quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Dando um gás

Em empresas jornalísticas de um modo geral, como jornal e televisão, costuma-se chamar de pauta “.rec”, abreviatura para “recomendada”, aquele assunto que é solicitado por algum superior e cuja matéria terá que sair em qualquer hipótese. Este post, embora não tenha sido sugerido por um superior, é um “post rec”, ou melhor, é um “post obr”, abreviatura para obrigatório, pois me foi sugerido. Explico: quem me pediu esse post fez chantagem emocional e fez de vítima pedindo que eu escrevesse. Aí está então! Vamos ao que interessa:
Já contei, em um outro texto no início do blog, qual foi o primeiro produto que comprei aqui na green house. Para quem não se lembra, foi um microondas, comprado pela internet na Americanas.com, quando o apartamento ainda nem tinha sido alugado. Mas faltou dizer qual foi o último produto comprado para cá; curiosamente também utilizado para o mesmo fim do microondas: o botijão de gás. Aliás, não foi nem comprado... mas isso explico já já.
Pois bem. Alguns devem imaginar que é natural a casa de um solteiro, sozinho e sem empregada não ter fogão. Mas eu não acho. Acho fundamental que tenha um fogão e, sendo assim, comprei o fogão logo na primeira leva de compras da green house. Ele foi comprado na mesma semana do microondas, mas chegou já no apartamento novo. Quase um ano depois, no entanto, permanecia fechado, sem utilização, por conta da falta do botijão de gás na green house.
Primeiro é melhor eu explicar os motivos que me fizeram ficar tanto tempo sem o botijão. Em primeiro lugar, eu visualizei a parede da cozinha da green house. Verdinha que só... e imaginei como ficaria suja de gordura. Ponto negativo para o botijão. Imaginei como as panelas ficariam sujas e como seria difícil arear toda vez que preparasse alguma coisa. Mais um ponto contra o botijão. Imaginei como o próprio fogão ficaria, sujo, engordurado e etc. Outro ponto contra o pobre botijão de gás.
Lembrei do incômodo quando o gás acabasse no meio de um alimento, do espaço que ele ocuparia na cozinha, da chateação que seria comprar a manguerinha, aqueles aneiszinhos para segurar a mangueirinha, aquela válvula e tudo mais. Sendo assim, o botijão de gás perdeu status de item de primeira necessidade e foi colocado na lista das coisas secundárias que a green house precisava.

Enquanto o botijão passava longe de minha casa, o fogão servia como um ótimo armário, muito bonito aliás. A parte de vidro em cima fazia lembrar aquelas mesas mais luxuosas e era peça de decoração da minha humilde porém bem resolvida cozinha. Mas um dia cansei de comer miojo de microondas, massas de microondas, hambúrgueres de microondas e até (acredite) arroz de microondas (existe isso!).
E foi aí que comecei a pensar melhor na idéia de ter um botijão de gás em casa, que pudesse ser utilizado apenas em uma ocasião especial, sem causar muitos transtornos domésticos.
E aí é que entra na história a pessoa que me obrigou a escrever este post. Foi ela, uma colega de trabalho muito bacana por sinal, que deu a primeira luz na escuridão na qual tratava “o problema do botijão”. Como eu já tinha ligado para inúmeros tele-gás e não conseguia nenhum que vendia junto o botijão, ela lançou a idéia de me emprestar um botijão que tinha em casa, mas que não usava pois seu prédio tem gás encanado.
Pois bem. Gostei da idéia e aí entrei em um outro problema: a preguiça de ir buscar o tal do botijão na casa dela. Enrolei uma, duas, três semanas. Quando ameacei ir, ela passou mal e não pude buscar o botijão. Enrolei mais um, dois ou três meses e, quase um ano depois, eis que o botijão está aqui em minha casa.
A pobre garota, uma loirinha até muito bonita e ao estilo (perdoe-me) “patricinha” decidiu trazer o botijão por conta própria, já que eu enrolava para buscar. Claro que ela trouxe de carro, mas precisou sair carregando o botijão até o porta-malas do carro, sofrendo horrores para resolver o problema da falta de gás aqui em casa.
Entende a situação? Essa moça está para mim assim como o Evo Morales está para o Lula, em relação ao gás boliviano. A grande diferença entre ela e o Evo é que, eu não precisei sequer construir o gasoduto e ficar sofrendo com a estatização de refinarias e etc e tal. Nada disso. Ela trouxe o gás até aqui. E de graça, diga-se de passagem. O botijão e um resto de gás (talvez metade) que está em uso até então.
Que graça de menina. Mereceu até uma recompensa. O que fiz então? Ofereci um almoço a ela, feito por mim, com o botijão novo. Uma massa ao molho branco salpicada de presunto e mussarela derretida que, de fato, ficou muuuuito boa. Agradou visivelmente e a tal moça passou a ser difusora da informação de que sou bom de cozinha, aos quatro cantos por aí.
Embora eu tenha feito sozinho o prato, a autora da base da receita é minha irmã, que me ligou e passou as instruções por telefone. Eu apenas incrementei para dar o toque especial e fazer o saboroso “penne ao molho branco a la green house”. Um sucesso de crítica, tal qual os pratos dos maiores restaurantes do mundo.
Depois disso, a green house passou a se especializar em alguns produtos, como o pastel frito de queijo. Para quem não imagina, apesar dos dramas domésticos, sou até bom de cozinha. Faço arroz muito bem (embora tenha feito poucas vezes), carne moída, macarrões em geral, bolos e outras coisas simples, mas saborosas para as quais serve um fogão.
Solteiro, sozinho e sem empregada, na cozinha da green house, sempre dá certo, embora para fritar pastel eu costume ter que enrolar o pano de prato na mão pois aquelas gordurinhas que ficam pingando, principalmente quando cai uma gotinha dágua na frigideira me queimam todo. Outro problema é que comprei panelas muito bonitas, em inox com cabos igualmente brilhantes, mas que, por serem do mesmo material, transmitem calor e esquentam demais fazendo com que eu igualmente queime as mãos se der bobeira. O terceiro problema é que, depois de um ano sem utilização, meu fogão novinho em folha não está com o forno funcionando. :(
Mas o pior não é fazer a comida em si, e sim lavar tudo depois. A sujeira com gordura é imensuravelmente maior e o trabalho de lava, esfrega, areia e ensaboa é muito maior. Uma chateação, que faz com que eu desanime de usar o fogão.
Ainda assim não tenho palavras para agradecer a pobre alma que me emprestou o botijão, rompeu as barreiras de minha preguiça, trouxe o botijão até aqui e proveu minha casa de tão importante fonte energética em tempos atuais. Mas preciso fazer uma ressalva. Tal cidadã foi a mesma que (conforme já narrei em um post no passado) quase incendiou minha casa transformando meu microondas branco em amarelo ou meio bege por dentro, após queimar a pipoca que mais tarde seria saboreada junto com o sal da dona Maria do Carmo. Ou seja: a pessoa que quase inviabilizou meu microondas foi a responsável por me dar outra alternativa para cozinhar. Nada como um dia após o outro. Mas se ela tivesse danificado minha máquina de lavar (Ave máquina!) não teria botijão de gás que a salvaria...

Atenção: Estou utilizando um sistema de cadastro no blog, no qual você coloca seu email, seu nome e sua cidade eu envio um aviso sempre que tiver atualização. Não se preocupe pois a operacionalização disso é totalmente manual. Portanto, se você não quiser depois mais receber os recados de atualização, basta responder o email dizendo que não quer mais receber que eu te excluo da lista. O objetivo é facilitar a vida de vocês e não complicar. O campo para registro está lá na barra lateral, acima, logo abaixo da descrição do blog. Até mais e saudações de um solteiro, sozinho e sem empregada.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Aventuras no supermercado

Olá, caros leitores. Vocês devem estar achando que eu sou um chato que reclama de tudo e se incomoda com as pequenas coisas no lar da green house, certo? Pois bem. Para desfazer essa imagem que eu mesmo criei com os posts anteriores, hoje vou optar por falar de algo que gosto embora para muitas pessoas seja um suplício: visitar o supermercado.
Pois é, internauta, essa, na minha opinião, é uma das grandes atividades de um solteiro, sozinho e sem empregada. Visito mais o supermercado do que a casa dos meus amigos e sempre saio de lá feliz e satisfeito cheio de compras nas sacolas plásticas (que por sinal agora foram proibidas aqui em Belo Horizonte). Tirando as sacolas, cujo carregamento é uma lástima, a ida ao supermercado só me traz felicidade.
Preços? Nem reparo, para falar a verdade. Sou uma pessoa que gasta pouco em outras coisas e aí acaba sobrando dinheiro para gastar no supermercado. E gasto mesmo. Compro tudo no supermercado. Exceto eletrodomésticos e eletrônicos sofisticados, que são difíceis de carregar e por isso compro pela internet, o restante da green house toda veio de supermercado. Não é exagero dizer que minha vida de consumo se dá, em grande parte, no caixa de supermercado.
Meu shopping
Lá eu compro roupa, desde as mais simples, de andar em casa, até camisas sociais, gravatas, calças, agasalhos e roupas mais sofisticadas. Isso mesmo, internauta. Compro tudo isso no supermercado. Coloco no carrinho, nem experimento e não quero nem saber. Até sapato já comprei no supermercado e foi uma das melhores compras. Claro, sem experimentar também. Jogo no carrinho e vou feliz da vida, feliz por ter economizado dinheiro e, principalmente, tempo. Outros itens que já comprei em supermercado: o home theater que citei no tópico anterior, vários artigos de informática, incluindo a cadeira de Renan Calheiros que adquiri para o meu pc... lençol, pratos, utensílios diversos para a cozinha e tudo mais que você possa imaginar. O supermercado é o meu shopping predileto. Mas, claro, tem que ser aqueles hipermercados como o que tem lá perto de onde eu trabalho.
Desculpa
Ah, outra estratégia que tenho é ir ao supermercado quando estou muito cansado e disposto a pegar um táxi para vir para casa. Vou lá e compro tudo o que preciso e o que posso vir a precisar nos próximos meses. Resultado: saio de lá cheio de sacolas (as famigeradas sacolas proibidas) e aí arranjo uma desculpa para pegar um táxi até em casa, gastando mais de 10 vezes mais do que gastaria de metrô.
Teoria da fome
É óbvio, no entanto, que a maior parte das coisas que compro no supermercado são produtos de limpeza – principalmente para prover minha máquina de lavar (AVE MÁQUINA!) e gêneros alimentícios. Ou melhor, é porcaria de comer mesmo. Arroz, feijão isso eu comprei apenas uma vez. Até hoje ainda tenho isso aqui. Compro é batatas fritas, latas de coca-cola, presunto, mussarela, miojo, caixas de bis e tudo o que um solteiro, sozinho e sem empregada precisa para sobreviver em seu lar, principalmente nos fins de semana.
Mas já descobri, caro leitor, que ir ao supermercado com fome faz você comprar até 70% a mais do que se for depois de se alimentar. Quando estou com fome, os alimentos e tudo mais brilham na prateleira. Eu compro mais miojo, mais mussarela, mais presunto, mais produtos de microondas, mais sucos, achocolatados prontos de geladeira, iogurte e chocolate, muito chocolate. Exagero mesmo e só depois percebo que ao comer a primeira dessas coisas todas as outras perdem o sentido. A fome, neste caso, é fator de multiplicação de meu ímpeto comprador, pelo simples fato de que eu compro mas não como na hora (é tipo a história do fumei mas não traguei do Bill Clinton)...
Teoria do chocolate
Mas por falar em chocolate, tenho uma teoria que desenvolvi já há alguns anos sobre a importância que tem na vida de um homem o fato de ele poder comprar seu próprio chocolate. Talvez isso explique porque eu compro muito chocolate. Caro leitor, não exagero e não me tomem como maluco, mas quando eu compro chocolate, uma barrinha que seja, e pago, a sensação de felicidade é impresionante. Passa um filme na minha cabeça, dos tempos em que eu era criança e não podia comprar meu próprio chocolate. Sabe quando você é criança e quer comprar doces mas precisa que o pai ou a mãe dê o dinheiro. Pois então, agora eu posso comprar meu chocolate e decidir quando e quanto eu vou comprar. Eu mando na minha vida. Compro meu chocolate.
È fato que eu não posso comprar o carro que eu quiser, a hora que eu quiser nem quantas vezes eu quiser. Mas, até onde tenho notícia dos preços de chocolates por aí, eu posso comprar qualquer chocolate quando eu quiser. Eu sempre tenho dinheiro para comprar chocolate. Posso comprar milhares de chocolates. Eu sou um rei quando se trata de chocolate.... exagerando um pouco. E aí desenvolvi essas duas teses:
1) Um homem só se torna homem de fato quando pode comprar seu próprio chocolate;
2) A independência de um homem se mede pela quantidade de chocolates que ele pode comprar;
E assim fico feliz, solteiros, sozinho e sem empregada, mas com moral e dinheiro para comprar meu próprio chocolate.

OBS - Cadastre na barra lateral à direita do site, acima, e receba emails sempre que eu atualizar a página. Assim você economiza tempo e só vem aqui quando tiver certeza da atualização. Até mais! :)

O perturbador da ordem

São 23h39 e já era para eu estar dormindo. Há mais de uma hora eu despedi de todos no MSN e, supostamente, deixei a internet para ir dormir. Estava e estou com uma tremenda dor de cabeça, talvez por tantas contas que tive que pagar hoje. Mas como estão notando eu não dormi. E por um motivo simples: enquanto eu estou aqui, minha máquina de lavar (AVE MÁQUINA!) está lá trabalhando como uma escrava para deixar meia dúzia de camisas sociais limpinhas para que minha semana possa continuar. Como já disse no post específico sobre a máquina, não posso deixá-la sozinha, pois depois esqueço a roupa dentro da máquina e ela acaba com cheiro de molhada, de forma que é praticamente impossível tirar.
Isso aconteceu várias vezes, caro visitante, e nem aqueles líquidos mágicos batizados de “passe bem” costumam resolver a questão do cheiro que fica na roupa se eu a esquecer lá dentro. Sendo assim, tenho que esperar acabar a lavagem para colocá-las no minivaral que possuo na área e, aí sim, de consciência e roupa limpa, dormir em paz.
Imagino que os vizinhos estejam querendo fazer a mesma coisa. Já suponho, por exemplo, que dona Maria do Carmo, minha vizinha da frente, já colocou sua camisola de bolinhas vermelhas e um tapa-olho marmota em seus aposentos. Ou que a velhinha do décimo andar já passou a chave no piano e uma hora dessas prepara-se, já com a dentadura dentro do copo, para uma noite tranqüila de sono.
Acontece, caro visitante, que em um prédio grande como esse, as coisas nem sempre são assim. Vez ou outra tem um vizinho que exagera, faz uma festa até tarde, chama uma cambada de amigos e tumultua o ambiente e o sono dos pobres coitados que por azar na vida definiram como moradia um pedaço de teto exatamente ao lado do infeliz. Pois é. E eu já fui esse infeliz.
Que incômodo, caro leitor. Eu, um cara respeitador das leis, correto com as pessoas e justo com os pobres mortais, imagino-me taxado de perturbador da ordem, franqueador de eventos fora do horário e ofensor da moral e dos bons costumes?! Que vexame! Mas explico. Casa de solteiro, sozinho e sem empregada costuma ser ponto de encontro oficial da turma, seja para um amigo-oculto, para assistir um jogo ruim da seleção brasileira ou mesmo para ficar de papo e esquecer os problemas do dia-a-dia (mesmo que esses problemas sejam exatamente a ruindade de nossa seleção).
Logo que mudei-me para cá fui “fichado” como um subversor, sem culpa nenhuma, diga-se de passagem. Acontece que, logo na primeira semana de permanência na green house, surgiu a idéia de fazer um amigo-oculto na editoria em que eu trabalhava no jornal. Evento de jornalista, para quem não conhece, costuma já começar tarde. Era uma quinta-feira e definimos começar tudo 22h. Antes disso era impossível, já que o jornal fecha por volta desse horário e ninguém poderia sair de lá antes.
Eu, na época repórter de política, previ que chegaria em casa mais cedo, por volta das 20h, organizaria tudo e pronto: receberia a turma para um festejo razoavelmente rápido e sem riscos para com os vizinhos.
Acontece que vida de jornalista é complicada e fui escalado, às 17h, para ir para a porta da Polícia Federal, onde ia ser libertado um deputado preso por sonegação de impostos. Fui para lá, esperando que, cumprida a ordem de soltura, ele saísse por volta das 18h, ou no mais tardar 18h30. O tempo foi passando, passando, a chuva caindo na minha cabeça, a fome apertando e o pior... o horário do amigo-oculto indo para o brejo. Por volta das 22h30, 23h as pessoas começaram a se aglomerar na porta do meu prédio, com salgadinhos e refrigerantes na mão. Enquanto isso, eu estava ainda na porta da Polícia Federal, praticamente preso como o deputado que eu aguardava. Lembro exatamente que ás 0h17 ele foi libertado. Um carro já me aguardava lá na porta da PF para me levar em casa, onde a turma toda, de umas 10, 12 pessoas me aguardava.
Pois bem, caro leitor, uma festa que começa 0h40 realmente não pode dar certo. Se der certo para nós, dá errado para os vizinhos. E foi isso que aconteceu. O tempo foi passando, a festa foi rolando, as pessoas indo embora e os mais animados ficando. Até que houve a primeira reclamação. Vizinhos, obviamente, queriam dormir.
Semana depois, outra festa, outro problema. O home theater que eu comprei e instalei na sala não passava do volume 2 (e ele vai até o 39), mas não era suficiente. As pessoas é que falavam alto, riam na janela e etc. Coisas normais de uma festa animada. Normais não no meio da madrugada. E veio a segunda reclamação. E assim aconteceu mais uma vez.
Em resumo, caro leitor, ganhei rapidamente o estigma de perturbador da ordem. Com justiça, tudo bem. Mas aí os vizinhos resolveram passar dos limites e abusar. Um mês após os episódios estava eu, domingo, 15h, com o home theater ligado nas alturas, enquanto lavava o banheiro de casa. De fato o som estava alto, mas eu precisava de motivação para lavar o banheiro. Encher tudo de espuma, esfregar daqui e dali, em pleno domingo, enquanto todos descansavam? Era justo ligar o som alto. Mas os vizinhos não perdoaram. Lembraram de meu histórico já “fichado” e não deu outra... Reclamaram! Por azar deles, o som estava tão alto, mas tão alto, que eu obviamente não ouvi o interfone tocando para que o porteiro reclamasse. Mas ele foi mais esperto e interfonou para um vizinho que esmurrou minha porta para avisar da reclamação.
Claro que eu ainda fiz questão de contestar: “poxa, domingo, a essa hora”? Mas não adiantou. Aceitei o argumento ridículo de que um outro vizinho qualquer queria “tirar uma sonequinha” e abaixei o som. Tentei assim, limpar a minha barra, mas tenho a impressão de agora sou conhecido no prédio da seguinte forma: “o cara que coloca som alto ou tumultua o ambiente, mas que respeita qualquer pedido para que abaixe o volume ou pare com a algazarra”. Menos mal...

- Cadastre-se no blog e receba um email sempre que houver atualizações. Basta preencher os campos na barra lateral, logo lá em cima. É fácil, rápido e útil. Afinal, solteiro, sozinho e sem empregada tem mais coisas para fazer do que ficar vindo olhar se tem novidade toda hora né?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Maquiando sua casa

Olá, caro visitante. Tem dois duas coisas que eu costumo fazer no fim de semana, quando estou de bobeira na green house:
1) Arrumar a casa;
2) Desarrumar a casa.
No fim de semana que passou, optei pela segunda opção, portanto você imagine que a sala da green house também está mais para a opção “b” do que para a opção “a”.


Pois bem caro amigo. É aí que a vida de um solteiro, sozinho e, principalmente, sem empregada, começa a se complicar. Não sei se repararam, mas o blog anda mais arrumadinho ultimamente. Estou criando links, colocando mais coisas, criando sistemas de busca. Tudo para que as coisas fiquem mais organizadas e atrativas para todos vocês.
É exatamente o mesmo que acontece com a green house quando vou receber visitas. Agora imagina se eu tivesse que fazer isso hoje, no “day after” do fim de semana. Impossível arrumar a casa em tão pouco tempo, principalmente tendo trabalhado o dia todo. É para resolver situações como esta que desenvolvi um sistema de maquiagem da casa. E vou revela-lo com exclusividade aqui no green blog. Sim, caros leitores, sou fera na maquiagem da green house. E se quiserem fazer o mesmo em suas casas e receberem elogios que só costuma receber quem tem empregada para deixar tudo arrumadinho todo dia, prestem atenção em minhas próximas palavras.
O primeiro passo é ter gavetas e espaços livres em casa. O ideal é ter uma proporção de 30 a 35% das gavetas e espaços da casa desocupados. Isso lhe garante uma margem de segurança para o caso de ter que arrumar a casa às pressas. E eu explico a necessidade.
A técnica de maquiagem doméstica consiste em pegar tudo que está jogado ou fora do lugar e entulhar nas gavetas e espaços previamente desocupados para este fim. Isso significa o seguinte: se algo está fora do lugar, não pense se precisa dobrar, se é para jogar fora, se é um item do quarto ou da sala, nada. Isso tudo gasta tempo. Coloque nas gavetas. Além das gavetas, outras sugestões são o vão debaixo da cama e o a parte de cima do guarda-roupa. Sempre cabe coisa lá.
Na cozinha você deve ter um cuidado especial. Òbvio. Os panos de prato, os artigos de cozinha não podem ser misturados a torto e a direito pela casa. E aí você tem duas saídas, fora o móvel do cômodo. Um é o forno do fogão. É ótimo, por exemplo, para guardar uma panela suja, que você está com preguiça de lavar. Dentro da panela você pode colocar talheres que também precisem de lavar, com água, para a sujeira não grudar. Outra saída é o microondas. Serve para guardar tigelas, pratos e outras coisas quando não estão demasiadamente sujas.
Aqui na green house, possuo compartimentos preparados para maquiagem em cada cômodo. Na sala são duas portas na parte debaixo da estante. Na cozinha, duas, das cinco gavetas do móvel ficam vazias, prontas para uma emergência, além do fogão e do microondas. A gaveta de frutas da geladeira só deve ser usada em casos extremos. Como da chegada de uma visita inesperada.
No quarto, duas portas do guarda-roupa, a parte de cima dele, a parte debaixo da cama, dois criados e mais uma cadeira ficam de prontidão para coisas que precisam ser rapidamente ocultadas. Um lençol por sobre a cadeira resolve todos os problemas.
Mas claro, caro leitor, que tudo isso é uma medida emergencial. Não funciona por mais que algumas horas. Nos dias seguintes você precisa começar a reorganizar as coisas, senão corre o risco de ter uma casa bagunçada em um momento importante, sem gavetas para encher na hora da maquiagem. Palavra de solteiro, sozinho e sem empregada.

NOVIDADE: Notem, na barra lateral, a novidade no blog. Acabei de colocar um formulário para que as pessoas possam cadastrar os emails e, assim, receber uma mensagem sempre que houve uma atualização do blog. Isso ajuda principalmente quem não tem um sistema RSS e quer ficar sempre por dentro de tudo o que está acontecendo aqui. É só colocar o email e pronto, mandarei email procês.
Uma outra novidade é o comercial versão 2.0 do blog, pra quem ainda não viu :P

Comercial Green Blog II

Amigos,
Hoje ao invés de postar algum texto, divulgo a estréia do mais novo comercial do greenblog. É o segundo. O outro vocês já conhecem... Então agora com vocês: Maddy, maddy cry, versão de um solteiro, sozinho e sem empregada. Está aí na barra do lado. Se quiserem ver maior, basta clicar duas vezes para ver direto no youtube, onde está hospedado. E boa sorte nos trabalhos domésticos!

sábado, 24 de novembro de 2007

Habemus máquina!

Esse post é dedicado a duas pessoas: Quézia e Eline. Explico. Dedico à Quézia porque ela acabou de adquirir o mais precioso eletrodoméstico que alguém pode ter em casa. À Eline porque, quando nem me conhecia direito ainda, disse-me certa vez, sem saber que eu pensava em morar sozinho: “quando chegar o dia de sair de casa, compre uma máquina de lavar. Deixe tudo para depois, mas compre uma máquina de lavar”.
Aqui na green house, a máquina de lavar não foi a primeira aquisição. E me arrependo demais de não ter ouvido a Eline. Ela vai achar engraçado se souber que minha principal lembrança que tenho dela é isso: o conselho da máquina de lavar.
Na green, chegou primeiro o microondas, outro eletrodoméstico muito útil. Depois todos os outros eletrodomésticos e móveis que chegaram juntos, comprados pela internet. Uma beleza aliás, a compra online... é perfeito. Mais barato, mais rápido e mais cômodo.
E foi em nome da comodidade que, depois de uns três meses talvez, eu me rendi à necessidade de comprar uma máquina de lavar. Até então minha estratégia era a seguinte: lavar camisas no chuveiro, enquanto tomava banho... comprar muita roupa, para ter sempre reserva e poder deixar pra lavar apenas nos fins de semana e, principalmente, levar tudo pra Juiz de Fora quando ia, para lavar na máquina da minha mãe.
Mas não rolava e me rendi. Não antes de descobrir que lavar roupa não é coisa para mulher. É para homem. Esfregar roupa, tirar manchas na marra, torcer certas peças é um exercício extremamente desgastante. E estressante. Não há muitas coisas piores na casa de um solteiro.
Aliás, pior que uma casa de solteiro, sozinho e sem empregada, só uma casa de solteiro, sozinho, sem empregada e sem máquina de lavar. A máquina de lavar está para o ser-humano assim como o foguete está para quem está interessado em conhecer a lua. O maior invento do nosso século e de todos os séculos. Eu amo máquina de lavar.
Aliás, fazendo um parêntesis, lembrei de uma história interessante de máquina de lavar. De um grupo de professores que eu tinha na faculdade, que visitavam a Grécia e tinham dificuldade de pedir comida. Aí eles aprenderam que se falassem “máquinadelavar” vinha uma comida super saborosa no restaurante. Eles tentavam falar corretamente o nome dos pratos e nada. O garçom grego não entendia. Aí perdiam a paciência e mandavam: “máquinadelavar”. Pronto. Vinha o prato. Uma beleza.
Mas voltando à máquina de lavar como equipamento de extrema necessidade do ser humano, a ansiedade da chegada da minha máquina foi algo poucas vezes visto aqui em casa. Comprei também pela internet, uma máquina até cara... e deixei a chave da casa na portaria enquanto ia trabalhar, sonhando que a máquina ia chegar. Voltei do trabalho e lá estava ela ainda embalada, mas ao alcance de minhas mãos agora.
Sim. Eu tinha máquina e a usei naquela noite mesmo. Lá pra 1h ou 2h da manhã, quando terminei de desembalar, ler os manuais e tudo mais. Já tinha comprado sabão, amaciante, alvejante de todos os tipos de roupa. Enfim, fiz uma minilavanderia à espera do tão sagrado eletrodoméstico. Agora podia gritar pela janela: Habemus máquina!
Desde então, uso a máquina até quando não tenho nada para fazer. Outro dia tava sem sono, não conseguia dormir, entrei no msn... não tinha ninguém. Sabe o que fiz? Fui lavar roupa na máquina. De madrugada... 3h da manhã. Os vizinhos não devem ter gostado, mas ela é silenciosa até. Tem coisas que a gente faz de madrugada e que são muito mais barulhentas.
Eu falei tanto da máquina para as pessoas que o povo até sugeriu uma festa. Gostei da idéia mas aí começaram as brincadeiras de como seria a festividade. Alguém, nem me lembro quem, disse que era para ser assim: “Festa da máquina de lavar: meia noite todo mundo tira a roupa, coloca na máquina e só pode vestir de novo quando secar”.
Aff.. imagine... não tenho área. Meu varal fica numa varanda fechada. Não tenho secadora. Ia ser todo mundo nu até o meio da tarde do outro dia. O problema é que o boato foi ganhando proporção lá no jornal onde trabalhava e todo mundo queria saber quando seria a tal “festa da máquina de lavar”. Gente de todos os setores. Até que sepultei oficialmente a idéia.
Mas com festa ou sem festa, o fato é que não há como viver sem máquina de lavar, caros visitantes. Quem tem sabe disso. Quem não tem ainda vai descobrir. Assim como vai descobrir que ela, embora fantástica, não pode ser esquecida sozinha. Isso porque ela lava a roupa e centrifuga tanto que quase seca a peça... mas não coloca a roupa no varal.
Esse é o único defeito da máquina de lavar. Ela termina o serviço dela e não nos avisa. Fica lá, quieta enquanto as roupas vão ficando lá dentro, ficando com aquele cheiro chato de roupa que fica guardada molhada. Várias foram as ocasiões que eu tive que lavar de novo. Mas tudo bem. Até gosto de lavar de novo. É tão bom apertar aquele botãozinho e ficar vendo a máquina trabalhar por mim. Eu até gosto do barulho que faz... ô vidinha mais ou menos :)

OBS – Hoje postei bem mais cedo, então muiitos não devem ter tido tempo de ler o post debaixo, que vale bastante à pena, sobre a história do “box-aquário”. Espero que gostem.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Box ou aquário?

Olá, caro visitante. Morar sozinho é complicado então nada melhor do que receber alguém em nossa casa. Mas o ministério da saúde adverte: receber alguém, se não está tudo no jeito, pode também ser um graaande problema. E tem hora que nem mesmo os vizinhos podem ajudar. Mas tentam. Eu tentei, quando fui instado a colaborar com um vizinho que passou um aperto absurdo em casa, quando recebia uma visita. Vizinho solteiro, sozinho e sem empregada sofre junto. E assim aconteceu comigo.
Eram 2h40 da manhã, aproximadamente, quando meu interfone tocou. Eu costumo ficar na internet até tarde de vez em quando, mas naquela ocasião eu estava já pra lá de dormindo. Qualquer barulho de celular me acorda. Até mensagem, então foi fácil abrir logos os olhos.
Pego o fone já achando que deveria estar acontecendo algo grave. E de fato estava. Alguém precisava de minha ajuda. Era um vizinho no telefone.
“E aí, rapaz, estava na internet?”, pergunta.”Não. Estava não”, respondo sem intenção de criar algum constrangimento. Mas ele já sem graça continua:”Mas tava acordado, né?”
“Não, também não. Tava dormindo mesmo. Mas pode falar e aí”.
Eu achei que ele estava sem graça de me acordar, mas não. Estava sem graça é com o que ia dizer em seguida... e foi logo contando a história. Tinha saído com a namorada e, quando retornou a moça foi tomar banho. Só que ela acabou trombando no box, que saiu do trilho e travou a porta. Isso mesmo, caro internauta. A menina ficou presa lá dentro.




Pois então. Nessas horas, vizinhos são para essas coisas. Primeiro ele me contou a história e perguntou se eu podia dar alguma dica de como ele abriria a porta do box. Eu tentei falar genericamente sobre como ele poderia fazer, mas ele justificou que já tinha tentado todas aquelas alternativas e, mais sem graça do que nunca, tomou coragem e perguntou:”Você não quer vir aqui ajudar não?”
A situação era constrangedora, mas eu aceitei. E é claro que, antes de eu chegar, ele preparou a menina, passou por cima do box uma camisa e um short para que ela vestisse e tudo mais...
Lá fui eu ajudar em plena madrugada. Cheguei lá... visualizei a situação, tentei forçar a porta depois de cumprimentar a menina de forma extremamente sem graça e nada. A porta não saía do lugar. Impossível. Eu com vontade de rir, mas obviamente nem podia, pois a situação era tensa, delicada e constrangedora para todos.Àquela altura, o cara já tinha desistido e pensava em chamar os bombeiros para retira-la. É o tipo de besteira que a gente pensa na hora do desespero. Agora você imagina os bombeiros chegando de madrugada no prédio, acordando todo mundo... para resgatar alguém preso no box, daqueles de vidro, tiplo “blindex”? Não dá. Ia ser uma sentença de morte. Ele ia ter que mudar de prédio depois dessa. Ou seria conhecido como o “menino do box” ou o “menino da menina do box”.
Por outro lado não daria para manter a menina lá, tal como um peixe dentro de um aquário. Pensei como um solteiro, sozinho e sem empregada resolveria a situação e dei duas sugestões:
1) Retirar a menina por cima do box. Era bem alto e precisaríamos de uma escada para ela subir de um lado para que nós a resgatássemos pelo outro.
2) A segubnda, e que foi, na verdade, a que eu pensei primeiro: cobri-la com um cobertor ou algo do tipo, para que ela não se ferisse e encher o box de porrada até quebrar o vidro para que ela pudesse sair.
Claro que meu vizinho vetou essa hipótese em primeira instância. Eu, particularmente, ainda achava mais seguro e discreto do que chamar os bombeiros. Ele teria uma despesa extra, de uns R$ 400 a R$ 500 para instalar outro box. Daria um pouco de trabalho limpar o ambiente e havia um risco pequeno de acidente. Digo pequeno porque tenho para mim que aqueles vidros não estilhaçam. Eles ficam moidinhos como vidro de carro. Pelo menos é o que imagino.
Pois bem. Descartada inicialmente essa idéia, vou eu de volta para o meu apartamento para buscar então uma escada de alumínio que comprei e até então utilizava pouquíssimo. Muito pouco pelo preço que custou... mas sabia que um dia ela ainda seria mais do que útil, mas indispensável. Peguei a escada, um alicate, uma chave de fenda e fui, doido para que ninguém me visse pelas escadas e corredores.
No mínimo iam achar que eu era um ladrão. Imagine se você, em seu prédio, 2h40 da manhã, avista alguém subindo andares com uma escada na mão, uma chave de fenda e um alicate? Ainda mais eu, que ainda não era conhecido por ali. Você não chamaria a polícia? E tudo bem, vai... eu tenho estilo desses ladrões, magrinhos que costumam pular janelas e tudo mais. Não faço isso porque sou honesto, mas tenho perfil para a função. E com roupa de andar em casa, não ia ter jeito. Ia ser confundido.
O desespero de alguém me ver era tão grande que eu tenho a impressão de que tenha demorado horas até chegar ao apartamento do vizinho de novo. E talvez tenha demorado horas mesmo, porque quando eu cheguei lá a situação já estava resolvida. Antes de sair de lá pela primeira vez, eu tinha soltado uns parafusos que prendiam a parte de cima do box e , o drama de ter que resgatar a menina por cima do vidro parece ter dado mais força ao cara, que conseguiu, após a retirada desses parafusos, liberar o box e soltar a pobre moça.
O resultado dessa história toda é que voltei pra casa razoavelmente aliviado, com escada na mão, mas ainda com pressa, no medo de que alguém me visse. Retornei, acendi a luz do meu banheiro e fui checar meu box para ver se está seguro. De qualquer forma, se alguém ficar presa um dia dentro dele, chamar os bombeiros será a última opção.

LIÇÕES DO EPISÓDIO:
1) Certifique-se que seu box é seguro antes de oferece-lo para que alguém tome banho nele;
2) Se não for. Se ele balançar um pouquinho ou coisa parecida, prepare um plano de emergência no caso de alguém ficar preso no box de sua casa. Se uma namorada for tomar banho, por exemplo, diga para que não tranque a porta do banheiro, para facilitar a entrada em caso de necessidade de arrombamento do box. No caso dela, não havia trancado a porta, o que facilitou a nossa entrada;
3) Se isso não for possível, ou se for outra pessoa que não a namorada, sugira que não feche o box. Tranque apenas a porta do banheiro. O trabalho de você ter que secar o banheiro depois é muito menor do que o risco de ter que passar uma vergonha dessas em caso de um travamento da porta;
4) Tenha sempre em mãos uma escada que dê altura para o box. Se não tiver, poderá precisar de contar com a ajuda de um vizinho;
5) Faça amizades com vizinhos confiáveis, você pode precisar;
6) Se você for o vizinho e precisar ajudar alguém nessa situação ou em outra parecida, tente procurar, em seu guarda-roupa, uma peça que se assemelhe ao uniforme de técnico de alguma coisa. Sei lá. Só não suba as escadas de chinelo e bermuda às 2h40 da manhã pois, se for visto, será confundido com um bandido;
7) Nunca chame os bombeiros; Controle o seu desespero para não pagar um mico ainda maior do que ter alguém preso no box de vidro de sua casa, tal como o Magneto inimigo dos X-man.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Brasil é quase nosso!


Amigos do blog,

Hoje não estou nos melhores dias, então não poderei escrever um novo texto pra cá. Mas como os visitantes de alguns estados pediram, resolvi atualizar o mapa de visitas para contemplar os que apareceram nos últimos dias. Vale destacar que falta muito pouco para conseguir atingir todo o Brasil e que os resultados estão muito bons para um site que está começando. Já passamos dos 1.500 acessos desde que o contador foi implantado e, mesmo com a falta de postagens nos dois últimos dias, os índices de visitação estão bem razoáveis. Prometo escrever logo um texto bacana, que é um dos melhores que já vivi aqui no prédio, sobre o drama do "box" do banheiro. Até mais. Enquanto isso, leiam a teoria da salada, os comentários que corroboram com a idéia e aproveitem para indicar o site através do link que coloquei na barra ao lado. Abraços e obrigado pelo apoio.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

BOMBA: salada engorda!

Quem me conhece há mais tempo sabe que tenho uma vasta teoria sobre os malefícios da salada e, como legítimo representante dos solteiros, sozinhos e sem empregada, classe que compra pouca salada, até para que os legumes e verduras não se estraguem na geladeira, acho interessante conta-la aqui. Vocês não precisarão mais sofrer a cada dia achando que estão comendo besteiras e deixando as coisas saudáveis no supermercado ou na feira. Serão livres!

Um dia, caros leitores, ainda serei capa da Nature ou da Science (já estão prontas), algumas das maiores revistas científicas do mundo, com minha teoria sobre os malefícios da salada. Cansei dessa propaganda batida dos “fabricantes de salada”, ou seja dos latifundiários que industrializam alfaces, tomates e todo e qualquer tipo de verdura, legume, tubérculo e adjacentes. Eles nos induzem (e provavelmente até fazem propaganda subliminar como fazia a coca-cola no passado) para que sejamos todos adeptos da salada. E ficamos todos fingindo que acreditamos mesmo, ou a maioria até acreditando de fato, de que salada faz bem à saúde.
Vou acabar com esse mito, caros leitores: salada não faz bem. E vou além: aumenta as chances de desenvolvimento de colesterol, eleva o percentual de chances de doenças do aparelho digestivo e o pior: ENGORDA! Isso mesmo. Engorda, infla, eleva seu “lipopercentual”, fermenta... incha... e todos os outros adjetivos que puder encontrar para isso. É essa minha teoria, que demorei anos para moldar. Foram pesquisas e mais pesquisas que, enfim, deram resultado. Não há nada melhor para um cientista do que chegar a uma conclusão como essa.

Não estou dizendo que todos os que comem salada vão ficar gordos. Mas é fato que todos que não comem salada são magros. Gostaria que os visitantes que não comem salada deixem depoimentos. Garanto. Aposto que mais de 70% deles são magros. Quem não come salada é magro. Isso é fato.
E olha, meu caro amigo. Meus estudos também comprovam que isso não acontece apenas com a raça humana. Selecionei vários animais que comem salada. Ou seja: dez animais essencialmente herbívoros e coloquei aqui abaixo. Se acharem que eu peguei pesado (literalmente) e escolhi apenas bichos grandes e gordos, deixando muuuitos magrinhos de fora... podem ir ao google e digitar “herbívoro” ou “herbívoros”. Garanto que mais de 70% dos resultados serão de animais grandes, gordos... ou com peso desproporcional ao tamanho. Abaixo dez exemplos entre búfalos, bois, peixes-boi, hipopótamo, elefante, aqueles dinossauros maiores que existiam, vacas, zebras... Enfim. repare que na lista estão alguns dos animais mais pesados de que se tem notícia. Todos herbívoros ou a grande maioria.

Agora pensem nos cinco primeiros carnívoros que lhes vêm à cabeça... Que tal uma onça? Um leão? Uma chita? Um puma? Todos magros. Que tal um animal mais doméstico, que prefira carne. Cachorro e gato: magros em sua maioria. Alguns enganam com o pêlo, como o leão e sua juba. Mas são essencialmente magros.
Herbívoros são, em sua maioria, gordos. Carnívoros, em sua maioria, magros. Existem bichos que variam mais a alimentação. Por exemplo: ursos podem ser carnívoros (e gordos), mas é porque vivem ali na floresta, comendo uma folhinha ou outra, tomando um melzinho... frutinhas. Enfim... avacalhou nossa dieta radical de muita carne e nada de folhas, engorda mesmo.
Agora vamos às discussões sobre o colesterol e os males à saúde. Todas as pessoas que eu conheço que não comem salada, ao contrário do que costuma-se dizer por aí: não têm anemia, não têm colesterol alto, não têm problemas mais sérios no sistema digestivo. Minha teoria é de que é porque as comidas como carne, arroz, feijão, as tradicionais, todas passam por um processo de cozimento, ou fritura ou coisa parecida. A salada não. Pega ali, cheio de micróbio, dá uma lavadinha com água mesmo (nem sabão usa!) e pronto. Comem. Não adianta. Vai fazer mal à saúde.
Veja o caso do colesterol. Quem come carne tem mais energia. Correto? A carne não é cheia de carboidrato? Pois então. Com mais energia, temos mais pique para fazer as coisas... mais ânimo, mais vontade. Logo, fazemos mais coisa... logo... gastamos mais energia também e fazemos exercícios para queimar a energia. E o que esses exercícios queimam também???? Tchan tchan tchan tchan.... O COLESTEROL! Muito Bom! E ainda produzem aquele colesterol bom que os médicos falam. O tal do HDL...
Em resumo, meus amigos, termino com minha história pessoal. Quem me conhece sabe que sou muuuito magro. Muito mesmo. Não como salada. Na minha família, as outras pessoas comem. As outras são mais gordas do que eu. As outras têm problema de colesterol, eu não. Algumas das outras já sofreram de anemia, eu não. E tenho índices muito bons nos últimos exames que fiz. É de impressionar.
Agora, façam um teste. Vejam perto de vocês quem come salada e quem não come. Como eu disse, até existem magros que comem salada. Mas não existem gordos que não comem! Quando achar alguém beeem magro pergunte: você come salada? A resposta será não. Na maioria das vezes...
(a parte séria agora)
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: As informações contidas nesse post não têm comprovação científica. Seguir as orientações de um jornalista de quinta categoria que tenta dar uma de cientista especialista em nutrição pode não ser a melhor opção, acarretando sérios riscos à sua saúde. Tudo depende do metabolismo de cada um.
(voltando ao território bem humorado do blog, pois não tem graça terminar sério assim)
RICARDO CORRÊA ADVERTE: Para você que é solteiro, sozinho e sem empregada, a melhor opção é um double habibs, sem salada. Com Coca-cola que ajuda a desentupir o sistema digestivo (assim como faz nos canos de sua cozinha).
E para completar, tenho um outro argumento para não comer coisas verdes. Aqui na green house, tudo é verde. Facas, talheres, pratos, xícaras.. Logo, preciso definir que o verde não pode ser cor de comida. Aí fica assim: objeto é verde; comida não é verde. E pronto... não corre nenhum risco de eu morder uma faca, um prato ou qualquer outra cosia. :)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

As 3 teorias da validade!

É praticamente impossível me encontrar de mau humor. Mas hoje é um desses raros dias. Então perdoe-me se a história não ficar tão engraçadinha. Se bem que nem é preciso ter humor pra contar histórias esdrúxulas que só acontecem comigo.
Mas o caso de hoje eu tenho certeza de que acontece com muita gente por aí. Aposto que será uma das mais comentadas, afinal é um drama com o qual cada cidadão que ousa montar uma casa e viver sozinho precisa aprender a conviver. As teorias da validade!
Quantas vezes você já não sofreu com um produto que saiu da validade? Quantas vezes não teve a brilhante idéia de fazer estoque de determinado suprimento, pensando que seria a maior vantagem do mundo ter em casa e não precisar se deslocar sempre que precisasse, e acabou depois percebendo que jogou uma tonelada de dinheiro fora a cada vez que aqueles numerozinhos fossem fazer parte do passado.
Pois bem, meu caro visitante. Assim aconteceu muuitas vezes comigo. A mais recente delas, com uma carne moída que comprei logo depois de enrolar bastante para colocar meu fogão em funcionamento. Acontece que a tal carne saiu da validade, eu percebi isso, mas ela continua congelada, ensacada e embalada dentro do congelador da geladeira, tal qual um cadáver que se esconde em filmes de suspense americano. Pois é. E a teoria é a mesma. Eu sempre esqueço de pegar a tal carne quando vou jogar o lixo para fora. Quando lembro dela, já não estou mais colocando o lixo para fora e aí penso: “vou deixar ela aí, ensacada e congelada, para não apodrecer, nem dar cheiro nenhum. Quando eu for colocar lixo para fora eu jogo a carne fora”. E assim está lá ela. Sem cheiro nenhum (senão eu jogaria fora), sem nenhum sinal de apodrecimento. Completamente embalada, dura como pedra e inútil como pedra também. Agora pasmem com a data da validade de tal cadáver moído: 15 de outubro de 2007. Já fez um mês!!!!

Pois é. Essa carne (olha ela aí do lado), porém, eu escapei de comer, pois sabia que sairia da validade... a cada dia que passava. Carne dura pouco... Bem menos, por exemplo, que pão de forma. E foi com um pão de forma que eu aprendi a prestar mais atenção na validade. Ainda nos tempos em que eu morava em Juiz de Fora, e fiz um “estágio de três meses morando sozinho”, antes de vir pra Belo Horizonte.

Certa vez comecei a comer um pão com presunto e mussarela e senti um gosto estranho. Olhei a mussarela, estava ok. Olhei o presunto, estava ok. Mas o pão estava já meio esverdeado. E tava com gosto igual aqueles queijos chiques que eu não tenho nenhum paladar para comer.
Demorei três mordidas (das grandes) para perceber o tal problema de mofo no pão. Foi o suficiente para passar mal. Nunca mais me descuidei da validade... na hora de comer. Pena que eu me descuido dela na hora de comprar e de armazenar os produtos. Até porque... não tem coisa pior do que comer algo só porque ele vai estragar se eu não o fizer. Mas, em geral, as coisas funcionam daí para pior. E daí se desenvolveu, nas mentes mais brilhantes da física moderna, as três teorias da Validade. Tentemos explicar tal como um professor da área como funcionam essas teses.
1º - Por mais que você procure um produto com a validade mais estendida possível, ele sempre, sempre mesmo(!), irá sair da validade antes de você usa-lo. Ou seja; todo produto comprado em uma casa de solteiro, sozinho e sem empregada perde automaticamente a validade quando você decide utiliza-lo”
2º - Não adianta nem checar nem controlar a validade de tempos em tempos. Você só perceberá que saiu da validade na hora em que decidir utilizar de fato o produto.
3º - Tende-se a não perceber que o produto saiu da validade até os momentos seguintes à ingestão ou consumo. Apenas no primeiro momento de “provação”, quando já há um risco de contaminação, você irá notar que há algo errado e então jogar o produto fora.
Portanto, uma dica: peça habibs e coma na hora. Chega em 28 minutos (na verdade aqui em casa chega em 15 minutos) e não sai da validade até o entregador chegar aqui.

Atualizando o mapa (só falta metade!)

Atendendo aos pedidos, estou atualizando o mapa de visitantes, incluindo as visitas recentes de pessoas do Rio Grande do Sul, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará e Espírito Santo. Também incluimos mais países, após visitas da Espanha, dos Estados Unidos (três Estados diferentes de lá já) e outros. No total, 3% de nossas visitas já são internacionais. No Brasil, já estamos em mais da metade dos Estados. Indiquem o blog e ajudem a colorir o que está faltando. Coloquei um link de recomendação, assim como uma busca, ainda meio mambembe... mas já serve para mostrar que eu estou preocupado em melhorar o blog né? Solteiros, sozinhos, sem empregada, uni-vos! Vamos conquistar o mundo.

domingo, 18 de novembro de 2007

A velhinha dos trovões

Tem coisas que, de fato, só acontecem comigo. Vejam esse caso, da velhinha dos trovões. Recordava-me, quando ainda estava hospedado na casa do Marcelo, no apartamento 1.005 do mesmo prédio, de uma senhora já bastante velhinha, se eu não me engano já com seus 89 anos... que tocava piano por lá, no apartamento ao lado. Como se não bastasse, a simpática senhora o fazia de portas abertas, para que o som pudesse reverberar com mais qualidade e ela pudesse sentir prazer com o toque de cada tecla daquele maldito piano. Lembro até que em uma descida de elevador, sem eu perguntar, ela me contou que o marido dela, que trabalha com jóias, mudou-se de lá para ter mais tranqüilidade para trabalhar: “Assim eu não atrapalho ele com o piano, e ele não me atrapalha com as jóias”, diza a vovó na ocasião.
Confesso que no início eu até gostava do som. Achava bacana ela tocando músicas da época dela e tudo mais. No entanto, em dias mais tensos, eu chegava a compara-la com aquela senhora do filme “Duplex”, uma porcaria de filme que eu vi 5 vezes no ônibus executivo da Atual que faz a linha Juiz de Fora/Belo Horizonte. Eu sempre pagava a mais para, na hora h, ser surpreendido mais uma vez com aquela droga de filme que tinha uma vovó insuportável.
Mas voltando à velhinha do 1.003. Quando mudei me para o sétimo andar nunca mais a vi. Cheguei até a pensar em perguntar para o Marcelo se tal senhora havia falecido se mudado ou coisa do tipo. Mas eis que há uma semana tive o prazer de reencontrar a velhinha, ainda saudável, caminhando pelos corredores do sétimo andar.
Não deu tempo nem de eu imaginar o que a pobre vovó estava fazendo ali, pois ela já foi logo se explicando, enquanto eu saía do elevador.
“Aí, desculpe eu estar aqui, mas é que tenho medo de raio, de trovão e meu apartamento é de frente... vem tudo na minha janela”, foi logo dizendo a apavorada velhinha, cujos olhos esbugalhados pareciam duas jaboticabas maduras prontas a explodir. Ela estava apavorada!
Fiquei com uma dó tremenda da vovó que, em 89 anos, ainda não aprendeu a conviver com os relâmpagos e trovões. Provavelmente desde a infância haviam superstições relacionadas a isso, ainda no início do século passado. Ou sei lá... pode ser algum trauma qualquer.
O certo é que lá estava a vovó, em uma escuridão tremenda, caminhando pelo sétimo andar, sem sequer acender as luzes, em um breu só quebrado pela iluminação do elevador que anunciava a minha chegada. E o fato é que fiquei sem saber o que fazer. Meu apartamento também é de frente e eu não tinha como convidar a vovó para ficar aqui. Não ia adiantar nada. Sugeri então que ela pegasse o elevador e fosse até a portaria. Mas não sei se ela foi.
Também não entendi o critério pelo qual ela escolheu o 7º andar do prédio. Imagino que, da mesma forma que ela não queria ficar em um apartamento de frente, ela não queria estar muito na ponta do prédio, onde imaginou que os raios tivessem mais chances de acertá-la. São 13 andares, então ela desceu para o sétimo... que está mais ou menos na metade e ficou lá. Faria sentido né?
Mas como eu não podia ficar ali fazendo companhia para a pobre velhinha, tive que manda-la mesmo para a portaria, que não está no meio do prédio, mas pelo menos tem um porteiro que possa ampara-la e acalma-la, aliviando o drama dos raios e trovões.
Contei essa história para mostrar que não apenas os solteiros, sozinhos e sem empregada passam dramas em suas green houses. Também as casadas (que expulsaram o marido a toques de piano com requintes de crueldade), sozinhas e sem acompanhantes sofrem com as intempéries do dia-a-dia.

Post extra - colorindo o Brasil de verde escuro


Agora instalei um contador que detalha de onde vieram os visitantes do blog e o que os trouxe aqui. Fiquei sabendo que outros cinco estados entraram, de ontem para hoje, na lista dos que haviam visitado o blog. Provavelmente outras regiões também contribuíram com tantos acessos, mas como antes eu não tinha o super contador, só pude atestar a entrada de visitantes de cinco estados, que deixaram recados aqui. Com isso, completamos 10 estados nessa comunidade dos que riem da minha desgraça. Estamos presentes em boa parte do Sul, Sudeste e Nordeste. Temos uma presença ainda tímida no Centro-oeste e ainda aguardamos as visitas do Norte.
A maior parte das pessoas vem dos links do orkut, principalmente da comunidade “Odisséia do Solteiro”. Alguns não vêm de outros links, pois já possuem o blog em seus favoritos e agora estão começando a aparecer os visitantes vindos do google. Por exemplo, uma visitante fluminense chegou até aqui ao digitar “guia de solteiro” no rei das buscas.
Mas a história mais interessante foi de uma visita de Portugal, que recebi neste domingo. Um cidadão da cidade de Feira, em Aveiro, região daquele país, chegou até aqui depois de digitar “formas de botões costura” no Google. O cara estava procurando alguma coisa relativa a costura de botões e acabou chegando até meu post do araminho de pão de forma... o que deve ter lhe irritado bastante. Mas eu posso dizer que fiquei muito feliz com sua visita.
Aproveito ainda para agradecer aos visitantes de capitais e “interiores” por todo o Brasil. Das grandes metrópoles como São Paulo, Rio e Belo Horizonte, até outras menores mas não menos importantes como Marília, Votuporanga, São Gonçalo, Santo André, Londrina e até a cidade de Fortaleza, acredite, no Mato Grosso do Sul. Não é a do Ceará. Obrigado a todos e continuem rindo de mim.

sábado, 17 de novembro de 2007

Na manteiga

Antes de iniciar a história de hoje, que é bem curta e mais revoltante do que engraçada, permitam-me fazer algumas considerações a respeito do blog. Primeiro, como percebem, estamos completando 1.000 visitas, o que é muito legal. Na verdade até passamos já desse número, pois eu coloquei o contador com um dia e meio de atraso, mas o que vale é o número oficial aí. E para tentar levantar ainda mais o ibope desta página, lancei um videozinho comercial que, se ainda não está passando no intervalo do Fantástico, já está na batalha diária do youtube.
Aliás, graças ao comentário de um dos visitantes do site, o comercial do blog ganhou, em seu primeiro dia, uma menção honrosa, como o 78º mais comentado vídeo da categoria humor no Youtube Brasil no dia. Que incrível! Rs
Mas deixando o vídeo de lado (vocês podem vê-lo aí mais abaixo), que ainda foi feito de forma rústica e que antecede o comercial oficial no qual estou trabalhando, vamos ao que interessa, que são as histórias de solteiro, sozinho e sem empregada.
Pois bem, caro internauta... Dia desses eu passei por uma dessas situações que não sabemos exatamente o que fazer, de tanta raiva. Tudo por conta de um pote de manteiga que deixei em cima da mesa. Quer dizer... era só o começo.
O pote estava lá deixado, depois de eu ter usado duas passadas de faca apenas no pão. Mas foi um grave erro que comprometeu algumas horas preciosas daquele fim de semana. Ao lado da mesa está minha área, com um janelão enorme, por onde entra um sol forte em dias de tarde ensolarada. O sol parece ter mirado toda sua força naquele pote de margarina (confesso que não era manteiga, porque eu gosto mais de margarina, mas manteiga ficaria melhor no título do post). Em pouco mais de duas horas a manteiga derreteu e virou um caldo, como se fosse um óleo.
Quando percebi que a margarina estava lá, peguei para colocar na geladeira, mas enquanto eu girava o corpo para coloca-la no tal refrigerador, eis que todo o caldo (que eu não imaginava que estava lá) se derrama por todo o chão da cozinha, nos belos tapetes verdes que separam a sala daquele cômodo e no que serve de enfeite logo abaixo da geladeira.
Cada gota daquele óleo caía como uma colherada de gordura quente em meus olhos. Eu não poderia acreditar que minha cozinha, que havia acabado de ser totalmente limpa na véspera estaria toda engordurada com aquele líquido (nem tão líquido). Pior: e meus tapetes verdes que eu havia lavado no chuveiro com escovadas potentes também um dia antes? E a geladeira branquinha, com apenas uma barrinha verde em cima, que ficou toda emplastada de gordura? Meu mundo caiu!
Tal qual um brasileiro, que não desiste nunca. Peguei os panos de chão que tinha, os produtos de limpeza que tinha e limpei todo o chão. Os tapetes de fato ficaram nota 5, pois era impossível, àquela altura, lava-los de novo. A mancha só foi dimninuir um mês depois, quando comprei novos produtos de limpeza para lavar o tapete.
Mas engana-se quem pensa que com o chão “recém-relavado” a situação estaria resolvida, após terminar aquela tarefa extremamente desagradável e cansativa, na qual eu tive que sentar no chão e esfregar cada pedacinho dos tapetes. Para limpar cada detalhe da geladeira e para esfregar os frisos entre os pisos para evitar aquela melação nos rejuntes brancos áureos de tal cozinha... gastei muita energia.
Demorei um tempinho para terminar e, para refrescar e recuperar o fôlego e o gás, tomei aquela coca-cola gelada que já virou praxe na green house. Aliás, não tomei uma, mas meia latinha de coca-cola. Pois a outra metade, para o meu desespero, transformou meu fim de tarde em um inferno novamente.
Quando eu limpava a geladeira suja de margarina derretida, uma das latinhas de coca caiu no chão e rolou para longe. Quando eu terminei, dei o tremendo azar de pegar exatamente aquela latinha que tinha sacudido pelo chão e que tinha ido parar lá no quarto... Imagine o drama.
Quando eu abri aquela porcaria daquela lata, voou coca-cola por todo o lado, sujando e manchando o tapete, o chão, o rejunte, a geladeira, a pia, a parede e foi reverberar lá no meu sofá branco da sala. Putz. O sofá branco não! Foi a primeira vez que tive de fato vontade de chorar na green house. Talvez a última.
Demorei mais de meia hora para lavar o chão de novo (na verdade só passei um paninho pois estava já de saco cheio), limpar a geladeira, o rejunte, o piso, a parede, o sofá, os tacos da sala o pé da cadeira e, claro, os tapetes.
Para fechar a história com chave de ouro, deixei a porcaria da margarina na geladeira por dias, achando que a droga do óleo iria voltar a ser margarina. Nunca mais foi. Ficou uma plasta amarela completamente desconjuntada, com um cheiro terrível e, imagino, sem gosto algum de margarina. Foi pro lixo, assim como minha paciência.

O botão, o araminho e o Jack Bauer

Dias complicados e por isso acabei não conseguindo escrever demais. Por outro lado, a net anda até mais vazia nesse feriadão e, espero, na próxima semana as coisas voltem ao normal e eu vou escrever todo dia. Mas hoje eu não posso deixar de contar um caso que quero contar desde que lancei o blog. Então vamos à história.
Não há muitas coisas piores, para um solteiro, sozinho e sem empregada, do que um botão que se solta na hora em que você já está pronto para sair. E isso já aconteceu comigo algumas vezes. Pior que ter a paciência de, calmamente, costurar o botão de volta é não ter como fazer isso. Não ter linha, não ter agulha...
E na green house não tem nada disso. A solução então qual é? Trocar de camisa, certo? Nem sempre... Eu consegui desenvolver um sistema eficiente de solucionar problemas para evitar a troca de camisa na última hora. Até porque nem sempre é possível trocar a camisa de ultima hora.
Aliás, eu tinha que contar essa história aqui, pois até agora eu passei a impressão de que tudo que tento fazer dá errado. Monto a cama... errado. Lavo vasilha... quebro copo. Monto chuveiro... fica péssimo. E não é nada disso. Eu sou um bom solteiro, sozinho e sem empregada.
Explico minha técnica, que já usei três vezes.
Era um dia comum e eu já atrasado para ir ao trabalho quando a porcaria do botão de uma camisa pêssego que eu tinha resolveu soltar e rolar para debaixo do móvel da cozinha. A primeira reação foi pensar em qual palavrão eu xingaria, mas pensei que não adiantaria muito. Com a ajuda de um chinelo, consegui resgatar o botão. Agora vinha o mais difícil: costura-lo de volta sem linha, sem agulha e sem nada.
A saída veio da cozinha também, quando vi um pacote de pão de forma dando mole em cima do mesmo móvel sob o qual caiu o pobre botão. Peguei o pacote e tirei aquele araminho de amarrar. Ele tem uma borrachinha por fora, mas se você descascar (pode fazer com o dente mesmo), aparece um araminho do mais puro metal, muito resistente e flexível.
Pois eu peguei o araminho e trancei de um lado para o outro no botão, enrolando depois o outro lado e partindo o mais rente possível ao botão. A pontinha, do lado de dentro, eu dobrei para baixo e pronto. Ta resolvido. Nunca ninguém percebeu e quando eu mostrei o araminho no botão algumas pessoas chegaram a se surpreender e parabenizar pelo ato que me fez pensar ser o Jack Bauer, o Mcgiver, o Capitão Nascimento... enfim, um cara capaz de fazer qualquer coisa funcionar.
Aliás, o negócio funcionou tão bem que não saiu nem na máquina de lavar e usei em três camisas durante algum tempo... Só substitui o araminho quando fui pra Juiz de Fora, minha cidade-natal, quando minha mãe, que tem linha e agulha, resolveu o problema.
Por falar em problema, há apenas um porém na utilização de tal artefato. Se você não dobrar e não cortar bem o araminho, ele pode te espetar de vez em quando. Se alguém te der um abraço muito forte ou coisa parecida... é um risco. Mas nenhuma perfuração peitoral que vá te matar. Apenas uma espetadinha de leve.
Mas se for bem feito é uma beleza. É mais resistente do que se imagina. As camisas já deviam vir de loja com aqueles araminhos. Vou lançar uma teoria sobre isso. Aliás, alguém sabe o nome daquele araminho de fechar pão de forma?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Vai levar o veda-rosca?"

Hoje a história é curta pois o tempo é curto também. Para quem achou que meus dramas com chuveiro estragado já tinham acabado... engano total. Depois que mudei pra green house realmente nunca fiquei sem chuveiro quente. Mas fui escalado para tentar ajudar o pobre do Marcelo, que ficou lá na casa dele com o chuveiro queimando de tempos em tempos. Em certa ocasião ele desistiu de tanto penar com o chuveiro antigo e decidiu comprar um novo.Quem ele chamou para ajudar a instalar o chuveiro novo? Eu, claro. Perguntou se eu sabia instalar e disse: claro. Cheguei lá na casa dele e os fios estavam todos errados. Consertei os fios, mas não consegui sanar um problema de vazamento no cano. A água pingava pelo cano, fria, antes de passar pelo chuveiro e ficava aquele incômodo filete de água fria caindo junto a água quente.
E tudo porque, na hora de comprar o chuveiro, nós não soubemos responder uma pergunta básica do vendedor. Ele perguntou se queria levar o “veda-rosca”. Meu Deus, que nome terrível. Claro que dissemos que não. Vê se iríamos levar um troço com esse nome pra casa? E aí é que nos demos mal... O veda-rosca é aquela fitinha branca que enrolamos na rosca do encanamento, na hora de encaixar o cano do chuveiro.Sem a veda-rosca, nossa opção foi enrolar uma fita isolante no cano. Não resolveu. Partimos então para a estratégia de enrolar um saco plástico por cima da fita isolante e depois mais fita isolante. Não resolveu. E aí partimos para uma tática mais ousada. Pegamos uma vela e derretemos a parafina no cano, fazendo uma capa de parafina que impedia completamente a água de vazar. Depois de muitas camadas de vela e de um resultado esteticamente horroroso, conseguimos concluir o trabalho. Nada de vazamento, ou uma gotinha aqui outra ali no máximo e pronto: prova cumprida.
O Marcelo não contava, no entanto, que o chuveiro fosse dar problema novamente, meses depois (essa semana). Dessa vez resolveu chamar um expert... Convocou o “Rosenito”, nosso porteiro de nome engraçado, para efetuar o serviço. O pobre do Rosenito só não contava que teria imensas dificuldades para retirar o cano, emplastado de parafina, plástico e fita isolante. Ele sequer conseguiu identificar o que era aquilo que lacrava o cano. Conseguiu arrancar, mas acabou tendo que trocar até mesmo o cano que suportava o chuveiro. E nós aprendemos que nunca devemos improvisar em questões essenciais de nossas vidas.
LIÇÕES DO EPISÓDIO:
1) Nunca, nunca mesmo, confie em um vizinho solteiro, sozinho e sem empregada na hora de instalar ou arrumar seu chuveiro;
2) Nunca, em hipótese nenhuma, deixe de comprar o “veda-rosca” junto com o chuveiro
3) Não coloque fita isolante no lugar de veda-rosca
4) Não coloque plástico por cima da fita isolante
5) Não coloque mais fita isolante por cima do plástico que já estava em cima da fita isolante
6) Não derreta parafina por cima de tudo
7) Se chamar alguém para arrumar essa lenha que você fez depois, retire tudo antes, para que ele não perceba que você é um idiota que não tem inteligência para inibir um vazamento de maneira razoavelmente sensata

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O dia em que o furadinho pifou

Decidi voltar ao assunto água, mas por um motivo nobre. É que lembrei de uma história terrível que vivi ainda nos tempos em que não morava na green house e estava hospedado na casa de meu amigo Marcelo, aquele que eu disse que mora aqui no prédio também, e que de vez em quando posta histórias também muito engraçadas nos comentários do blog.
Pois bem nobres colegas... Sem água filtrada a gente até fica, principalmente quando tem uma coca-cola geladinha ali para matar a sede. Mas sem água quente para tomar banho é impossível viver. E esse foi o drama que vivemos, nós, dois solteiros, sozinhos e sem empregada em plena Belo Horizonte.
O drama começou quando cheguei um dia do trabalho e o Marcelo, que chegava mais cedo me deu a terrível notícia: “Ô cara... temos um problema: o chuveiro não está ligando”. Custei a acreditar que tinha ouvido aquilo. Como assim? Eu, à noite, no frio belohorizontino não tinha água quente para tomar banho? E aí, qual a solução?
Lembrei dos tempos de infância sofrida, quando faltava luz no bairro Grajaú, em Juiz de Fora, uma vez por ano... ou quando, de tanto ficar no chuveiro durante a semana, descobria que ele tinha queimado e, assim, não teria como me agraciar com um bom banho proveniente do “furadinho”.
Lembrei que, naquelas situações, uma boa panela dágua costumava resolver. A dona Leda, minha mãe, esquentava bem a água e eu misturava com água fria para dar volume e tomava banho “de canequinha”.
Tudo bem que eu era beeeem menor... mas o banho de canequinha poderia voltar a dar certo. Não fosse um grave problema: a casa do Marcelo não tinha, e continua não tendo, fogão. É isso mesmo, caro visitante. Nada de fogão, gás, trempe, panela, forno... Nada.
E aí não tem outra escolha né. Banho frio. E olha, vou repetir o que eu disse pro Marcelo logo que saí do banho: “é nessa hora que você vê se o caboclo é homem mesmo viu”. Tomar banho frio, em um dia hiper frio, é a tarefa que mais necessita coragem de que se tem notícia na história da humanidade.
E confesso que, mesmo resolvido sexualmente e com toda a certeza de que sou homem, pensei em desistir. Primeiro tentei arrumar o chuveiro. Nada. Parecia estar tudo perfeito. Depois abri a torneira... mas só da água bater no chão e voltar as gotículas espirradas na minha canela já me dava arrepios. Aí, já meio que arrependido de ter tentado, eu coloco a mão na água para ter a certeza: realmente está de uma “frieza” insuportável.
Mas enfim. Não há outra escolha, principalmente após um dia de trabalho e já sabendo que, quando acordar, no outro dia, o chuveiro continuará pifado e frio, extremamente frio. Nessas horas, nós, seres humanos normais, fazemos aquele ritual. Mão na água, mão na nuca... molha a primeira perna, molha a segunda... O braço... a cabeça. Deixa a água escorrer pelo ombro e pronto... não há mais como fugir.
Mergulho direto na água. O coração dispara... A respiração fica até mais difícil. Que coisa estranha. Parece até que ficamos meio loucos. Dá vontade de quebrar o box... Sacode a cabeça... esfrega as mãos. Tenta resolver tudo o mais rápido possível para, enfim, desligar aquele chuveiro e voltar a viver. Tudo parece se colorir novamente. A vida volta a fazer sentido quando desligamos um chuveiro de água fria.

No próximo episódio: o chuveiro contra-ataca!

domingo, 11 de novembro de 2007

Unidos venceremos!

Em uma semana o blog recebeu pouco mais de 500 visitas. Não é um número espetacular, que o torne um “web best seller” ou algo do tipo. Mas destaca como as histórias de solteiros, sozinhos e sem empregada chamam a atenção. Principalmente porque não é preciso ser solteiro, sozinho e sem empregada para passar por algumas delas.
Como havia prometido, o texto de hoje (e vou tentar manter assim nos próximos domingos) é composto por histórias contadas e lembradas por visitantes do blog, sejam através dos comentários que deixam aqui, ou em meu orkut, ou até mesmo na comunidade “A odisséia de morar sozinho”, onde se reúnem os solteiros, sozinhos e sem empregada.
Vejam o caso da Quézia, por exemplo, uma das visitantes mais assíduas do blog. Acreditam que ela foi capaz de colocar uma cortina no azulejo do banheiro com super bonder? E explicou. Sua primeira idéia para ter a cortininha no banheiro foi usar aquelas fitas adesivas de carro, já que, como eu, não tem furadeira.
“Me falaram que era super resistente pois colava até as peças do carro.Aquilo é propaganda enganosa porque eu coloquei ela pra prender a cortina da pia e a bendita descolou”, explicou a Quézia. E aí é que o superbonder entra na história.
“Um dia vi no BBB o cara colando um sapato de chapa de ferro e ficando de cabeça pra baixo. E a cola suportou o peso dele!! Como não suportaria uma simples cortina né mesmo? É! Mais não deu certo! Tive que dar o braço a torcer e pedir meu pai pra fazer um buraco pra dita cuja ficar no lugar.”
Agora o novo desafio da Quézia tem sido utilizar a trena que comprou. Até então, ela media tudo na palma da mão, fazendo, como ela diz, “aranha” para medir em palmos. Mas, segundo ela, também não tem funcionado, pois a trena sempre escorrega na hora de medir.
Enquanto isso, lá em Cabo Frio, a Íris fez progressos muito melhores do que eu com a montagem da cama. Ela bateu o recorde mundial ao montar o móvel em apenas uma hora (lembrem-se que eu demorei seis). No entanto, esqueceu do detalhe do banquinho e acabou com uma baita dor nas costas. Ah, e para a Íris também sobraram parafusos.
Em São Paulo, Elaine e Vivian foram muito mais bem sucedidas com o guarda-roupa. Pediram ajuda ao namorado de uma delas e fizeram tudo sem sobrar peças. O único problema foi que uma das portas ficou de cabeça para baixo. Mas alguém percebeu?Aqui mesmo no prédio, o Marcelo viveu o mesmo problema do lixo. Foi até antes de mim, mas fiquei sabendo só depois. ”Pior que eu, na inocência, coloquei o meu lixo junto com outros "coleguinhas" na porta do elevador, na inocente idéia de que seria mais fácil pro recolhedor carregar aquilo embora. E tomei aquele esporro do síndico (cuja característica principal passa longe de qualquer senso de educação...)”, explicou o Marcelo... Isso explica, mas não justifica!
Já o André, que também é daqui de Belo Horizonte, para não ser descoberto, arquitetou um plano mirabolante.
“Esse negócio de colocar lixo confidencial inteiro no cesto é realmente um problema. Sou tão encanado com isso que rasgo as partes aonde constam o meu nome e endereço. Aí divido isso em duas partes e jogo uma no cesto da cozinha e outra no cesto do banheiro”, explica ele em sua tese. Depois, ainda dá uma idéia, convenhamos André, de mau gosto.
“Da próxima vez coloca o seu em baixo do "montante" hehehe. Pelo menos ele vai ter trabalho. Ah sim, despeje o lixo do banheiro - aquele com papel higiênico derrapado - por cima. HAHAHAHAHA, ia ser lindo de ver!”, detalha de forma maquiavélica.
E o Saldanha, do Rio de Janeiro. Para ele a solução não está na preparação do lixo, mas sim na forma de abordar o síndico. “Eu não só não abriria a sacola de lixo como impediria o síndico de o fazer, citando 15 artigos inexistentes do código penal sobre respeito à privacidade. Invente os números. No final, diga que fará queixa da administradora no jornal. Em pouco tempo vocês serão mais temidos do que os advogados do prédio”, conta o Rafael, que termina dando uma lição. ”Acuse antes de ser acusado. Aliás, da próxima vez que você for seguir um crime, seja o primeiro a denunciá-lo. Você logo deixa a lista de suspeitos...”Bom gente, mas eu queria dizer que me solidarizo com todos vocês que, como eu, não tem quem defende-los dos trabalhos domésticos. Agradeço a cada um que visitou o blog e, amanhã,volto a contar histórias dramáticas vividas na green house.
Solteiro, sozinho, sem empregada, mas sobrevivendo!

sábado, 10 de novembro de 2007

Bebeu água? Não. Tá com sede? Tô

Dizem que 70% do mundo é coberto por água. O corpo humano então, tem mais água ainda. E eu sou daqueles que gosta muito de água. Não fossem os transtornos de ficar com a roupa toda molhada, até torceria para que chovesse todo dia na hora que eu vou para o trabalho. Tomo banho quando acordo, quando chego em casa, quando não tenho nada para fazer e, graças a Deus, aqui em casa não falta água para isso.
O problema é quando preciso bebê-la. Aí as coisas se complicam, pois água filtrada é um produto raríssimo na green house. Ainda bem que a Coca-Cola, produto típico aqui do mundo green, possui em sua composição mais água do que qualquer coisa.
Mas explicando o grave problema da água e suas conseqüências na green house. Antes ainda de mudar, quando estava começando a comprar as coisas para a casa, fui no supermercado e comprei um suporte daqueles de colocar galão de água. Aqueles que você compra, o cara leva o antigo e traz o novo cheio, como se fosse gás.
Na época, só tinha uma explicação para comprar aquilo: era verde. Como minha única decisão é de que a cozinha seria verde, peguei aquele suporte sem pensar, paguei um valor que nem lembro hoje quanto e o trouxe feliz contente e saltitante (saltitante não... já seria gay) para a casa.
Uma semana se passou e eu não comprei o galão. Depois duas, depois três... e assim sucessivamente. Comprava uma garrafinha de água mineral aqui, outra garrafinha ali. Fui aumentando o tamanho das garrafas, mas nada do grande galão. Para piorar, água mineral de garrafinha não tem o mesmo gosto de água filtrada. E isso me incomoda profundamente.
Fui aprendendo a viver sem o galão, que faz uma bagunça danada para trocar, como me lembro de todos os lugares que eu trabalhei e tinha isso... Aliás, acho que esse é o principal motivo pelo qual não comprei aquele galão.
Eu e um amigo que trabalhava comigo em um portal de internet lá em Juiz de Fora só ficávamos observando. A empresa tinha um daqueles filtros que troca galão e é formada predominantemente por mulheres. Na hora de trocar o galão elas sempre procuravam um homem que estivesse por perto. Como o galão ficava mais perto da parte de jornalismo, normalmente sobrava ou para mim ou para ele. O primeiro passo para escapar de ter que trocar o galão era fingir que não estava vendo que a água acabou.
E como somos solidários, quando um ia lá e tinha que voltar com o copo vazio, já logo avisava ao outro para não ir lá e ser obrigado a trocar o galão. Claro que quem voltava com o copo vazio não podia dar na pinta. Tinha que fingir que o copo estava cheio, fingir que estava tomando para que o problema ficasse para o próximo pobre coitado que ia lá beber água no filtro de galão.
Aos poucos fomos percebendo que quase todos os homens da empresa faziam o mesmo. Tanto é que quando alguém não agüentava e trocava o galão, uma fila enorme se formava lá perto, todos querendo tomar água do galão novo.
Isso foi um trauma em minha vida, imagino eu. Lembro de um desses galões caindo em um jornal no qual trabalhava, lembro do drama que é abrir aquela tampinha plástica que envolve o galão. Daquela história de ter que usar um pano com álcool para limpá-lo e etc.
Então decidi que vou comprar um filtro desses que se viram sozinho e “criam água filtrada” a partir de “água sem filtrar”. Afinal, cada um com seus problemas né? Mas já tomei essa decisão tem duas semanas e estou só enrolando. Enquanto isso, já me deram a dica até de ferver água para torná-la potável. Mas olha o transtorno de ferver água e depois fazê-la ficar gelada para beber. Minha amiga Elaine deu idéia de fazer gelar com gelo. Mas não adianta, porque aqui também costuma faltar gelo. Eu nunca lembro de colocar água na forminha.
Não dá. Por enquanto é coca cola e suco. Até porque nem leite longa vida dá para beber mais. Depois que descobriram que eles misturam soda cáustica... Se bem que dizem que coca-cola é quase isso. Paciência. Pelo menos o habibs traz coca-cola em 28 minutos. Água eles não trazem. Alguém aí tem uma idéia melhor???
No próximo episódio, histórias incríveis dos vividas por visitantes do blog!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A arte de lavar pratos

Essa aí é a versão avacalhada da pia da green house. No entanto, se eu convidar você para vir aqui, dificilmente verás uma imagem como essa. Sempre que eu chamo alguém para visitar a green house, a primeira coisa que faço é lavar todas as vasilhas, pratos, copos, a própria pia e deixar tudo nos trinques, brilhando e com cheiro de detergente.
É que entendo que arrumar cozinha é como escovar os dentes de uma casa. Não há como explicar melhor a importância de ter uma cozinha limpa, arrumada e organizada. Ainda assim, mesmo reconhecendo a importância de manter a cozinha em tal status, não posso dizer, nem de longe, que gosto da atividade de lavar e enxugar pratos, vasilhas e talheres. Aliás, não só eu como a maioria das pessoas que votou na primeira enquete que fiz no blog. Cerca de 80% dos votantes disse que “arrumar cozinha” é a atividade que mais estressa um solteiro, sozinho e sem empregada.
Eu, particularmente, sempre soube que não gostava de arrumar cozinha, mas tive a certeza disso em uma ocasião recente, quando começaram a quebrar os copos aqui de casa. Veja você que, morando sozinho, eu tinha 12 copos de vidro, seis xícaras que fazem par com seis pratos, além de duas tigelas, seis garfos grandes, seis garfos pequenos, seis colheres grandes, seis colheres pequenas e seis facas (tudo no estilo green house, como podem perceber pelas imagens).
Existem semanas que são tão corridas que eu utilizo uma estratégia simples para adiar a lavagem da cozinha. Vou utilizando todos os copos, xícaras, pratos, talheres e vasilhas até que se acabem, ou que chegue o fim de semana, para que eu possa, com calma lavar tudo. Minha única precaução é jogar um pouco de água, tirar o grosso da sujeira, ou deixar de molho alguma peça para que a sujeira não agarre (é claro que isso eu também só aprendi com o tempo)...

O agravante aqui em casa, como você pode perceber na foto, é que os copos não foram feitos para serem lavados. Por mais longos que sejam meus dedos e as esponjas da casa, eu não consigo chegar ao fundo do copo com força suficiente na esponja para que a limpeza seja feita com rapidez. O fundo do copo sempre dá mais trabalho e, lá em cima, na fina boca do copo, chego ao ponto de arranhar e cortar a mão ao tentar alcançar as sujeiras mais resistentes presentes no fundo do copo. É um drama!
Demorou pelo menos seis meses para que o primeiro copo daqui de casa se quebrasse. E, logo que isso aconteceu, eu descobri que isso não era tão ruim assim. Era um dia comum em que eu estava a lavar pratos enquanto ouvia música alta e se preparava para um evento qualquer da green house. Quando peguei um copo e comecei a ensaboá-lo, ele se desvencilhou de meus dedos e ameaçou cair. A única reação que nós temos nessa hora e tentar juntar as mãos e empurrar o copo para o alto, o que faz com que ele caia ainda mais longe e de uma altura ainda mais alta do que ia cair.
O copo girou no ar algumas vezes, refletindo o sol que batia na janela, como que se fosse em câmera lenta. Naqueles milésimos de segundo que separavam a perda de contato com minha mão e o impacto de sua pancada ao chão, não foi possível fazer nada de concreto... apenas passaram, de relance, algumas coisas pela minha cabeça.
Lamentei que teria um copo a menos, que daria algum trabalho para juntar os cacos, que ainda molharia o chão... enfim... quase cheguei ao ponto de xingar um palavrão.
Mas quando o copo bateu no chão e se quebrou... parece que um trauma estava acabando. Sabe aquele ditado de que os obstáculos só realçam sua real dimensão quando chegamos nele? Pois é. Quando aconteceu a queda é que enxerguei que estava me libertando.
Sim! Eu estava me libertando. Juntei os cacos... em um processo que não durou 30 segundos. E enquanto fui jogando tudo fora, eu olhei para a pia e percebi que tinha um copo a menos. Lógico! Como não pensei nisso antes? Agora eu não precisava mais lavar aquele copo. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca mais. Ele poderia ficar ali, sujinho sujinho, dentro da sacola de lixo, até desembocar, sei lá onde, no lixão da prefeitura.
Parece zoação, mas realmente fiquei feliz com a quebra daquele copo e, não sei se foi coincidência, mas a partir daquele dia, em menos de seis meses, outros quatro copos se quebraram aqui em casa. A pia está ficando cada vez menor, e a vida melhorando a cada dia.
No próximo episódio, o drama da falta dágua!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Quem com ferro fere...

Eu não coloco o lixo para fora todo dia. Então, embora esse seja o maior problema da green house, não é algo que me afeta a cada 24 horas. Mas há um problema que me faz suspirar de ódio todas as manhãs, quando pego uma camisa para vestir. Deixo para passar as camisas na hora de usar e convenhamos que passar roupa, por si só, já é um suplício.


Aliás, antes do suplício, queria dizer que me incomodam muito as estampas dos tecidos que forram as tábuas de passar. Depois duas semanas para comprar a minha tábua, tentando achar uma que não tivesse uma estampa ridícula, parecendo aqueles vestidos de dançar forró... não encontrei!
Mas se fosse só para ver eu perdoava. Cobria ela com um lençol e estava tudo bem. Mas tenho que utiliza-la efetivamente.
Agora imagine no meu caso, que agora trabalho de roupa social (terno, gravata...) ter que passar com calma e paciência, todos os dias, uma camisa para sair. Coisa normal, natural, não fosse o fato de que, com 1,90 de altura, minhas camisas são incompatíveis com as tábuas de passar roupa. Assim como os parafusos e os buracos de minha mesa, elas (as camisas e a tábua) não nasceram um para o outro.
Parece um problema simples, mas não é. A cada vez que vou passar um dos lados da camisa, a manga do outro lado arrasta no chão (veja a foto ao lado). A cada vez que eu vou passar um dos lados da camisa, a ponta do outro lado também arrasta no chão. E assim, arrastando daqui, arrastando dali, foram inúmeras as vezes em que eu sujei tanto a camisa que precisei trocá-la por outra... Um drama!

Pensei que existiam duas técnicas que minimizam, mas não acabam com o problema. Vamos a elas:1) Varrer o local onde vou passar as camisas antes.
Prós: Não interfere no processo de passar a camisa. Posso ficar muito mais tranqüilo arrastando a camisa para lá e para cá; A varreção reduz bastante a quantidade de sujeira no chão, diminuindo a sujada da camisa.
Contras: É um trabalho a mais. Imagina toda vez que eu for passar camisa ter que pegar uma vassoura, varrer o chão e só depois começar a passar a roupa. Outro problema: a vassoura retira as partículas maiores de sujeira, mas o pano arrastando no chão capta as partículas menores, que são as que efetivamente sujam a camisa. Ou seja, a camisa suja menos, mas suja também;
EVITO ESSA TÉCNICA POR CONTA DA INEFICIÊNCIA...
2) Varrer e depois passar pano com produto de limpeza no chão antes
Prós: O chão fica completamente limpo e a camisa pode arrastar à vontade. Com isso diminui a zero minha preocupação com a sujeira da camisa e posso passar roupa à vontade;
Contras: Imagina o trabalho quíntuplo de varrer o chão, depois pegar um pano, molhar em uma solução preparada de produto de limpeza, esfregar no chão e depois torcer o pano, secar o chão, lavar o pano e colocar para secar... Inviável. Além disso, a camisa pode ficar com cheiro de material de limpeza.
VETEI ESSA TÉCNICA POR CONTA DA COMPLEXIDADE DA ATIVIDADE...

Sem duas das técnicas mais comuns que encontrei, precisei desenvolver uma nova técnica, que também tem seus contras, mas tem muito mais prós. Vamos a ela:

Ao ligar o ferro e colocar a camisa em cima da tábua, eu pego a manga do outro lado da camisa e coloco no bolso da calça que estou já vestido (como na foto ao lado). Da mesma forma, coloco a ponta do outro lado da camisa, tomando cuidado para não amassar muito.
Prós: Não preciso de todo o trabalho de limpeza diária do chão e garanto a limpeza da camisa, que nunca, em hipótese nenhuma, vai entrar em contato com o chão.
Contras: Como eu puxo um dos lados da camisa para colocar no bolso, ela perde a estabilidade na tábua e fica sempre querendo pender para um lado e saindo do lugar. Tenho que passar com uma mão e segurar a camisa com destreza com a outra. Dia desses, acabei deixando o ferro cair em uma dessas, soltando a rodinha que definia em qual temperatura e para qual tecido o ferro estava sendo ajustado. Até consegui colocar a rodelinha de volta, mas ela não faz mais o barulhinho pra mudar de opção, como fazia antes. E solta a toda hora... Além do mais foi grande o risco de acidente!


Essa técnica de colocar, a camisa no bolso ainda precisa ser feita de forma muito delicada, para não amarrotar a parte que você já passou.
Meu vizinho Marcelo, que também é alto e tem o mesmo problema, diz que não consegue utilizar essa técnica. Ele optou por dobrar as mangas da camisa para dentro, mas não muda muito a situação.De qualquer forma, fato é que isso nos deixa absolutamente inconformados, como o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que também é muito alto e fica extremamente irritado de ter que ir todo apertado nas poltronas apertadas de nossos aviões de carreira.
No caso do avião, ainda podemos optar por outros meios de transporte. Mas no caso do ferro de passar roupa, não acharam outra saída. Enquanto isso, literalmente, nós solteiros, sozinhos, sem empregadas e altos continuamos PASSANDO por situações ridículas e levando FERRO!