mas como estão notando eu não dormi. E por um motivo simples: enquanto eu estou aqui, minha máquina de lavar (AVE MÁQUINA!) está lá trabalhando como uma escrava para deixar meia dúzia de camisas sociais limpinhas para que minha semana possa continuar. Como já disse no post específico sobre a máquina, não posso deixá-la sozinha, pois depois esqueço a roupa dentro da máquina e ela acaba com cheiro de molhada, de forma que é praticamente impossível tirar.
Isso aconteceu várias vezes, caro visitante, e nem aqueles líquidos mágicos batizados de “passe bem” costumam resolver a questão do cheiro que fica na roupa se eu a esquecer lá dentro. Sendo assim, tenho que esperar acabar a lavagem para colocá-las no minivaral que possuo na área e, aí sim, de consciência e roupa limpa, dormir em paz.
Imagino que os vizinhos estejam querendo fazer a mesma coisa. Já suponho, por exemplo, que dona Maria do Carmo, minha vizinha da frente, já colocou sua camisola de bolinhas vermelhas e um tapa-olho marmota em seus aposentos. Ou que a velhinha do décimo andar já passou a chave no piano e uma hora dessas prepara-se, já com a dentadura dentro do copo, para uma noite tranqüila de sono.
Acontece, caro visitante, que em um prédio grande como esse, as coisas nem sempre são assim. Vez ou outra tem um vizinho que exagera, faz uma festa até tarde, chama uma cambada de amigos e tumultua o ambiente e o sono dos pobres coitados que por azar na vida definiram como moradia um pedaço de teto exatamente ao lado do infeliz. Pois é. E eu já fui esse infeliz.
Que incômodo, caro leitor. Eu, um cara respeitador das leis, correto com as pessoas e justo com os pobres mortais, imagino-me taxado de perturbador da ordem, franqueador de eventos fora do horário e ofensor da moral e dos bons costumes?! Que vexame! Mas explico. Casa de solteiro, sozinho e sem empregada costuma ser ponto de encontro oficial da turma, seja para um amigo-oculto, para assistir um jogo ruim da seleção brasileira ou mesmo para ficar de papo e esquecer os problemas do dia-a-dia (mesmo que esses problemas sejam exatamente a ruindade de nossa seleção).
Logo que mudei-me para cá fui “fichado” como um subversor, sem culpa nenhuma, diga-se de passagem. Acontece que, logo na primeira semana de permanência na green house, surgiu a idéia de fazer um amigo-oculto na editoria em que eu trabalhava no jornal. Evento de jornalista, para quem não conhece, costuma já começar tarde. Era uma quinta-feira e definimos começar tudo 22h. Antes disso era impossível, já que o jornal fecha por volta desse horário e ninguém poderia sair de lá antes.
Eu, na época repórter de política, previ que chegaria em casa mais cedo, por volta das 20h, organizaria tudo e pronto: receberia a turma para um festejo razoavelmente rápido e sem riscos para com os vizinhos.
Acontece que vida de jornalista é complicada e fui escalado, às 17h, para ir para a porta da Polícia Federal, onde ia ser libertado um deputado preso por sonegação de impostos. Fui para lá, esperando que, cumprida a ordem de soltura, ele saísse por volta das 18h, ou no mais tardar 18h30. O tempo foi passando, passando, a chuva caindo na minha cabeça, a fome apertando e o pior... o horário do amigo-oculto indo para o brejo. Por volta das 22h30, 23h as pessoas começaram a se aglomerar na porta do meu prédio, com salgadinhos e refrigerantes na mão. Enquanto isso, eu estava ainda na porta da Polícia Federal, praticamente preso como o deputado que eu aguardava. Lembro exatamente que ás 0h17 ele foi libertado. Um carro já me aguardava lá na porta da PF para me levar em casa, onde a turma toda, de umas 10, 12 pessoas me aguardava.
Pois bem, caro leitor, uma festa que começa 0h40 realmente não pode dar certo. Se der certo para nós, dá errado para os vizinhos. E foi isso que aconteceu. O tempo foi passando, a festa foi rolando, as pessoas indo embora e os mais animados ficando. Até que houve a primeira reclamação. Vizinhos, obviamente, queriam dormir.
Semana depois, outra festa, outro problema. O home theater que eu comprei e instalei na sala não passava do volume 2 (e ele vai até o 39), mas não era suficiente. As pessoas é que falavam alto, riam na janela e etc. Coisas normais de uma festa animada. Normais não no meio da madrugada. E veio a segunda reclamação. E assim aconteceu mais uma vez.
Em resumo, caro leitor, ganhei rapidamente o estigma de perturbador da ordem. Com justiça, tudo bem. Mas aí os vizinhos resolveram passar dos limites e abusar. Um mês após os episódios estava eu, domingo, 15h, com o home theater ligado nas alturas, enquanto lavava o banheiro de casa. De fato o som estava alto, mas eu precisava de motivação para lavar o banheiro. Encher tudo de espuma, esfregar daqui e dali, em pleno domingo, enquanto todos descansavam? Era justo ligar o som alto. Mas os vizinhos não perdoaram. Lembraram de meu histórico já “fichado” e não deu outra... Reclamaram! Por azar deles, o som estava tão alto, mas tão alto, que eu obviamente não ouvi o interfone tocando para que o porteiro reclamasse. Mas ele foi mais esperto e interfonou para um vizinho que esmurrou minha porta para avisar da reclamação.
Claro que eu ainda fiz questão de contestar: “poxa, domingo, a essa hora”? Mas não adiantou. Aceitei o argumento ridículo de que um outro vizinho qualquer queria “tirar uma sonequinha” e abaixei o som. Tentei assim, limpar a minha barra, mas tenho a impressão de agora sou conhecido no prédio da seguinte forma: “o cara que coloca som alto ou tumultua o ambiente, mas que respeita qualquer pedido para que abaixe o volume ou pare com a algazarra”. Menos mal...

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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Maquiando sua casa

Olá, caro visitante. Tem dois duas coisas que eu costumo fazer no fim de semana, quando estou de bobeira na green house:
1) Arrumar a casa;
2) Desarrumar a casa.
No fim de semana que passou, optei pela segunda opção, portanto você imagine que a sala da green house também está mais para a opção “b” do que para a opção “a”.


Pois bem caro amigo. É aí que a vida de um solteiro, sozinho e, principalmente, sem empregada, começa a se complicar. Não sei se repararam, mas o blog anda mais arrumadinho ultimamente. Estou criando links, colocando mais coisas, criando sistemas de busca. Tudo para que as coisas fiquem mais organizadas e atrativas para todos vocês.
É exatamente o mesmo que acontece com a green house quando vou receber visitas. Agora imagina se eu tivesse que fazer isso hoje, no “day after” do fim de semana. Impossível arrumar a casa em tão pouco tempo, principalmente tendo trabalhado o dia todo. É para resolver situações como esta que desenvolvi um sistema de maquiagem da casa. E vou revela-lo com exclusividade aqui no green blog. Sim, caros leitores, sou fera na maquiagem da green house. E se quiserem fazer o mesmo em suas casas e receberem elogios que só costuma receber quem tem empregada para deixar tudo arrumadinho todo dia, prestem atenção em minhas próximas palavras.
O primeiro passo é ter gavetas e espaços livres em casa. O ideal é ter uma proporção de 30 a 35% das gavetas e espaços da casa desocupados. Isso lhe garante uma margem de segurança para o caso de ter que arrumar a casa às pressas. E eu explico a necessidade.
A técnica de maquiagem doméstica consiste em pegar tudo que está jogado ou fora do lugar e entulhar nas gavetas e espaços previamente desocupados para este fim. Isso significa o seguinte: se algo está fora do lugar, não pense se precisa dobrar, se é para jogar fora, se é um item do quarto ou da sala, nada. Isso tudo gasta tempo. Coloque nas gavetas. Além das gavetas, outras sugestões são o vão debaixo da cama e o a parte de cima do guarda-roupa. Sempre cabe coisa lá.
Na cozinha você deve ter um cuidado especial. Òbvio. Os panos de prato, os artigos de cozinha não podem ser misturados a torto e a direito pela casa. E aí você tem duas saídas, fora o móvel do cômodo. Um é o forno do fogão. É ótimo, por exemplo, para guardar uma panela suja, que você está com preguiça de lavar. Dentro da panela você pode colocar talheres que também precisem de lavar, com água, para a sujeira não grudar. Outra saída é o microondas. Serve para guardar tigelas, pratos e outras coisas quando não estão demasiadamente sujas.
Aqui na green house, possuo compartimentos preparados para maquiagem em cada cômodo. Na sala são duas portas na parte debaixo da estante. Na cozinha, duas, das cinco gavetas do móvel ficam vazias, prontas para uma emergência, além do fogão e do microondas. A gaveta de frutas da geladeira só deve ser usada em casos extremos. Como da chegada de uma visita inesperada.
No quarto, duas portas do guarda-roupa, a parte de cima dele, a parte debaixo da cama, dois criados e mais uma cadeira ficam de prontidão para coisas que precisam ser rapidamente ocultadas. Um lençol por sobre a cadeira resolve todos os problemas.
Mas claro, caro leitor, que tudo isso é uma medida emergencial. Não funciona por mais que algumas horas. Nos dias seguintes você precisa começar a reorganizar as coisas, senão corre o risco de ter uma casa bagunçada em um momento importante, sem gavetas para encher na hora da maquiagem. Palavra de solteiro, sozinho e sem empregada.

NOVIDADE: Notem, na barra lateral, a novidade no blog. Acabei de colocar um formulário para que as pessoas possam cadastrar os emails e, assim, receber uma mensagem sempre que houve uma atualização do blog. Isso ajuda principalmente quem não tem um sistema RSS e quer ficar sempre por dentro de tudo o que está acontecendo aqui. É só colocar o email e pronto, mandarei email procês.
Uma outra novidade é o comercial versão 2.0 do blog, pra quem ainda não viu :P

Comercial Green Blog II

Amigos,
Hoje ao invés de postar algum texto, divulgo a estréia do mais novo comercial do greenblog. É o segundo. O outro vocês já conhecem... Então agora com vocês: Maddy, maddy cry, versão de um solteiro, sozinho e sem empregada. Está aí na barra do lado. Se quiserem ver maior, basta clicar duas vezes para ver direto no youtube, onde está hospedado. E boa sorte nos trabalhos domésticos!

sábado, 24 de novembro de 2007

Habemus máquina!

Esse post é dedicado a duas pessoas: Quézia e Eline. Explico. Dedico à Quézia porque ela acabou de adquirir o mais precioso eletrodoméstico que alguém pode ter em casa. À Eline porque, quando nem me conhecia direito ainda, disse-me certa vez, sem saber que eu pensava em morar sozinho: “quando chegar o dia de sair de casa, compre uma máquina de lavar. Deixe tudo para depois, mas compre uma máquina de lavar”.
Aqui na green house, a máquina de lavar não foi a primeira aquisição. E me arrependo demais de não ter ouvido a Eline. Ela vai achar engraçado se souber que minha principal lembrança que tenho dela é isso: o conselho da máquina de lavar.
Na green, chegou primeiro o microondas, outro eletrodoméstico muito útil. Depois todos os outros eletrodomésticos e móveis que chegaram juntos, comprados pela internet. Uma beleza aliás, a compra online... é perfeito. Mais barato, mais rápido e mais cômodo.
E foi em nome da comodidade que, depois de uns três meses talvez, eu me rendi à necessidade de comprar uma máquina de lavar. Até então minha estratégia era a seguinte: lavar camisas no chuveiro, enquanto tomava banho... comprar muita roupa, para ter sempre reserva e poder deixar pra lavar apenas nos fins de semana e, principalmente, levar tudo pra Juiz de Fora quando ia, para lavar na máquina da minha mãe.
Mas não rolava e me rendi. Não antes de descobrir que lavar roupa não é coisa para mulher. É para homem. Esfregar roupa, tirar manchas na marra, torcer certas peças é um exercício extremamente desgastante. E estressante. Não há muitas coisas piores na casa de um solteiro.
Aliás, pior que uma casa de solteiro, sozinho e sem empregada, só uma casa de solteiro, sozinho, sem empregada e sem máquina de lavar. A máquina de lavar está para o ser-humano assim como o foguete está para quem está interessado em conhecer a lua. O maior invento do nosso século e de todos os séculos. Eu amo máquina de lavar.
Aliás, fazendo um parêntesis, lembrei de uma história interessante de máquina de lavar. De um grupo de professores que eu tinha na faculdade, que visitavam a Grécia e tinham dificuldade de pedir comida. Aí eles aprenderam que se falassem “máquinadelavar” vinha uma comida super saborosa no restaurante. Eles tentavam falar corretamente o nome dos pratos e nada. O garçom grego não entendia. Aí perdiam a paciência e mandavam: “máquinadelavar”. Pronto. Vinha o prato. Uma beleza.
Mas voltando à máquina de lavar como equipamento de extrema necessidade do ser humano, a ansiedade da chegada da minha máquina foi algo poucas vezes visto aqui em casa. Comprei também pela internet, uma máquina até cara... e deixei a chave da casa na portaria enquanto ia trabalhar, sonhando que a máquina ia chegar. Voltei do trabalho e lá estava ela ainda embalada, mas ao alcance de minhas mãos agora.
Sim. Eu tinha máquina e a usei naquela noite mesmo. Lá pra 1h ou 2h da manhã, quando terminei de desembalar, ler os manuais e tudo mais. Já tinha comprado sabão, amaciante, alvejante de todos os tipos de roupa. Enfim, fiz uma minilavanderia à espera do tão sagrado eletrodoméstico. Agora podia gritar pela janela: Habemus máquina!
Desde então, uso a máquina até quando não tenho nada para fazer. Outro dia tava sem sono, não conseguia dormir, entrei no msn... não tinha ninguém. Sabe o que fiz? Fui lavar roupa na máquina. De madrugada... 3h da manhã. Os vizinhos não devem ter gostado, mas ela é silenciosa até. Tem coisas que a gente faz de madrugada e que são muito mais barulhentas.
Eu falei tanto da máquina para as pessoas que o povo até sugeriu uma festa. Gostei da idéia mas aí começaram as brincadeiras de como seria a festividade. Alguém, nem me lembro quem, disse que era para ser assim: “Festa da máquina de lavar: meia noite todo mundo tira a roupa, coloca na máquina e só pode vestir de novo quando secar”.
Aff.. imagine... não tenho área. Meu varal fica numa varanda fechada. Não tenho secadora. Ia ser todo mundo nu até o meio da tarde do outro dia. O problema é que o boato foi ganhando proporção lá no jornal onde trabalhava e todo mundo queria saber quando seria a tal “festa da máquina de lavar”. Gente de todos os setores. Até que sepultei oficialmente a idéia.
Mas com festa ou sem festa, o fato é que não há como viver sem máquina de lavar, caros visitantes. Quem tem sabe disso. Quem não tem ainda vai descobrir. Assim como vai descobrir que ela, embora fantástica, não pode ser esquecida sozinha. Isso porque ela lava a roupa e centrifuga tanto que quase seca a peça... mas não coloca a roupa no varal.
Esse é o único defeito da máquina de lavar. Ela termina o serviço dela e não nos avisa. Fica lá, quieta enquanto as roupas vão ficando lá dentro, ficando com aquele cheiro chato de roupa que fica guardada molhada. Várias foram as ocasiões que eu tive que lavar de novo. Mas tudo bem. Até gosto de lavar de novo. É tão bom apertar aquele botãozinho e ficar vendo a máquina trabalhar por mim. Eu até gosto do barulho que faz... ô vidinha mais ou menos :)

OBS – Hoje postei bem mais cedo, então muiitos não devem ter tido tempo de ler o post debaixo, que vale bastante à pena, sobre a história do “box-aquário”. Espero que gostem.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Box ou aquário?

Olá, caro visitante. Morar sozinho é complicado então nada melhor do que receber alguém em nossa casa. Mas o ministério da saúde adverte: receber alguém, se não está tudo no jeito, pode também ser um graaande problema. E tem hora que nem mesmo os vizinhos podem ajudar. Mas tentam. Eu tentei, quando fui instado a colaborar com um vizinho que passou um aperto absurdo em casa, quando recebia uma visita. Vizinho solteiro, sozinho e sem empregada sofre junto. E assim aconteceu comigo.
Eram 2h40 da manhã, aproximadamente, quando meu interfone tocou. Eu costumo ficar na internet até tarde de vez em quando, mas naquela ocasião eu estava já pra lá de dormindo. Qualquer barulho de celular me acorda. Até mensagem, então foi fácil abrir logos os olhos.
Pego o fone já achando que deveria estar acontecendo algo grave. E de fato estava. Alguém precisava de minha ajuda. Era um vizinho no telefone.
“E aí, rapaz, estava na internet?”, pergunta.”Não. Estava não”, respondo sem intenção de criar algum constrangimento. Mas ele já sem graça continua:”Mas tava acordado, né?”
“Não, também não. Tava dormindo mesmo. Mas pode falar e aí”.
Eu achei que ele estava sem graça de me acordar, mas não. Estava sem graça é com o que ia dizer em seguida... e foi logo contando a história. Tinha saído com a namorada e, quando retornou a moça foi tomar banho. Só que ela acabou trombando no box, que saiu do trilho e travou a porta. Isso mesmo, caro internauta. A menina ficou presa lá dentro.




Pois então. Nessas horas, vizinhos são para essas coisas. Primeiro ele me contou a história e perguntou se eu podia dar alguma dica de como ele abriria a porta do box. Eu tentei falar genericamente sobre como ele poderia fazer, mas ele justificou que já tinha tentado todas aquelas alternativas e, mais sem graça do que nunca, tomou coragem e perguntou:”Você não quer vir aqui ajudar não?”
A situação era constrangedora, mas eu aceitei. E é claro que, antes de eu chegar, ele preparou a menina, passou por cima do box uma camisa e um short para que ela vestisse e tudo mais...
Lá fui eu ajudar em plena madrugada. Cheguei lá... visualizei a situação, tentei forçar a porta depois de cumprimentar a menina de forma extremamente sem graça e nada. A porta não saía do lugar. Impossível. Eu com vontade de rir, mas obviamente nem podia, pois a situação era tensa, delicada e constrangedora para todos.Àquela altura, o cara já tinha desistido e pensava em chamar os bombeiros para retira-la. É o tipo de besteira que a gente pensa na hora do desespero. Agora você imagina os bombeiros chegando de madrugada no prédio, acordando todo mundo... para resgatar alguém preso no box, daqueles de vidro, tiplo “blindex”? Não dá. Ia ser uma sentença de morte. Ele ia ter que mudar de prédio depois dessa. Ou seria conhecido como o “menino do box” ou o “menino da menina do box”.
Por outro lado não daria para manter a menina lá, tal como um peixe dentro de um aquário. Pensei como um solteiro, sozinho e sem empregada resolveria a situação e dei duas sugestões:
1) Retirar a menina por cima do box. Era bem alto e precisaríamos de uma escada para ela subir de um lado para que nós a resgatássemos pelo outro.
2) A segubnda, e que foi, na verdade, a que eu pensei primeiro: cobri-la com um cobertor ou algo do tipo, para que ela não se ferisse e encher o box de porrada até quebrar o vidro para que ela pudesse sair.
Claro que meu vizinho vetou essa hipótese em primeira instância. Eu, particularmente, ainda achava mais seguro e discreto do que chamar os bombeiros. Ele teria uma despesa extra, de uns R$ 400 a R$ 500 para instalar outro box. Daria um pouco de trabalho limpar o ambiente e havia um risco pequeno de acidente. Digo pequeno porque tenho para mim que aqueles vidros não estilhaçam. Eles ficam moidinhos como vidro de carro. Pelo menos é o que imagino.
Pois bem. Descartada inicialmente essa idéia, vou eu de volta para o meu apartamento para buscar então uma escada de alumínio que comprei e até então utilizava pouquíssimo. Muito pouco pelo preço que custou... mas sabia que um dia ela ainda seria mais do que útil, mas indispensável. Peguei a escada, um alicate, uma chave de fenda e fui, doido para que ninguém me visse pelas escadas e corredores.
No mínimo iam achar que eu era um ladrão. Imagine se você, em seu prédio, 2h40 da manhã, avista alguém subindo andares com uma escada na mão, uma chave de fenda e um alicate? Ainda mais eu, que ainda não era conhecido por ali. Você não chamaria a polícia? E tudo bem, vai... eu tenho estilo desses ladrões, magrinhos que costumam pular janelas e tudo mais. Não faço isso porque sou honesto, mas tenho perfil para a função. E com roupa de andar em casa, não ia ter jeito. Ia ser confundido.
O desespero de alguém me ver era tão grande que eu tenho a impressão de que tenha demorado horas até chegar ao apartamento do vizinho de novo. E talvez tenha demorado horas mesmo, porque quando eu cheguei lá a situação já estava resolvida. Antes de sair de lá pela primeira vez, eu tinha soltado uns parafusos que prendiam a parte de cima do box e , o drama de ter que resgatar a menina por cima do vidro parece ter dado mais força ao cara, que conseguiu, após a retirada desses parafusos, liberar o box e soltar a pobre moça.
O resultado dessa história toda é que voltei pra casa razoavelmente aliviado, com escada na mão, mas ainda com pressa, no medo de que alguém me visse. Retornei, acendi a luz do meu banheiro e fui checar meu box para ver se está seguro. De qualquer forma, se alguém ficar presa um dia dentro dele, chamar os bombeiros será a última opção.

LIÇÕES DO EPISÓDIO:
1) Certifique-se que seu box é seguro antes de oferece-lo para que alguém tome banho nele;
2) Se não for. Se ele balançar um pouquinho ou coisa parecida, prepare um plano de emergência no caso de alguém ficar preso no box de sua casa. Se uma namorada for tomar banho, por exemplo, diga para que não tranque a porta do banheiro, para facilitar a entrada em caso de necessidade de arrombamento do box. No caso dela, não havia trancado a porta, o que facilitou a nossa entrada;
3) Se isso não for possível, ou se for outra pessoa que não a namorada, sugira que não feche o box. Tranque apenas a porta do banheiro. O trabalho de você ter que secar o banheiro depois é muito menor do que o risco de ter que passar uma vergonha dessas em caso de um travamento da porta;
4) Tenha sempre em mãos uma escada que dê altura para o box. Se não tiver, poderá precisar de contar com a ajuda de um vizinho;
5) Faça amizades com vizinhos confiáveis, você pode precisar;
6) Se você for o vizinho e precisar ajudar alguém nessa situação ou em outra parecida, tente procurar, em seu guarda-roupa, uma peça que se assemelhe ao uniforme de técnico de alguma coisa. Sei lá. Só não suba as escadas de chinelo e bermuda às 2h40 da manhã pois, se for visto, será confundido com um bandido;
7) Nunca chame os bombeiros; Controle o seu desespero para não pagar um mico ainda maior do que ter alguém preso no box de vidro de sua casa, tal como o Magneto inimigo dos X-man.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Brasil é quase nosso!


Amigos do blog,

Hoje não estou nos melhores dias, então não poderei escrever um novo texto pra cá. Mas como os visitantes de alguns estados pediram, resolvi atualizar o mapa de visitas para contemplar os que apareceram nos últimos dias. Vale destacar que falta muito pouco para conseguir atingir todo o Brasil e que os resultados estão muito bons para um site que está começando. Já passamos dos 1.500 acessos desde que o contador foi implantado e, mesmo com a falta de postagens nos dois últimos dias, os índices de visitação estão bem razoáveis. Prometo escrever logo um texto bacana, que é um dos melhores que já vivi aqui no prédio, sobre o drama do "box" do banheiro. Até mais. Enquanto isso, leiam a teoria da salada, os comentários que corroboram com a idéia e aproveitem para indicar o site através do link que coloquei na barra ao lado. Abraços e obrigado pelo apoio.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

BOMBA: salada engorda!

Quem me conhece há mais tempo sabe que tenho uma vasta teoria sobre os malefícios da salada e, como legítimo representante dos solteiros, sozinhos e sem empregada, classe que compra pouca salada, até para que os legumes e verduras não se estraguem na geladeira, acho interessante conta-la aqui. Vocês não precisarão mais sofrer a cada dia achando que estão comendo besteiras e deixando as coisas saudáveis no supermercado ou na feira. Serão livres!

Um dia, caros leitores, ainda serei capa da Nature ou da Science (já estão prontas), algumas das maiores revistas científicas do mundo, com minha teoria sobre os malefícios da salada. Cansei dessa propaganda batida dos “fabricantes de salada”, ou seja dos latifundiários que industrializam alfaces, tomates e todo e qualquer tipo de verdura, legume, tubérculo e adjacentes. Eles nos induzem (e provavelmente até fazem propaganda subliminar como fazia a coca-cola no passado) para que sejamos todos adeptos da salada. E ficamos todos fingindo que acreditamos mesmo, ou a maioria até acreditando de fato, de que salada faz bem à saúde.
Vou acabar com esse mito, caros leitores: salada não faz bem. E vou além: aumenta as chances de desenvolvimento de colesterol, eleva o percentual de chances de doenças do aparelho digestivo e o pior: ENGORDA! Isso mesmo. Engorda, infla, eleva seu “lipopercentual”, fermenta... incha... e todos os outros adjetivos que puder encontrar para isso. É essa minha teoria, que demorei anos para moldar. Foram pesquisas e mais pesquisas que, enfim, deram resultado. Não há nada melhor para um cientista do que chegar a uma conclusão como essa.

Não estou dizendo que todos os que comem salada vão ficar gordos. Mas é fato que todos que não comem salada são magros. Gostaria que os visitantes que não comem salada deixem depoimentos. Garanto. Aposto que mais de 70% deles são magros. Quem não come salada é magro. Isso é fato.
E olha, meu caro amigo. Meus estudos também comprovam que isso não acontece apenas com a raça humana. Selecionei vários animais que comem salada. Ou seja: dez animais essencialmente herbívoros e coloquei aqui abaixo. Se acharem que eu peguei pesado (literalmente) e escolhi apenas bichos grandes e gordos, deixando muuuitos magrinhos de fora... podem ir ao google e digitar “herbívoro” ou “herbívoros”. Garanto que mais de 70% dos resultados serão de animais grandes, gordos... ou com peso desproporcional ao tamanho. Abaixo dez exemplos entre búfalos, bois, peixes-boi, hipopótamo, elefante, aqueles dinossauros maiores que existiam, vacas, zebras... Enfim. repare que na lista estão alguns dos animais mais pesados de que se tem notícia. Todos herbívoros ou a grande maioria.

Agora pensem nos cinco primeiros carnívoros que lhes vêm à cabeça... Que tal uma onça? Um leão? Uma chita? Um puma? Todos magros. Que tal um animal mais doméstico, que prefira carne. Cachorro e gato: magros em sua maioria. Alguns enganam com o pêlo, como o leão e sua juba. Mas são essencialmente magros.
Herbívoros são, em sua maioria, gordos. Carnívoros, em sua maioria, magros. Existem bichos que variam mais a alimentação. Por exemplo: ursos podem ser carnívoros (e gordos), mas é porque vivem ali na floresta, comendo uma folhinha ou outra, tomando um melzinho... frutinhas. Enfim... avacalhou nossa dieta radical de muita carne e nada de folhas, engorda mesmo.
Agora vamos às discussões sobre o colesterol e os males à saúde. Todas as pessoas que eu conheço que não comem salada, ao contrário do que costuma-se dizer por aí: não têm anemia, não têm colesterol alto, não têm problemas mais sérios no sistema digestivo. Minha teoria é de que é porque as comidas como carne, arroz, feijão, as tradicionais, todas passam por um processo de cozimento, ou fritura ou coisa parecida. A salada não. Pega ali, cheio de micróbio, dá uma lavadinha com água mesmo (nem sabão usa!) e pronto. Comem. Não adianta. Vai fazer mal à saúde.
Veja o caso do colesterol. Quem come carne tem mais energia. Correto? A carne não é cheia de carboidrato? Pois então. Com mais energia, temos mais pique para fazer as coisas... mais ânimo, mais vontade. Logo, fazemos mais coisa... logo... gastamos mais energia também e fazemos exercícios para queimar a energia. E o que esses exercícios queimam também???? Tchan tchan tchan tchan.... O COLESTEROL! Muito Bom! E ainda produzem aquele colesterol bom que os médicos falam. O tal do HDL...
Em resumo, meus amigos, termino com minha história pessoal. Quem me conhece sabe que sou muuuito magro. Muito mesmo. Não como salada. Na minha família, as outras pessoas comem. As outras são mais gordas do que eu. As outras têm problema de colesterol, eu não. Algumas das outras já sofreram de anemia, eu não. E tenho índices muito bons nos últimos exames que fiz. É de impressionar.
Agora, façam um teste. Vejam perto de vocês quem come salada e quem não come. Como eu disse, até existem magros que comem salada. Mas não existem gordos que não comem! Quando achar alguém beeem magro pergunte: você come salada? A resposta será não. Na maioria das vezes...
(a parte séria agora)
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: As informações contidas nesse post não têm comprovação científica. Seguir as orientações de um jornalista de quinta categoria que tenta dar uma de cientista especialista em nutrição pode não ser a melhor opção, acarretando sérios riscos à sua saúde. Tudo depende do metabolismo de cada um.
(voltando ao território bem humorado do blog, pois não tem graça terminar sério assim)
RICARDO CORRÊA ADVERTE: Para você que é solteiro, sozinho e sem empregada, a melhor opção é um double habibs, sem salada. Com Coca-cola que ajuda a desentupir o sistema digestivo (assim como faz nos canos de sua cozinha).
E para completar, tenho um outro argumento para não comer coisas verdes. Aqui na green house, tudo é verde. Facas, talheres, pratos, xícaras.. Logo, preciso definir que o verde não pode ser cor de comida. Aí fica assim: objeto é verde; comida não é verde. E pronto... não corre nenhum risco de eu morder uma faca, um prato ou qualquer outra cosia. :)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

As 3 teorias da validade!

É praticamente impossível me encontrar de mau humor. Mas hoje é um desses raros dias. Então perdoe-me se a história não ficar tão engraçadinha. Se bem que nem é preciso ter humor pra contar histórias esdrúxulas que só acontecem comigo.
Mas o caso de hoje eu tenho certeza de que acontece com muita gente por aí. Aposto que será uma das mais comentadas, afinal é um drama com o qual cada cidadão que ousa montar uma casa e viver sozinho precisa aprender a conviver. As teorias da validade!
Quantas vezes você já não sofreu com um produto que saiu da validade? Quantas vezes não teve a brilhante idéia de fazer estoque de determinado suprimento, pensando que seria a maior vantagem do mundo ter em casa e não precisar se deslocar sempre que precisasse, e acabou depois percebendo que jogou uma tonelada de dinheiro fora a cada vez que aqueles numerozinhos fossem fazer parte do passado.
Pois bem, meu caro visitante. Assim aconteceu muuitas vezes comigo. A mais recente delas, com uma carne moída que comprei logo depois de enrolar bastante para colocar meu fogão em funcionamento. Acontece que a tal carne saiu da validade, eu percebi isso, mas ela continua congelada, ensacada e embalada dentro do congelador da geladeira, tal qual um cadáver que se esconde em filmes de suspense americano. Pois é. E a teoria é a mesma. Eu sempre esqueço de pegar a tal carne quando vou jogar o lixo para fora. Quando lembro dela, já não estou mais colocando o lixo para fora e aí penso: “vou deixar ela aí, ensacada e congelada, para não apodrecer, nem dar cheiro nenhum. Quando eu for colocar lixo para fora eu jogo a carne fora”. E assim está lá ela. Sem cheiro nenhum (senão eu jogaria fora), sem nenhum sinal de apodrecimento. Completamente embalada, dura como pedra e inútil como pedra também. Agora pasmem com a data da validade de tal cadáver moído: 15 de outubro de 2007. Já fez um mês!!!!

Pois é. Essa carne (olha ela aí do lado), porém, eu escapei de comer, pois sabia que sairia da validade... a cada dia que passava. Carne dura pouco... Bem menos, por exemplo, que pão de forma. E foi com um pão de forma que eu aprendi a prestar mais atenção na validade. Ainda nos tempos em que eu morava em Juiz de Fora, e fiz um “estágio de três meses morando sozinho”, antes de vir pra Belo Horizonte.

Certa vez comecei a comer um pão com presunto e mussarela e senti um gosto estranho. Olhei a mussarela, estava ok. Olhei o presunto, estava ok. Mas o pão estava já meio esverdeado. E tava com gosto igual aqueles queijos chiques que eu não tenho nenhum paladar para comer.
Demorei três mordidas (das grandes) para perceber o tal problema de mofo no pão. Foi o suficiente para passar mal. Nunca mais me descuidei da validade... na hora de comer. Pena que eu me descuido dela na hora de comprar e de armazenar os produtos. Até porque... não tem coisa pior do que comer algo só porque ele vai estragar se eu não o fizer. Mas, em geral, as coisas funcionam daí para pior. E daí se desenvolveu, nas mentes mais brilhantes da física moderna, as três teorias da Validade. Tentemos explicar tal como um professor da área como funcionam essas teses.
1º - Por mais que você procure um produto com a validade mais estendida possível, ele sempre, sempre mesmo(!), irá sair da validade antes de você usa-lo. Ou seja; todo produto comprado em uma casa de solteiro, sozinho e sem empregada perde automaticamente a validade quando você decide utiliza-lo”
2º - Não adianta nem checar nem controlar a validade de tempos em tempos. Você só perceberá que saiu da validade na hora em que decidir utilizar de fato o produto.
3º - Tende-se a não perceber que o produto saiu da validade até os momentos seguintes à ingestão ou consumo. Apenas no primeiro momento de “provação”, quando já há um risco de contaminação, você irá notar que há algo errado e então jogar o produto fora.
Portanto, uma dica: peça habibs e coma na hora. Chega em 28 minutos (na verdade aqui em casa chega em 15 minutos) e não sai da validade até o entregador chegar aqui.

Atualizando o mapa (só falta metade!)

Atendendo aos pedidos, estou atualizando o mapa de visitantes, incluindo as visitas recentes de pessoas do Rio Grande do Sul, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará e Espírito Santo. Também incluimos mais países, após visitas da Espanha, dos Estados Unidos (três Estados diferentes de lá já) e outros. No total, 3% de nossas visitas já são internacionais. No Brasil, já estamos em mais da metade dos Estados. Indiquem o blog e ajudem a colorir o que está faltando. Coloquei um link de recomendação, assim como uma busca, ainda meio mambembe... mas já serve para mostrar que eu estou preocupado em melhorar o blog né? Solteiros, sozinhos, sem empregada, uni-vos! Vamos conquistar o mundo.

domingo, 18 de novembro de 2007

A velhinha dos trovões

Tem coisas que, de fato, só acontecem comigo. Vejam esse caso, da velhinha dos trovões. Recordava-me, quando ainda estava hospedado na casa do Marcelo, no apartamento 1.005 do mesmo prédio, de uma senhora já bastante velhinha, se eu não me engano já com seus 89 anos... que tocava piano por lá, no apartamento ao lado. Como se não bastasse, a simpática senhora o fazia de portas abertas, para que o som pudesse reverberar com mais qualidade e ela pudesse sentir prazer com o toque de cada tecla daquele maldito piano. Lembro até que em uma descida de elevador, sem eu perguntar, ela me contou que o marido dela, que trabalha com jóias, mudou-se de lá para ter mais tranqüilidade para trabalhar: “Assim eu não atrapalho ele com o piano, e ele não me atrapalha com as jóias”, diza a vovó na ocasião.
Confesso que no início eu até gostava do som. Achava bacana ela tocando músicas da época dela e tudo mais. No entanto, em dias mais tensos, eu chegava a compara-la com aquela senhora do filme “Duplex”, uma porcaria de filme que eu vi 5 vezes no ônibus executivo da Atual que faz a linha Juiz de Fora/Belo Horizonte. Eu sempre pagava a mais para, na hora h, ser surpreendido mais uma vez com aquela droga de filme que tinha uma vovó insuportável.
Mas voltando à velhinha do 1.003. Quando mudei me para o sétimo andar nunca mais a vi. Cheguei até a pensar em perguntar para o Marcelo se tal senhora havia falecido se mudado ou coisa do tipo. Mas eis que há uma semana tive o prazer de reencontrar a velhinha, ainda saudável, caminhando pelos corredores do sétimo andar.
Não deu tempo nem de eu imaginar o que a pobre vovó estava fazendo ali, pois ela já foi logo se explicando, enquanto eu saía do elevador.
“Aí, desculpe eu estar aqui, mas é que tenho medo de raio, de trovão e meu apartamento é de frente... vem tudo na minha janela”, foi logo dizendo a apavorada velhinha, cujos olhos esbugalhados pareciam duas jaboticabas maduras prontas a explodir. Ela estava apavorada!
Fiquei com uma dó tremenda da vovó que, em 89 anos, ainda não aprendeu a conviver com os relâmpagos e trovões. Provavelmente desde a infância haviam superstições relacionadas a isso, ainda no início do século passado. Ou sei lá... pode ser algum trauma qualquer.
O certo é que lá estava a vovó, em uma escuridão tremenda, caminhando pelo sétimo andar, sem sequer acender as luzes, em um breu só quebrado pela iluminação do elevador que anunciava a minha chegada. E o fato é que fiquei sem saber o que fazer. Meu apartamento também é de frente e eu não tinha como convidar a vovó para ficar aqui. Não ia adiantar nada. Sugeri então que ela pegasse o elevador e fosse até a portaria. Mas não sei se ela foi.
Também não entendi o critério pelo qual ela escolheu o 7º andar do prédio. Imagino que, da mesma forma que ela não queria ficar em um apartamento de frente, ela não queria estar muito na ponta do prédio, onde imaginou que os raios tivessem mais chances de acertá-la. São 13 andares, então ela desceu para o sétimo... que está mais ou menos na metade e ficou lá. Faria sentido né?
Mas como eu não podia ficar ali fazendo companhia para a pobre velhinha, tive que manda-la mesmo para a portaria, que não está no meio do prédio, mas pelo menos tem um porteiro que possa ampara-la e acalma-la, aliviando o drama dos raios e trovões.
Contei essa história para mostrar que não apenas os solteiros, sozinhos e sem empregada passam dramas em suas green houses. Também as casadas (que expulsaram o marido a toques de piano com requintes de crueldade), sozinhas e sem acompanhantes sofrem com as intempéries do dia-a-dia.

Post extra - colorindo o Brasil de verde escuro


Agora instalei um contador que detalha de onde vieram os visitantes do blog e o que os trouxe aqui. Fiquei sabendo que outros cinco estados entraram, de ontem para hoje, na lista dos que haviam visitado o blog. Provavelmente outras regiões também contribuíram com tantos acessos, mas como antes eu não tinha o super contador, só pude atestar a entrada de visitantes de cinco estados, que deixaram recados aqui. Com isso, completamos 10 estados nessa comunidade dos que riem da minha desgraça. Estamos presentes em boa parte do Sul, Sudeste e Nordeste. Temos uma presença ainda tímida no Centro-oeste e ainda aguardamos as visitas do Norte.
A maior parte das pessoas vem dos links do orkut, principalmente da comunidade “Odisséia do Solteiro”. Alguns não vêm de outros links, pois já possuem o blog em seus favoritos e agora estão começando a aparecer os visitantes vindos do google. Por exemplo, uma visitante fluminense chegou até aqui ao digitar “guia de solteiro” no rei das buscas.
Mas a história mais interessante foi de uma visita de Portugal, que recebi neste domingo. Um cidadão da cidade de Feira, em Aveiro, região daquele país, chegou até aqui depois de digitar “formas de botões costura” no Google. O cara estava procurando alguma coisa relativa a costura de botões e acabou chegando até meu post do araminho de pão de forma... o que deve ter lhe irritado bastante. Mas eu posso dizer que fiquei muito feliz com sua visita.
Aproveito ainda para agradecer aos visitantes de capitais e “interiores” por todo o Brasil. Das grandes metrópoles como São Paulo, Rio e Belo Horizonte, até outras menores mas não menos importantes como Marília, Votuporanga, São Gonçalo, Santo André, Londrina e até a cidade de Fortaleza, acredite, no Mato Grosso do Sul. Não é a do Ceará. Obrigado a todos e continuem rindo de mim.

sábado, 17 de novembro de 2007

Na manteiga

Antes de iniciar a história de hoje, que é bem curta e mais revoltante do que engraçada, permitam-me fazer algumas considerações a respeito do blog. Primeiro, como percebem, estamos completando 1.000 visitas, o que é muito legal. Na verdade até passamos já desse número, pois eu coloquei o contador com um dia e meio de atraso, mas o que vale é o número oficial aí. E para tentar levantar ainda mais o ibope desta página, lancei um videozinho comercial que, se ainda não está passando no intervalo do Fantástico, já está na batalha diária do youtube.
Aliás, graças ao comentário de um dos visitantes do site, o comercial do blog ganhou, em seu primeiro dia, uma menção honrosa, como o 78º mais comentado vídeo da categoria humor no Youtube Brasil no dia. Que incrível! Rs
Mas deixando o vídeo de lado (vocês podem vê-lo aí mais abaixo), que ainda foi feito de forma rústica e que antecede o comercial oficial no qual estou trabalhando, vamos ao que interessa, que são as histórias de solteiro, sozinho e sem empregada.
Pois bem, caro internauta... Dia desses eu passei por uma dessas situações que não sabemos exatamente o que fazer, de tanta raiva. Tudo por conta de um pote de manteiga que deixei em cima da mesa. Quer dizer... era só o começo.
O pote estava lá deixado, depois de eu ter usado duas passadas de faca apenas no pão. Mas foi um grave erro que comprometeu algumas horas preciosas daquele fim de semana. Ao lado da mesa está minha área, com um janelão enorme, por onde entra um sol forte em dias de tarde ensolarada. O sol parece ter mirado toda sua força naquele pote de margarina (confesso que não era manteiga, porque eu gosto mais de margarina, mas manteiga ficaria melhor no título do post). Em pouco mais de duas horas a manteiga derreteu e virou um caldo, como se fosse um óleo.
Quando percebi que a margarina estava lá, peguei para colocar na geladeira, mas enquanto eu girava o corpo para coloca-la no tal refrigerador, eis que todo o caldo (que eu não imaginava que estava lá) se derrama por todo o chão da cozinha, nos belos tapetes verdes que separam a sala daquele cômodo e no que serve de enfeite logo abaixo da geladeira.
Cada gota daquele óleo caía como uma colherada de gordura quente em meus olhos. Eu não poderia acreditar que minha cozinha, que havia acabado de ser totalmente limpa na véspera estaria toda engordurada com aquele líquido (nem tão líquido). Pior: e meus tapetes verdes que eu havia lavado no chuveiro com escovadas potentes também um dia antes? E a geladeira branquinha, com apenas uma barrinha verde em cima, que ficou toda emplastada de gordura? Meu mundo caiu!
Tal qual um brasileiro, que não desiste nunca. Peguei os panos de chão que tinha, os produtos de limpeza que tinha e limpei todo o chão. Os tapetes de fato ficaram nota 5, pois era impossível, àquela altura, lava-los de novo. A mancha só foi dimninuir um mês depois, quando comprei novos produtos de limpeza para lavar o tapete.
Mas engana-se quem pensa que com o chão “recém-relavado” a situação estaria resolvida, após terminar aquela tarefa extremamente desagradável e cansativa, na qual eu tive que sentar no chão e esfregar cada pedacinho dos tapetes. Para limpar cada detalhe da geladeira e para esfregar os frisos entre os pisos para evitar aquela melação nos rejuntes brancos áureos de tal cozinha... gastei muita energia.
Demorei um tempinho para terminar e, para refrescar e recuperar o fôlego e o gás, tomei aquela coca-cola gelada que já virou praxe na green house. Aliás, não tomei uma, mas meia latinha de coca-cola. Pois a outra metade, para o meu desespero, transformou meu fim de tarde em um inferno novamente.
Quando eu limpava a geladeira suja de margarina derretida, uma das latinhas de coca caiu no chão e rolou para longe. Quando eu terminei, dei o tremendo azar de pegar exatamente aquela latinha que tinha sacudido pelo chão e que tinha ido parar lá no quarto... Imagine o drama.
Quando eu abri aquela porcaria daquela lata, voou coca-cola por todo o lado, sujando e manchando o tapete, o chão, o rejunte, a geladeira, a pia, a parede e foi reverberar lá no meu sofá branco da sala. Putz. O sofá branco não! Foi a primeira vez que tive de fato vontade de chorar na green house. Talvez a última.
Demorei mais de meia hora para lavar o chão de novo (na verdade só passei um paninho pois estava já de saco cheio), limpar a geladeira, o rejunte, o piso, a parede, o sofá, os tacos da sala o pé da cadeira e, claro, os tapetes.
Para fechar a história com chave de ouro, deixei a porcaria da margarina na geladeira por dias, achando que a droga do óleo iria voltar a ser margarina. Nunca mais foi. Ficou uma plasta amarela completamente desconjuntada, com um cheiro terrível e, imagino, sem gosto algum de margarina. Foi pro lixo, assim como minha paciência.