quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Gelo milagroso

Dia desses informei aqui no blog as mais novas aquisições da green house. E destaquei que meu 2008 seria de mais saúde aqui no ambiente verde. Pois bem. O grill e a sanduicheira vieram para isso mas, no mesmo dia que comprei esses "apetrechos", trouxe também um importante objeto para ser mais do que uma peça de decoração na green house: o filtro. Pois é, caro visitante. Quem é mais antigo no blog deve se lembrar de minhas considerações sobre o fato de que é mais fácil encontrar coca-cola do que água em minha geladeira. É como se minha geladeira fosse uma imensa serra de Ibitipoca. Para quem não conhece, a água lá na serra, na verdade, é coca-cola. Procurem fotos no google e entenderão.
Pois bem. Mas para deixar minha casa com menos "ibitipoquesca" resolvi investir na água. Seguindo aquela linha de que dois terços de nosso corpo é formado por água, que sem água não há vida e de que ele é o bem mais precioso, provalvelmente causador de guerras e disputas no futuro, resolvi investir no produto. Assim como o Lula quer auto-suficiência em petróleo, eu decidi que iria perseguir dia após dia a auto-suficiência em água filtrada. E assim uma das primeiras ações do projeto "green water", uma espécie de Petrobras da Green House, foi comprar um filtro daqueles de torneira, que eu nem sei se filtra direito mesmo, mas que despeja o precioso líquido em velocidade incalculável.
E com tal aparelho ficou mais fácil. Apenas faço uma espécie de transposição, como no São Francisco, levando água filtrada produzida na pia para a geladeira. Os resultados têm sido ótimos. Sempre tenho mais água do que coca-cola na geladeira. Nem sempre por ter muita água, mas por ter pouca coca-cola, já que bebo demais o líquido que limpa o organismo e desentope qualquer artéria assim como faz com as pias de cozinha.
Pois bem, caro leitor. Mas a minha preocupação sempre foi não só a inexistência de água, mas também a inexistência de gelo por aqui. Como eu disse certa vez em comercial da green house, sem água filtrada não há gelo. Ainda bem né? Seria chato se eu dissesse que, mesmo sem filtro eu tinha gelo à vontade em meu congelador.
Comprei o filtro na primeira semana do ano, mas não instalei ele rapidamente. Demorei uns dias, pois precisei trocar a torneira antiga da cozinha para que ele encaixasse, não esquecendo o "veda-rosca" que faltou ao chuveiro da outra vez. Mas antes de instalar o filtro, o que só fiz há pouco mais de uma semana, eu ainda teria que sofrer com as agruras da falta de gelo mais uma vez.
O que vocês ainda não sabem, ilustres ocupantes deste "sítio", é que agora eu sou um solteiro, sozinho e sem empregada, mas com futebol na segunda-feira. E quem tem futebol na segunda-feira, normalmente, tem contusão na segunda-feira, e dores na terça, na quarta, na quinta e na sexta. Reserva-se apenas o sábado e domingo para que já nos preparemos para a partida seguinte.
E é claro que se há a possibilidade de nos contundirmos, isso vai acontecer. Aconteceu com o palhaço que vos fala e todos os conselhos ao fim da partida, quando mancando já não conseguia mais nem sentir o meu dedo do pé direito, eram de que eu chegasse logo em casa e colocasse gelo. Achei perfeitamente inteligentes os conselhos e claro que eu os seguiria para que pudesse trabalhar em paz durante o restante da semana, sem ter que caminhar tal qual o corredor de marcha atlética.
Mas eis que chego em casa, abro o congelador e descubro que não tenho gelo. Òh vida, óh céus, óh azar. Naquela noite eu não dormi de dor. O máximo que consegui foi, lá pras 5h da manhã, ligar o chuveiro com o máximo de temperatura e torrar o pé lá embaixo para esquentar bastante e aliviar a dor por uns 15 minutos. Tempo suficiente para que eu dormisse... por mais uns 20 minutos e voltasse a acordar sofrendo de dor.
Achei mesmo que tinha quebrado o dedo. E não foi nada simples, já que dói até hoje. Mas e aí você imagina que eu no outro dia enfim pude colocar o pé no gelo ou o gelo no pé. Engano seu. Sou mais trouxa do que você imagina. Não só não fiz isso como sequer coloquei gelo na forminha para fazê-lo. No desespero nem me lembrei, de novo.
Dias depois eu ainda contava a história para os amigos via msn exatamente quando toca minha campainha. Achei super estranho pois minha campainha normalmente só toca quando peço habibs ou mcdonalds. E mais. Antes de tocar a campainha toca o interfone, o que não aconteceu de tal vez.
Mas fui lá abrir assim mesmo. Quando abro dou de cara com um rapaz com as mãos juntas, apertando e até com dificuldades para se explicar implorando por uns cubos de gelo. O pobre garoto jurava ter quebrado o dedo e disse que precisava de tão antártico material. Parecia loucura o cara me pedir gelo justamente no momento em que eu contava a todos a raiva que eu passei por não ter gelo por aqui. E o pior é que eu continuava a não ter. Ainda expliquei a ele que eu estava com o pé machucado e também não tinha gelo para mim. Mas acho que na dor toda que ele tava não deu nem importância para minha justificativa. Nem sei se ele percebeu que eu estava mancando. Só conseguiu balbuciar que era o terceiro apartamento que ele batia e que não encontrava gelo.
Sugeri então uma idéia arriscada. Que ele tentasse o gelo com Dona Maria do Carmo, minha simpática vizinha da frente que ficou conhecida por me emprestar e em seguida cobrar de volta o sal logo que cheguei à green house (http://solteirosemempregada.blogspot.com/2007/11/o-sal-e-lei-maria-do-carmo.html). Enquanto eu fechava a porta, vi que a porta da Dona Maria do Carmo se abria e imaginei que, àquela altura e com o dedo latejando de dor, o pobre rapaz devia estar se sentindo no "Portas da Esperança", aquele antigo programa que o Silvio Santos fazia na televisão.
Quase chegou ao ponto de eu ouvir, de soundtrack, o bordão: "vamos abrir as portas da esperança".
Acho que a Dona Maria do Carmo tinha gelo para ceder ao cara. O meu medo é que ela depois quisesse o gelo de volta, como quis com o sal. Aí o pobre rapaz estaria enrolado se não tivesse filtro, ou se não tivesse forminha, ou se não tivesse paciência e inteligência para encher as forminhas quando esvaziasse, o que parecia ser o caso já que ele não teve gelo para cuidar do dedo.
O certo é que o tal do gelo da Dona Maria do Carmo parece melhor que os gelos dos outros seres humanos. Nunca na história desse país se viu um gelo tão eficiente. Digo isso pois, no outro dia, pela manhã, encontrei o camarada na portaria e ele abriu a porta do elevador com a mão cujo dedo estaria quebrado na véspera, sem fazer nenhuma cara de dificuldade ou sofrimento. Isso mesmo. O gelo da Dona Maria do Carmo curou o rapaz. Acho até que cientistas deveriam estudar as propriedades medicinais do "gelo carmês" que pode ser a saída para a cura de doenças até hoje incuráveis. Até lá, por garantia, vou fazendo gelo comum por aqui. Minhas forminhas estão cheias.

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Mais paulistano do que nunca

Desde o início dos trabalhos no blog, percebi que ele ganhava facilmente a simpatia dos paulistas e, principalmente, dos paulistanos. Mesmo sendo um blog de Belo Horizonte, e obviamente com mais participação de gente daqui, o blog tinha uma grande quantidade de visitas da maior cidade do país. Esse mês a vocação paulistana do blog falou mais alto e, pela primeira vez, São Paulo assumiu a liderança no número de visitas do green blog, o que para mim é positivo pois mostra que a cada dia ultrapassamos fronteiras e nos tornamos mais universais. Números do Google Analytics mostram que, até ontem, a cidade de São Paulo representava 15,84% das visitas do blog. Belo Horizonte ainda segurava a segunda posição, com 11,43% das visitas, mas já seguida de perto do Rio de Janeiro, que representou 10,06% dos visitantes daqui. Ainda segundo o GA, o blog já foi acessado de 106 cidades diferentes. Como as análises começaram já algum tempo depois que o blog funcionava, creio que já tenhamos passado de 150 cidades representadas por aqui. E vindas de mais de 20 países diferentes...
Embora os paulistanos sejam maioria dos visitantes, os belo-horizontinos ainda seguram a liderança em número de exibições de página. Ou seja, passam mais tempo exibindo páginas do blog. Mas a diferença é bem pequena (BH 14,06%; SP 13,55% e RJ 12,15%). Para os cariocas, no entanto, sobrou também uma liderança de seguimento. O Rio lidera em tempo presente no site. 20,69% de contribuição sobre o total de tempo que os visitantes ficaram no blog, contra 14,13% dos belo-horizontinos e 8,49% dos paulistanos.
Agradeço a todos os visitantes do blog. E agora vamos ao que interessa. Os posts de minhas aventuras. Tem um novinho aí embaixo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Green House apresenta seus reforços

O ano novo chegou e eu continuo aqui solteiro, sozinho e sem empregada. Mas a vida na Green House, embora ainda emocionante e divertida, ficou diferente. Para celebrar a chegada de um novo período de 366 dias, resolvi fazer novas aquisições. Isso mesmo. Como aqui na Green House eu consigo produzir superávit (gasto menos do que arrecado) sempre sobra algum dinheiro para melhorar meu dia-a-dia. Além de gastar com habibs e juntar dinheiro para a compra da nova Green House, que espero adquirir até o fim deste ano, compro pequenas coisas, baratas, mas que são fundamentais para que minha vida se torne menos traumática dentro dentro dessas quatro paredes de cor de limonada.
E apresento os novos produtos que brilham aqui: um liqüidificador e um grill & sanduicheira. Ambos vieram com um único objetivo: tornar mais saudável minha vida alimentícia. É um reforço da minha dieta que evita saladas, que fazem muito mal à saúde e engordam, como já comprovei aqui mesmo no blog. Pois bem. Agora tomo vitaminas e como mistos sempre que eu posso e acordo cedo o suficiente para isso.
Mas achei que as coisas fossem mais simples. Descobri que, junto do liqüidificador e do grill vieram uma série de problemas. Vamos a eles.
O primeiro é que minha cozinha às vezes fica com cheiro de feira. Além do fato de que meu lixo triplicou. Agora tem casca de frutas, resto de frutas, cheiro de frutas. Enfim, minha cozinha não é mais a mesma depois das minhas vitaminas e sucos saborosos. Mas minha casa parece uma feira de domingo e preciso me desdobrar para esvaziar o lixo rápido antes que apareçam os mosquitinhos indesejáveis.
Outro drama doméstico que os novos aparelhos me causaram foi o esfrega esfrega para limpar o copo de liqüidificador. Ele até tem um super dispositivo de facilitar o desencaixe e assim garantir uma limpeza mais eficiente. Mas de nada adianta o "limpator Tabajara" se eu deixar uns minutinhos lá antes de limpar. Eis que, tal como um tamanduá, a sujeira se agarra no copo com as duas mãos e eu preciso ficar esfregando aquela porcaria durante um bom tempo até ficar razoavelmente parecido com o que era antes.

Mas não é só o liqüidificador que duplicou meu trabalho e meus problemas na cozinha. O tal do Grill & sanduicheira não fica atrás. Claro que trouxe vantagens e praticidade por um lado. Mas por outro, provocou uma sujeira danada. E pra piorar, o misto ainda não tá com o gosto muito bom. Não sei se é no início... se com o tempo vai melhorar... mas por enquanto tá reprovado. Fora que não fica torradinho igual nas misteiras normais. Fica meio mole.
Outra coisa engraçada é que o negócio é misteira e grill. Mas a função grill eu ainda não consegui utilizar de modo eficaz. Veja o caso de um hambúrguer que coloquei lá por esses dias. Demorou um tempão pra ficar com cara de pronto... embora não tenha ficado com gosto de pronto. Pra piorar, ele tem muita gordura e aí já viu né? Ficou uma gordurada danada... Parece um derramamento de óleo desses navios cargueiros que provocam desastres ecológicos.
Se com o hambúrguer não deu muito certo, fui tentar com um ovo. Deve ter gente achando que eu estou maluco de fazer ovo no grill, mas tem um desenhosinho de um ovo frito na caixa do negócio. Logo... serve pra fazer ovo frito. O problema é que agarra tudo. E não venham me dizer que eu estou fazendo errado. Tenho certeza de que sei fritar um ovo oras... O problema é que o grill não é reto. Ele é todo ondulado. E a clara vai esparramando para todo lado. E é impossível virar o ovo pois ele se desfaz em 1.637 pedaços aproximadamente.
Enfim. Já viram que os novos produtos trouxeram dor de cabeça na green house né? Mas tirando esses percalços até que ajudaram a compor muito bem a nova vida por aqui.
Mas confesso para vocês que estou me sentindo a pessoa mais burra do mundo. O grill não veio com manual de instruções. Nada. Não veio nem um papelzinho explicando coisinhas simples sobre o que pode ser feito ali, por exemplo. Só os desenhosinhos na embalagem (de um ovo, um misto e uma lingüiça) e mais nada. E eu fico pensando: será que era tão simples assim e só eu ainda queria manual de instruções para aprender a usar? Minha auto-estima abaixou depois dessa. :(
E o pior dos problemas, caro visitante. Dessa vez não consegui manter a tradição. Não consegui um liqüidificador verde, muito menos um grill verde. Notarão pelas imagens (réplicas perfeitas dos que eu tenho aqui em casa) que os dois novos aparelhos são brancos com detalhes em laranja. Se pelo menos os detalhes fossem verdes... óh vida.. óh céus, óh azar. Talvez seja por isso que não funcionam tão perfeitamente.

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Episódio 4 - Os micos finais


Demorei a voltar a escrever. Fui acusado de abandonar o blog, mas tenho uma explicação clara para isso. Durante as festas de fim ano, deixei de ser um solteiro, sozinho e sem empregada e, por isso, não tinha condições de escrever nada aqui. Mais especificamente nas festas de Natal, estive em Juiz de Fora,minha terra natal, onde, ao contrário daqui, vivia em uma casa cheia de gente. Para completar, minha mãe preparou uma super faxina, com duas empregadas,o que me deixou completamente fora do status do blog. Mas logo em seguida, nos primeiros dias de 2008, tive um período rico em histórias para colocar aqui. Só que aí machuquei o pé no início dessa semana, e perdi umas noites de sono, precisei dormir mais cedo em outras... enfim... fiquei impossibilitadode me dedicar ao blog que tem me dado tantas alegrias. Voltemos às dramáticas histórias de solteiro, sozinho e sem empregada, enfim.
2008 promete ser umano repleto de coisas engraçadas. Antes, porém, não vou dar uma de Silvio Santos e encerrar um programa pela metade. Tenho que terminar de contar a novela de minha ida ao Sul doBrasil, para enfim voltar aos meus casos domésticos que estão cada vez mais aterrorizantes. Pois bem. Eu tinha parado a história na minha estadia em Porto Alegre e iria começar a contar como foi em Lajeado, onde eu visitei o jornal no qual poderia vir a trabalhar. Primeiro eu passei situação super engraçada pois a responsável pelo jornal tinha um nome que, em minha opinião, servia tanto para homem quanto para mulher. E assim, durante meses, enquanto eu conversava com ela apenas por email, trocando experiências sobre o jornal que eu trabalhava e o jornal que ela trabalhava, não sabia como tratar, se por "ele" ou por "ela". Não vou citar o nome para evitar constrangimentos. Os emails iam seseguindo e eu não sabia se era homem ou mulher. Até que um dia ela assinou um texto como "Gigi". Aí eu pensei: ou é mulher ou é gay né? Mas deve ser mulher...E era mulher. Só fiquei sabendo com certeza no dia em que ela me ligou para combinar minha ida até lá.
Pois bem. Fui até Lajeado, cidade simpática e interessante, muito perto do Porto Alegre. Cheguei no jornal, conheci lá um povo simpático. Deram-me uma pauta simples, sobre umas mudanças na área de educação de lá... E tudo ia super calmo quando eu fui surpreendido por uma mulher que entrou na redação com calça de ginástica e mini-camiseta. Era a responsável por conduzir o processo de "ginástica laboral". Todos, inclusive eu, tinham que parar para fazer exercícios de alongamento... E eu, que tinha acabado de chegar no lugar, olhava pros lados e via todos se levantando para fazer os exercícios. Sem graça, até pedi desculpas e desliguei a ligação com o secretário municipal de Lajeado, para também participar do processo.
Bom. Eu não mudei para Porto Alegre, então vocês imaginam que não tenha dado certo minha idéia de trabalhar em Lajeado. Mas a culpa foi da distância. Resolvi não aceitar por conta da distância da minha casa e etc...Então o trabalho agora era voltar para casa, levando apenas pequenas lembranças da viagem ao Sul do país.
E aí começaram meus verdadeiros problemas... principalmente porque viajei para lá com a mala cheia de coisas e não pensei nisso quando fui em um shopping de Porto Alegre comprar os presentes de Natal para minha mãe e meu pai. Aliás, ir até esse shopping foi um caos também... Andei quilômetros por uma avenida portoalegrense até achar um taxi que pudesse me levar a algum shopping. Quando achei, o motorista estava do lado do taxi, com um pano na mão, abanando o banco de trás do veículo. Achei estranho, mas sem outra opção de taxi, lá fui eu pegar aquele mesmo. E quando eu cheguei ao veículo ele me deu a explicação.Tinha acabado de transportar um cachorro de rua que achou perdido em uma estrada qualquer, com temor de que o pobre animal fosse atropelado. O taxista pegou o cão, tirou de uma área movimentada e levou para outra, quase sem trânsito, para aumentar as chances de sobrevivência do bicho. Só que junto da boa ação, acabou levando um enorme mau cheiro para dentro do veículo... que ele conseguiu conter abando o banco traseiro. Claro que eu sentei no banco dianteiro e com as janelas do veículo todas abertas. Foi suficientepara não sofrer com cheiro algum.
Cheguei no shopping e parti para as compras. Primeiro vi um pequeno presépio em uma vitrine, que resolvi comprar para minha mãe. Ela adora presépios e coisas religiosas. Ao entrar na loja para comprar, deparei-me com um outro presépio muuuuito maior e pensei que a alegria da minha mãe seria muito maior também. Comprei o presépio sem se tocar de que ele ocupava metade da minha mala.
Ainda sem se tocar da besteira que estava fazendo, fui no shopping em frente,que promovia um festival de cervejas, para comprar um kit com quatro cervejas alemãs, para dar de presente ao meu pai e ao meu cunhado... já que eles tomam as cervejas juntos mesmo.
Pois bem. Comprei o kit que vinha embalado em uma caixinha de papelão com suporte... pra facilitar o transporte. Na hora de ir embora, no entanto, é que comecei a me preocupar em como faria para levar tudo aquilo se eu já tinha levado a mala cheia para POA. A saída foi improvisar uma bagagem de mão com algumas roupas que eu tinha na mala e liberar espaço para enchê-la com o presépio e as cervejas alemãs, cuidadosamente encaixadas para evitar o risco de quebrarem.
Ao chegar ao aeroporto eu fui fazer o check-in e inocentemente, ao ser perguntado se tinha algo que quebra na mala, respondi: "Não. Apenas um kit de cervejas,mas não tem perigo não". O atendente discordou de minha análise e mandou que eu retirasse as cervejas alemãs de dentro da mala.
Vem aí o primeiro constrangimento, que é colocar a mala no chão do aeroporto,abrí-la e tirar tudo o que tinha por cima das cervejas para retirar a caixa... Mas se a regra, é a regra, tudo bem. Peguei as cervejas para levar na mão mesmo. E aí o atendente com uma cara de constrangimento completa: "ah, mas tem um problema. Você só pode entrar com três garrafas no avião".
Como tinham quatro garrafas ele soltou uma idéia que, para ele, era brilhante: "Faz o seguinte, toma uma. Só ir ali no bar e trocar por uma gelada". Eu ainda tentei argumentar: "É o presente do meu pai. Como vou beber o presente do meu pai?".E ele então sugeriu que eu tentasse conversar no embarque, para tentar convencer os funcionários da Infraero a passar com uma long neck a mais. No desespero, consegui fazê-los entender.
Coloquei as garrafas naquele compartimento acima das cadeiras, viajei normalmentee cheguei ao aeroporto do Rio de onde parti para a rodoviária, onde pegaria o ônibus para Juiz de Fora. Só que cheguei lá no início da madrugada e o primeiro ônibus para JF só saía 6h da manhã. E pior: o guichê só abria 5h30. Resultado... tive que ficar a noite inteira lá esperando sentado naquelas cadeiras vagabundas.
Para amenizar o sofrimento, resolvi pegar as garrafas cuja caixa de papelão já tinha arrebentado o suporte de segurar e colocar novamente na mala. Fiz já com mais pressa, sem se preocupar em acolchoar os lados da garrafa para evitar a quebra. Quando entrei no ônibus, o funcionário da empresa pegou minha mala e lançou para o final do bagageiro, com força desproporcional. Enfim isolou a mala... Resultado: cheguei a Juiz de Fora com apenas três garrafas, conforme deveria ter saído de Porto Alegre. A outra se espatifou. E com um agravante. Se eu tivesse deixado a porcaria da garrafa para trás, ou bebido aquele troço, não sujaria todas as roupas e nem a mala que precisou ser lavada com água e sabão para perder o cheiro forte da cerveja preta, justamente a mais forte...que foi a que quebrou.
E assim voltei a Juiz de Fora. Agora chega dessa história. A partir da próxima volto a escrever sobre meus dramas de solteiro, sozinho e sem empregada.
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Abraços a todos e sejam bem vindos de volta!